A
Atenção Básica também proporciona diferentes tipos de tratamento e
acompanhamento ao usuário, incluindo o atendimento psicológico.
Atualmente, existem 3.695 Núcleos de Atenção à Saúde da Família, com
3.247 nutricionistas, 5.062 fisioterapeutas e 3.691 psicólogos, além de
educadores físicos e sanitaristas. A evolução do tratamento deve ser
acompanhada por uma das 40,5 mil Unidades Básicas de Saúde, presentes em
todos os municípios brasileiros. Nos casos de obesidade mórbida, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece ainda, como último recurso para perda de peso, a cirurgia bariátrica.
A nova Política Nacional de Promoção da Saúde, do Ministério da Saúde,
tem como objetivo deter o desenvolvimento das doenças crônicas não
transmissíveis (DCNTs), entre elas a obesidade. No Brasil, do total de
óbitos registrados em 2011 (cerca de um milhão de mortes), elas foram
responsáveis por cerca de 74 mil (72%). O enfrentamento às DCNTs é um
dos principais desafios de saúde pública no mundo. Por isso o
planejamento de ações voltadas para prevenção dos fatores de risco, como
o sedentarismo e má alimentação, além de investimentos na qualificação
da atenção e da assistência aos pacientes, são fundamentais para
diminuir os índices brasileiros.
Ângela Lucas Oliveira, responsável pela
Coordenação do Cuidado do Departamento de Atenção Primária à Saúde da
Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, no Paraná, relata a
experiência da cidade com o Grupo de Enfoque Multidisciplinar, formado
por nutricionistas, psicólogos, educadores físicos, fisioterapeutas e
farmacêuticos, profissionais que atenderam cerca de 1500 pacientes
durante o ano de 2013. “A obesidade é uma epidemia e está entre os
principais focos de trabalho do projeto. Atividade coletiva, grupo de
caminhada, trabalho com hipertensos, diabéticos, consulta individual,
visita domiciliar e qualquer outra atividade nas Unidade de Saúde pode
ser uma porta de entrada para o Enfoque Multiprofissional no combate ao
sobrepeso e obesidade”, conta a coordenadora.
Luciana Caetano é agente comunitária e
participou do projeto de Curitiba entre de março de 2013 até o março de
2014, período em que perdeu mais de 20kg e reduziu seu índice de massa
corporal (IMC) de 30 para 24. “A gente come muito fora de horário,
poucas vezes, daí a gente foi orientado a ter alimentação a cada 3h,
tomar bastante água, comer coisas saudáveis, porque às vezes a gente não
sabe como comprar o alimento, acha que porque é integral, você pode
comer bastante. Também tinha o instrutor de educação física, que
participava junto e uma vez por semana ele ensinava a gente o exercício
para fazermos em casa. Foram muitas dicas importantes, que eu vou levar
para minha vida toda”, reconhece a agente comunitária.
Entre as ações do Ministério da Saúde para incentivar a prática de hábitos saudáveis na população, está o Programa Academia da Saúde,
iniciativa de implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e
profissionais qualificados para a orientação de saúde e atividades
físicas. Hoje já são mais de 3 mil polos habilitados para construção em
mais de 2 mil municípios.
Vanessa Mior é educadora Física da
Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT), em Chapecó, Santa Catarina,
local em que funciona o Grupo de Apoio ao Emagrecimento. O atendimento
aos participantes do grupo tem duração de seis meses e também conta com
uma equipe multidisciplinar, que atende pessoas com IMC acima de 40,
apresentando obesidade mórbida. Desde 2013, 86 pessoas já passaram pelo
projeto. “Durante os primeiros 30 minutos, eu passo alongamentos,
atividades aeróbicas, circuitos, caminhadas orientadas nos parques ao ar
livre, que contam com Academias da Saúde, dou instruções sobre os
aparelhos e apresento outras modalidades, como jump, zumba e orientações
para, após o tratamento, eles também darem continuidade ao trabalho.
Depois eles têm 1 hora de informação com uma nutricionista e mais 30
minutos de práticas integrativas, como a dança circular,
auriculoterapia, massoterapia e reiki”, explica a educadora física.
No projeto, Vanessa Mior ressalta que,
após os seis meses, se o paciente reduz o IMC e sai do grau de obesidade
mórbida, ganha alta do grupo e é encaminhado a outros serviços para dar
continuidade ao acompanhamento com reeducação alimentar e atividades
físicas. Caso o paciente não consiga uma evolução satisfatória neste
mesmo período, ele se mantém por mais seis meses em atendimento físico
semanal e encontros mensais com o profissional de nutrição.
Apesar do grande percentual de
mortalidade prematura por doenças crônicas, o Brasil superou a meta de
redução estabelecida, que era de 2% ao ano. Entre 2010 e 2011, o índice
de queda da mortalidade prematura (30 a 70 anos) por DCNTs foi de 3,8%. A
expectativa é chegar a 25% em 2022.
Fonte: Ana Beatriz Magalhães / Blog da Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário