6.23.2013

Premiê turco compara protestos do Brasil com os da Turquia


Países são 'vítimas da mesma conspiração', disse Erdogan.
Manifestações na Turquia deixaram mortos e feridos.



Do G1, em São Paulo

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O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan comparou neste sábado (22) os protestos do Brasil com os que ocorreram recentemente na Turquia. Segundo Erdogan, o Brasil é vítima da mesma conspiração que o seu país, cujo objetivo é desestabilizar o governo.
"O mesmo jogo está sendo jogado sobre o Brasil", disse Erdogan. "Os símbolos são os mesmos, os cartazes são os mesmos; Twitter, Facebook são os mesmos, a mídia internacional é a mesma. Eles [os protestos] estão sendo conduzidos a partir do mesmo centro." As informações são da agência AP.
O movimento de contestação nasceu em 31 de maio no parque Gezi, quando a polícia reprimiu violentamente centenas de ecologistas que se opunham ao corte das árvores do parque. O protesto se espalhou por todo o país voltado, principalmente, contra Erdogan, que é acusado de autoritarismo e de querer islamizar a sociedade turca, segundo a agência France Presse.
As manifestações contra o governo do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), do premiê Recep Tayyip Erdogan, no poder desde 2002, deixaram ao menos dois mortos e milhares de feridos.

Essa comparação entre Brasil e Turquia já havia sido feita, não por Erdogan. Em entrevista à rede CNN nesta quarta-feira (19), o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, negou que os protestos ocorridos na última semana no Brasil fossem parecidos com as manifestações que tomam as ruas da Turquia desde o começo de junho. "Acho que é uma situação diferente; as manifestações tem sido pacíficas, predominantemente", disse Patriota à jornalista Christiane Amanpour.
"Podem ter ocorrido episódios de violência aqui e ali, e claro, as forças de segurança tinham que estar preparadas pois havia um grande número de pessoas envolvidas", disse o ministro.
Na Turquia
Neste sábado, o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, disse a milhares de simpatizantes na cidade de Samsun, na costa do Mar Negro que as semanas de protestos muitas vezes violentos contra o seu governo beneficiaram os inimigos da Turquia.

O premiê disse que opositores tanto na Turquia como no exterior haviam orquestrado as manifestações, dizendo que um "lobby de taxas de juros" promovido por especuladores nos mercados financeiros se beneficiaram com a agitação.
"Quem ganhou com estas três semanas de protestos? O lobby da taxa de juros, os inimigos da Turquia", disse Erdogan, de um palco enfeitado com seu retrato e um slogan apelando para os seus apoiadores para "frustrarem o grande jogo" jogado contra a Turquia.
"Quem perdeu a partir desses protestos? A economia da Turquia, mesmo que em pequena escala, e o turismo perdeu. Eles ofuscaram e mancharam a imagem e o poder internacional da Turquia", afirmou.
Ao término de seu discurso, cerca de 10 mil manifestantes se reuniram na Praça Taksim de Istambul, muitos deles para participar de uma cerimônia para depositar cravos na praça em memória às quatro pessoas que foram mortas nas manifestações.
Mais tarde a polícia usou canhões de água para dispersar os manifestantes, no primeiro confronto deste tipo em quase uma semana.
Em Samsun, uma multidão de cerca de 15.000 simpatizantes do Partido AK de Erdogan aplaudiu e acenou bandeiras turcas, enquanto ele chamava o público para dar a sua resposta aos protestos nas urnas, quando a Turquia realizar eleições municipais em março do ano que vem

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