Prestes a ser executado, brasileiro pede mais uma chance
Marco Archer foi condenado na Indonésia por tráfico de drogas e deve ser fuzilado no próximo domingo
Brasileiro foi condenado à morte após ser preso por tráfico de drogas
Foto: Reprodução
Um vídeo divulgado nesta quinta-feira mostra uma
mensagem do brasileiro Marco Archer, condenado à morte por tráfico de
drogas na Indonésia que que teve a execução anunciada para o próximo
final de semana. Condenado em 2004, ele passou mais de 10 anos no
corredor da morte e teve dois pedidos de clemência negados.
Em uma mensagem de áudio, gravada no dia 13 de janeiro,
Marco fala do momento pelo qual ele passa, a poucos dias de sua
execução. "É um momento muito difícil para mim. Estou ciente de que
cometi um erro gravíssimo, mas eu mereço mais uma chance, pois todo
mundo erra", disse.
A vontade de Marco é voltar ao Brasil e desenvolver
trabalhos de combate às drogas. "Meu sonho é sair daqui e voltar ao
Brasil, expor meus problemas aos jovens que estão pensando em se
envolver com droga. Quero pedir perdão à minha nação e mostrar que a
droga leva a dois caminhos: para a prisão ou à morte", falou.
Faltando menos de uma semana para a execução (no momento
da gravação), o brasileiro já se colocou no local de fuzilamento e
imaginou o que está por vir. "Eles botam uma venda no seu olho e somos
executados a tiros. Meu Deus do céu, não dá nem para explicar", disse.
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No final da mensagem, Marco diz que vai "lutar até o fim" e que a estrela dele "vai brilhar".
Basileiro que será executado divulga mensagem de clemência Dilma não é atendida Segundo o
jornal Folha de S. Paulo desta sexta, o governo brasileiro não tem muita
esperança de reverter a situação de Marco. Até a início da noite de
ontem, o presidente indonésio Joko Widodo não havia retornado o pedido
de ligação da presidente Dilma Rousseff, feito na sexta-feira.O fato de Widodo não ter nem atendido à presidente, que
iria fazer o pedido de clemência, causa ruídos na relação entre os dois
países. Além de Marco, outro brasileiro, Rodrigo Gularte, também espera
no corredor da morte indonésio.Em nota, a Anistia Internacional afirma ser contra a
pena de morte e diz que vai pressionar o governo indonésio a não levar
adiante a execução.Terra
Carioca de Ipanema será fuzilado na Indonésia por crime de tráfico de drogas
Preso em 2003 ao entrar no país com 13,7 kg de cocaína, ele teve pedidos de clemência negados pelo governo local
O Dia
Rio - Carioca de Ipanema, Marco Archer Cardoso
Moreira vai se tornar o primeiro brasileiro da história do país a ser
executado por um governo estrangeiro. Condenado à morte na Indonésia por
tráfico internacional de drogas, ele ficará frente a frente com um
pelotão de fuzilamento neste domingo. Desde 2004, quando recebeu a
sentença, Marco, hoje com 53 anos, teve todos os pedidos de clemência
feitos por sua defesa e pelo governo brasileiro negados.
De acordo com o principal jornal local, o
‘Jakarta Post’, Marco e outros cinco presos, de várias nacionalidades,
serão mortos no domingo. O fuso-horário da Indonésia é de sete horas a
mais em relação ao Brasil. Por isso, no horário de Brasília, a pena
deverá ser concretizada no próprio domingo, aqui. Caso as autoridades
indonésias optem pela execução ainda na madrugada (horário de lá), a
morte poderá ocorrer na noite de amanhã no Brasil. Anistia quer evitar execução de condenados por tráfico de droga na Indonésia
Instrutor de voo livre no Rio, ele
foi preso em 2003, ao entrar naquele país com 13,7 kg de cocaína
escondidos em tubos de fibra da asa-delta. O porta-voz da Procuradoria
Geral da Indonésia M. Prasetyo informou em coletiva de imprensa, ontem,
que os acusados souberam na quarta-feira que vão morrer domingo. “Eles
poderão se preparar mentalmente e depois poderemos ouvir seus últimos
pedidos”, disse.
Marco já foi transferido para outra
prisão, conhecida como corredor da morte, onde segue em isolamento. Como
‘último desejo’, pediu bacalhau a uma tia. A mulher viajou a Jacarta e,
antes, fez escala em Lisboa para levar a iguaria. Ela também transporta
cartas e lembranças de amigos. Moreira é solteiro, não tem filhos e
seus pais já morreram. Na Indonésia, a execução é feita por fuzilamento.
Doze soldados atiram com rifles no peito do condenado, porém apenas
duas armas são carregadas: os carrascos não sabem quem fez o disparo
fatal. Caso a pessoa sobreviva, é disparado tiro na cabeça.
Amigo de Archer, o cineasta Marcos
Prado conversou com o preso há dois dias e disse que ele está
assustado.Segundo Prado, o carioca ainda tinha a esperança de não ser
executado e quer servir de exemplo para os jovens que pensam em levar
drogas para outro país.
O advogado de Archer, Utomo Karim,
esteve com ele na cela de isolamento, quarta-feira, e disse que o
brasileiro está em estado de choque, triste e com medo. Marco disse
ainda que não quer morrer. O prisioneiro chegou a pensar que a execução
seria na quarta e entrou em pânico, segundo Karim.
Brasil tentou negociar, mas foi em vão
O advogado de Archer, Utomo Karim, afirmou que o governo brasileiro
enviou carta à Indonésia pedindo que o carioca fosse extraditado e
cumprisse pena no Brasil, mas que não havia mais tempo para manobras
legais. Apesar da impossibilidade de negociação, a presidenta Dilma
Rousseff solicitou, semana passada, conversa com o novo presidente da
Indonésia, Joko Widodo.
No dia 31 de dezembro, ele negara o
pedido de Marco. Em nota, o Itamaraty disse que o governo continua
mobilizado e avalia todas as possibilidades, mas sem detalhá-las. Em
2005, o ex-presidente Lula já havia feito pedido de clemência. Cinco
anos depois, o ex-governante também enviou carta ao então presidente da
Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono. Em 2011, foi a vez de Dilma se
encontrar com o mandatário para fazer o pedido.
Nesta quinta-feira, a Anistia Internacional
repudiou a decisão do governo indonésio. O carioca afirma que tentou
entrar no país com a droga porque precisava de dinheiro para pagar
dívida com um hospital onde se tratara de acidente
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