Investidores temem crescimento menor da economia chinesa
- Dólar retoma trajetória de alta e vale R$ 2,25
João Sorima Neto
SÃO PAULO - O dia é de pessimismo na Bolsa de Valores de São Paulo
(Bovespa), influenciada pelas preocupações do mercado externo com a
China. As ações da Vale, que são diretamente afetadas pelo desempenho da
economia chinesa, perdem quase 5%, pesando sobre o Ibovespa, principal
índice do pregão. Por volta de 13h05m, a desvalorização era de 2,42% aos
45.917 pontos e volume negociado de R$ 4,7 bilhões.
O dólar comercial começou o dia em alta frente ao real, mas inverteu o sinal e passou a se desvalorizar pouco depois das 14 horas. Às 14h20, a moeda americana perdia 0,04%, sendo negociada a R$ 2,241 na compra e R$ 2,243 na venda. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 2,266 e na mínima bateu em R$ 2,242. Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,62% a R$ 2,24. No ano, a divisa sobe 9,59% frente ao real.
Depois das turbulências da semana passada, provocadas pela sinalização do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de que deve reduzir seu programa de estímulo, que injeta US$ 85 bilhões por mês na economia dos EUA, agora é a vez de a China mexer com os nervos dos investidores.
A Bolsas caem em todo o mundo com os investidores temendo que o Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país) não agirá para conter o nervosismo do mercado de empréstimos interbancários. Na semana passada, a taxa de juro desses empréstimos dispararam. O Pboc afirmou ontem que continuará conduzindo uma política monetária de caráter prudente, realizando ajustes finos em determinados momentos. Com uma política monetária mais apertada, com os bancos evitando conceder crédito, o temor é que o crescimento econômico fique abaixo dos 7,5% previstos.
- Por isso, hoje temos mais um dia de aversão a riscos no mercado internacional - diz o economista Darwin Dib, da CM Capital Markets Brasil.
- As expectativas menos favoráveis para a China, mesmo diante da melhora do sentimento econômico da Alemanha, se refletem nas Bolsas internacionais. O mercado doméstico segue o ambiente externo. Esperamos queda da bolsa, enquanto o câmbio deve manter a tendência de desvalorização - diz análise divulgada pelos economistas do Bradesco.
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA cai 4,99% a R$ 27,04. A Vale é diretamente afetada pela saúde da economia chinesa, já que a China é a principal compradora de seu minério de ferro. Os papéis PN da Bradespar, que tem participação importante na Vale, recuam 6,83% a R$ 20,20.
Petrobras PN perde 3,40% a R$ 15,90; OGX Petróleo recua 2,43% a R$ 0,81; Itaú Unibanco PN cai 2,24% a R$ 27,93 e Bradesco PN tem perda de 1,05% a R$ 28,14.
A maior queda no pregão é dos papéis PN da Gol, com perda de 8,24% a R$ 6,68. A empresa é afetada pela alta do dólar, já que parte de seus custos são atrelados à moeda americana. Além disso, a Gol anunciou uma redução de cerca de 9% em sua oferta doméstica para este ano.
Papéis de concessionárias de serviços públicos começam a ser afetadas pelas manifestações nas ruas, contra o aumento de tarifas. Nesta segunda, o aumento dos pedágios foi suspenso pelo governo estadual, em São Paulo.
Na sexta, os papéis da Copel perderam 16,66% a R$ 26,21 porque, apesar da autorização da Aneel, a agência reguladora do setor de energia, para um reajuste de tarifa de 14,6%, na média, o governador do Paraná, Beto Richa, pediu à companhia a suspensão do aumento. Uma reunião foi marcada para esta segunda-feira para discutir o assunto. Hoje as ações PNB da Copel recuam 3,39% a R$ 25,33.
- Sem dúvida, foi o primeiro impacto das manifestações nas ações das empresas. Por causa da Copel, houve uma queda generalizada nos preços de ações de empresas que detém concessões, no setor de energia, saneamento básico e rodovias na sexta - diz Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.
As ações ON da OSX, que atua no setor naval, perdem 9,49% a R$ 1,44 após notícias publicadas pelo jornal "Folha de S. Paulo" afirmando que a empresa não pagou uma dívida de R$ 500 milhões à construtora espanhola Acciona. Em nota, a empresa afirmou que não deixou de pagar a dívida.
Na Europa, os principais pregões fecharam em queda expressiva pelo fator China. O índice Ibex, da Bolsa de Madri, perdeu 1,91%; o Dax, da Bolsa de Frankfurt, recuou 1,24%; o Cac, de Paris, teve perda de 1,71% e o FTSE, da Bolsa de Londres, se desvalorizou 1,42%. Os principais índices acionários americanos também caem: o S&P 500 perde 1,29%; o Dow Jones se desvaloriza 0,93% e o Nasdaq recua 1,24%.
Boletim Focus prevê dólar a R$ 2,13 no fim deste ano
No cenário doméstico, o boletim Focus, compilação feita pelo Banco Central junto ao mercado e divulgada nesta segunda-feira, a previsão para o dólar para o fim deste ano subiu para R$ 2,13. Já para 2014, a expectativa é que a moeda americana chegue a R$ 2,20.
Ainda segundo o boletim Focus, a estimativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também subiu para este ano. Passou de 5,83% para 5,86%. Já a expectativa do IPCA em 12 meses registrou desaceleração de 5,69% para 5,66%. Com isso, as taxas dos contratos futuros de juros sobem. O papel com vencimento em janeiro de 2015 passava de 10,41% para 10,58%. O DI com vencimento em janeiro de 2017 avançava de 11,49% para 11,81% e o contrato com vencimento em janeiro de 2014 subia de 9,16% para 9,19%. Nesta segunda, o Tesouro Nacional volta fazer uma leilão de recompra de títulos, com ação
O dólar comercial começou o dia em alta frente ao real, mas inverteu o sinal e passou a se desvalorizar pouco depois das 14 horas. Às 14h20, a moeda americana perdia 0,04%, sendo negociada a R$ 2,241 na compra e R$ 2,243 na venda. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 2,266 e na mínima bateu em R$ 2,242. Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,62% a R$ 2,24. No ano, a divisa sobe 9,59% frente ao real.
Depois das turbulências da semana passada, provocadas pela sinalização do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, de que deve reduzir seu programa de estímulo, que injeta US$ 85 bilhões por mês na economia dos EUA, agora é a vez de a China mexer com os nervos dos investidores.
A Bolsas caem em todo o mundo com os investidores temendo que o Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país) não agirá para conter o nervosismo do mercado de empréstimos interbancários. Na semana passada, a taxa de juro desses empréstimos dispararam. O Pboc afirmou ontem que continuará conduzindo uma política monetária de caráter prudente, realizando ajustes finos em determinados momentos. Com uma política monetária mais apertada, com os bancos evitando conceder crédito, o temor é que o crescimento econômico fique abaixo dos 7,5% previstos.
- Por isso, hoje temos mais um dia de aversão a riscos no mercado internacional - diz o economista Darwin Dib, da CM Capital Markets Brasil.
- As expectativas menos favoráveis para a China, mesmo diante da melhora do sentimento econômico da Alemanha, se refletem nas Bolsas internacionais. O mercado doméstico segue o ambiente externo. Esperamos queda da bolsa, enquanto o câmbio deve manter a tendência de desvalorização - diz análise divulgada pelos economistas do Bradesco.
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA cai 4,99% a R$ 27,04. A Vale é diretamente afetada pela saúde da economia chinesa, já que a China é a principal compradora de seu minério de ferro. Os papéis PN da Bradespar, que tem participação importante na Vale, recuam 6,83% a R$ 20,20.
Petrobras PN perde 3,40% a R$ 15,90; OGX Petróleo recua 2,43% a R$ 0,81; Itaú Unibanco PN cai 2,24% a R$ 27,93 e Bradesco PN tem perda de 1,05% a R$ 28,14.
A maior queda no pregão é dos papéis PN da Gol, com perda de 8,24% a R$ 6,68. A empresa é afetada pela alta do dólar, já que parte de seus custos são atrelados à moeda americana. Além disso, a Gol anunciou uma redução de cerca de 9% em sua oferta doméstica para este ano.
Papéis de concessionárias de serviços públicos começam a ser afetadas pelas manifestações nas ruas, contra o aumento de tarifas. Nesta segunda, o aumento dos pedágios foi suspenso pelo governo estadual, em São Paulo.
Na sexta, os papéis da Copel perderam 16,66% a R$ 26,21 porque, apesar da autorização da Aneel, a agência reguladora do setor de energia, para um reajuste de tarifa de 14,6%, na média, o governador do Paraná, Beto Richa, pediu à companhia a suspensão do aumento. Uma reunião foi marcada para esta segunda-feira para discutir o assunto. Hoje as ações PNB da Copel recuam 3,39% a R$ 25,33.
- Sem dúvida, foi o primeiro impacto das manifestações nas ações das empresas. Por causa da Copel, houve uma queda generalizada nos preços de ações de empresas que detém concessões, no setor de energia, saneamento básico e rodovias na sexta - diz Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.
As ações ON da OSX, que atua no setor naval, perdem 9,49% a R$ 1,44 após notícias publicadas pelo jornal "Folha de S. Paulo" afirmando que a empresa não pagou uma dívida de R$ 500 milhões à construtora espanhola Acciona. Em nota, a empresa afirmou que não deixou de pagar a dívida.
Na Europa, os principais pregões fecharam em queda expressiva pelo fator China. O índice Ibex, da Bolsa de Madri, perdeu 1,91%; o Dax, da Bolsa de Frankfurt, recuou 1,24%; o Cac, de Paris, teve perda de 1,71% e o FTSE, da Bolsa de Londres, se desvalorizou 1,42%. Os principais índices acionários americanos também caem: o S&P 500 perde 1,29%; o Dow Jones se desvaloriza 0,93% e o Nasdaq recua 1,24%.
Boletim Focus prevê dólar a R$ 2,13 no fim deste ano
No cenário doméstico, o boletim Focus, compilação feita pelo Banco Central junto ao mercado e divulgada nesta segunda-feira, a previsão para o dólar para o fim deste ano subiu para R$ 2,13. Já para 2014, a expectativa é que a moeda americana chegue a R$ 2,20.
Ainda segundo o boletim Focus, a estimativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também subiu para este ano. Passou de 5,83% para 5,86%. Já a expectativa do IPCA em 12 meses registrou desaceleração de 5,69% para 5,66%. Com isso, as taxas dos contratos futuros de juros sobem. O papel com vencimento em janeiro de 2015 passava de 10,41% para 10,58%. O DI com vencimento em janeiro de 2017 avançava de 11,49% para 11,81% e o contrato com vencimento em janeiro de 2014 subia de 9,16% para 9,19%. Nesta segunda, o Tesouro Nacional volta fazer uma leilão de recompra de títulos, com ação
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