5.20.2016

Ácido úrico




Dr. Carlos me explicou que o ácido úrico é uma substância química produzida pelo organismo por meio da decomposição das “purinas”.

As purinas são encontradas em todas as células animais e vegetais e estão presentes em alguns alimentos, especialmente na carne vermelha e nos frutos do mar.

Durante a digestão dos alimentos de origem animal ou vegetal que ingerimos, uma parte dessas purinas é aproveitada pelo organismo.

O excesso é convertido em ácido úrico e eliminado pelos rins (principalmente) e pelas fezes.

Ok, mas se o ácido úrico é produzido naturalmente em nosso organismo, o que pode dar errado nesse processo?

Sabe aquela faxina que você faz, mas não dá conta de tudo? Aquelas sujeiras que sobram e que você não consegue remover de jeito nenhum?

É quase isso.

Normalmente, a maior parte do ácido úrico que produzimos é eliminada pela urina e, graças a este mecanismo, ele não se acumula dentro do corpo.

Mas há pessoas geneticamente predispostas que produzem o próprio ácido úrico de maneira exagerada dentro do organismo e não conseguem eliminá-lo eficientemente pela urina.

Segundo Dr. Carlos me contou, os níveis adequados são de 3,4 a 7,0 mg/dl para os homens e de 2,4 a 5,7mg/dl para as mulheres.


Os homens têm propensão a produzir uma maior quantidade de ácido úrico, por particularidades de seu metabolismo celular.

Quando o nível de ácido úrico se eleva exageradamente no sangue – condição chamada de hiperuricemia – ele pode provocar a nefrolitíase, mais conhecida como “pedras nos rins”, ou se acumular em determinadas articulações (frequentemente as do dedão do pé, tornozelo, calcanhar e joelho, como aconteceu com Leto).

Este quadro inflamatório, bastante doloroso, é chamado de “gota” e também é muito mais frequente em homens (95% dos casos) do que em mulheres.

Então, minha gente, é preciso pensar em dar uma melhorada na faxina do corpo e ficar atento aos fatores que potencializam a produção de ácido úrico no corpo.

E quais seriam?

Bom, como sempre, há ainda alguns fatores extras que podem aumentar a produção e complicar a excreção do ácido úrico:

- Ingestão aumentada de bebidas alcoólicas;
- Excesso de ingestão de carne vermelha;
- Deficiência de algumas enzimas específicas envolvidas no metabolismo das purinas;
- Intoxicação por chumbo;
- Obesidade;
- Hipertensão arterial;
- Síndrome metabólica;
- Deficiências da função renal;
- Efeitos secundários da quimioterapia (tratamento do câncer).

Olhando para estes vilões, você já deve ter sacado que, na alimentação, está um bom caminho para a tal faxina necessária.



Se você já apresentou sintomas, constatou um índice elevado de ácido úrico em seu organismo – ou apenas deseja se prevenir para garantir que não venha a sofrer com isso em algum momento – o caminho é, mais uma vez, prestar atenção ao que você coloca para dentro do seu corpo.

Caso exista hiperuricemia, os seguintes alimentos em purina DEVEM ser evitados ou ter seu consumo reduzido:

- Carnes vermelhas e principalmente vísceras (coração, rim, fígado, moelas, miolo, língua);
- A gordura saturada em excesso (banha de porco, cortes gordurosos de carne vermelha e de porco, manteiga, bacon, queijos amarelos);
- Embutidos como salsicha, presunto, mortadela, linguiça;
- Ovas de peixe e certos peixes e frutos do mar: sardinha, anchova, cavala, arenque, manjuba, mexilhão;
- Condimentos como caldos de galinha ou carne;
- Bebidas alcoólicas: principalmente a cerveja;
- A frutose, utilizada pela indústria alimentícia nas bebidas açucaradas como refrigerantes e sucos artificiais;
- O exagero nos carboidratos refinados (açúcar, pão branco, bolos, bolachas, massas, arroz branco, etc).

O dr. Carlos explicou que, até pouco tempo, alguns alimentos fontes de proteínas vegetais eram excluídos do cardápio das pessoas com excesso de ácido úrico.

Espinafre, couve-flor, cogumelos comestíveis, lentilha, feijões e ervilhas eram proibidos.

No entanto, estudos recentes concluíram que seu consumo pode ser liberado sem exageros. Ou seja, não é preciso eliminá-los do cardápio. Moderação, no caso, é a palavra.
 

Se por um lado existem as contraindicações, por outro existem os alimentos, nutrientes e práticas que parecem conferir uma certa proteção e deveriam fazer parte da estratégia alimentar dos pacientes com maior risco.

Veja aqui o que pode te ajudar, de acordo com a orientação do nosso consultor:

1. Alimentação

Inclua em sua dieta as folhas verdes (como agrião, rúcula, endívia, acelga, ora-pro-nobis) e frutas ricas em vitamina C, como laranja, kiwis ou goji berries.

Também adicione aos seus alimentos temperos como gengibre e cúrcuma, que têm comprovado efeito anti-inflamatório.

2. Vinagre de maçã

Adicione uma colher de chá de vinagre de maçã orgânico e não pasteurizado a um copo de água e beba tudo, de 2 a 3 vezes por dia.

Como um desintoxicante natural, o vinagre de maçã pode ajudar a remover resíduos de ácido úrico do corpo. Ele contém ácido málico, que ajuda a quebrar e eliminar o ácido. O vinagre de maçã também ajuda a restaurar o equilíbrio do corpo e proporciona benefícios anti-inflamatórios e antioxidantes.

Mas atenção: cuidado com o excesso, pois o vinagre de maçã pode diminuir os níveis de potássio no organismo. Além disso, ele pode interagir com medicamentos diuréticos.

3. Água morna com limão pela manhã

Esprema o suco de um limão em um copo de água morna e beba-o na parte da manhã, com o estômago vazio.

Embora possa parecer que o suco de limão irá tornar o corpo mais ácido, na realidade, ele produz um efeito alcalino. A alta concentração de vitamina C também ajuda a reduzir os níveis de ácido úrico.

4. Azeite
Opte pelo azeite de oliva prensado a frio ao invés de usar óleo vegetal, manteiga ou gordura quando for cozinhar. O azeite contém gorduras monoinsaturadas que permanecem estáveis quando aquecidos. Além disso, ele é rico em vitamina E e antioxidantes, e tem benefícios anti-inflamatórios.

A maioria dos óleos vegetais se transformam em gorduras rançosas quando aquecidos ou processados. As gorduras rançosas destroem a vitamina E no corpo, que é essencial para controlar os níveis de ácido úrico.

5. Hidrate-se!

Beba de 8 a 10 copos de água durante todo o dia. Beber muita água ajuda a otimizar a filtragem de ácido úrico. Isso ajuda a diluir o ácido úrico e estimula os rins de eliminar quantidades em excesso do corpo através da urina.

Beber água regularmente também pode reduzir o risco de ataques recorrentes de gota. Pesquisadores descobriram que os participantes que bebiam 5 a 8 copos de água no período de 24 horas antes de um possível ataque de gota tinha um 40 por cento menor risco de um ataque em comparação com aqueles que beberam apenas um copo de água ou menos.

6. O poder das plantas

Medicamentos fitoterápicos, à base de chapéu-de-couro, garra-do-diabo e unha-de-gato possuem efeitos diuréticos e anti-inflamatórios, podem ser uma boa alternativa para reduzir o ácido úrico no sangue.

Então é isso. Acho que agora você já tem bastante informação para fazer uma boa faxina em seu organismo e não deixar que o ácido úrico se torne um problema em sua vida, assim como aconteceu com o Jared Leto.

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