Nivia de Souza |
Leitor, como você está? Espero que muito bem.
Quero começar este encontro apresentando 2 pessoas totalmente diferentes, que poderiam ser seus parentes, vizinhos ou até mesmo você.
Verônica J., 63 anos: contadora, mãe de 2 filhos, voltou a fumar há pouco mais de uma década, logo após a menopausa. Durante um bom tempo, foi usuária da pílula anticoncepcional. Costuma fazer aulas de zumba às quartas-feiras, mas, às sextas, não dispensa uns petiscos com chope geladinho. Sua ginecologista, com quem faz consultas anuais, a aconselhou procurar um cardiologista. A médica, porém, não foi ouvida. Depois de sentir muita dor de cabeça, Verônica sofreu AVC hemorrágico enquanto trabalhava.
Douglas F., 38 anos: engenheiro, pai de 3 filhos, usa uma calça número 48 e se incomoda com a barriga que costuma ficar para fora. Não frequenta a academia e, em um mesmo dia, não chega a dar os 10 mil passos diários necessários para ser considerado ‘saudável’. Também não liga muito para o cuidado com o diabetes e com a saúde em geral. Nunca colocou um cigarro na boca e também não bebe, porém faz praticamente todas as refeições fora de casa, abusando de fast food, frituras, refrigerantes diets, pães doces e cachorro-quente. Em uma segunda-feira de manhã, teve um AVC isquêmico.
Apesar de serem tão distintos, Verônica e Douglas têm em comum algo que vai além do fato de ambos terem sido vítimas (quase fatais) de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecidos como derrames.
Quero começar este encontro apresentando 2 pessoas totalmente diferentes, que poderiam ser seus parentes, vizinhos ou até mesmo você.
Verônica J., 63 anos: contadora, mãe de 2 filhos, voltou a fumar há pouco mais de uma década, logo após a menopausa. Durante um bom tempo, foi usuária da pílula anticoncepcional. Costuma fazer aulas de zumba às quartas-feiras, mas, às sextas, não dispensa uns petiscos com chope geladinho. Sua ginecologista, com quem faz consultas anuais, a aconselhou procurar um cardiologista. A médica, porém, não foi ouvida. Depois de sentir muita dor de cabeça, Verônica sofreu AVC hemorrágico enquanto trabalhava.
Douglas F., 38 anos: engenheiro, pai de 3 filhos, usa uma calça número 48 e se incomoda com a barriga que costuma ficar para fora. Não frequenta a academia e, em um mesmo dia, não chega a dar os 10 mil passos diários necessários para ser considerado ‘saudável’. Também não liga muito para o cuidado com o diabetes e com a saúde em geral. Nunca colocou um cigarro na boca e também não bebe, porém faz praticamente todas as refeições fora de casa, abusando de fast food, frituras, refrigerantes diets, pães doces e cachorro-quente. Em uma segunda-feira de manhã, teve um AVC isquêmico.
Apesar de serem tão distintos, Verônica e Douglas têm em comum algo que vai além do fato de ambos terem sido vítimas (quase fatais) de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecidos como derrames.
Verônica e Douglas são hipertensos, ou seja, sofrem de pressão alta. Você sabe, leitor, o que isso realmente significa?
O sangue, quando passa por cada veia e artéria, exerce uma tensão sobre as paredes destes vasos. É como a água passando pela mangueira.
Quando esta tensão é igual ou acima do considerado normal (14 por 9, em repouso), a pessoa é enquadrada como vítima de hipertensão.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a pressão alta acomete 1 em cada 4 pessoas.
Esta condição é popular e democrática; qualquer pessoa pode apresentar, independentemente de idade, cor, peso e temperamento.
Durante o processo de envelhecimento, é comum que aconteça esse aumento na pressão arterial.
É um processo silencioso e, por vezes, traiçoeiro. Até porque, você, meu vizinho, a Verônica e o Douglas podem estar com os índices pressóricos em desalinho sem se darem conta disso.
O sangue, quando passa por cada veia e artéria, exerce uma tensão sobre as paredes destes vasos. É como a água passando pela mangueira.
Quando esta tensão é igual ou acima do considerado normal (14 por 9, em repouso), a pessoa é enquadrada como vítima de hipertensão.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), a pressão alta acomete 1 em cada 4 pessoas.
Esta condição é popular e democrática; qualquer pessoa pode apresentar, independentemente de idade, cor, peso e temperamento.
Durante o processo de envelhecimento, é comum que aconteça esse aumento na pressão arterial.
É um processo silencioso e, por vezes, traiçoeiro. Até porque, você, meu vizinho, a Verônica e o Douglas podem estar com os índices pressóricos em desalinho sem se darem conta disso.
Sinal de alerta
Leitor, eu não quero com isso lhe causar nenhum desespero. Até porque o terrorismo mais atrapalha do que ajuda.
O meu objetivo – e o da Jolivi também – é te alertar para esse problema de saúde que pode ser um gatilho para doenças cardiovasculares – entre elas, o AVC, que acometeu nossos amigos Verônica e Douglas.
Segundo o nosso consultor, dr. Leonardo Aguiar, anualmente, 68 mil pessoas morrem após ter um derrame no Brasil, tornando esta a nossa primeira e principal causa de morte.
No mundo todo, esse número é de 6 milhões.
Além dessa estatística ser triste e estar bem próxima da gente por abranger quem nos é querido, é revoltante saber que a pressão alta é uma condição altamente evitável.
Há também aquelas pessoas que sobrevivem ao AVC. O que, óbvio, é desejável, mas, muitas vezes as sequelas são horríveis.
O dr. Léo me disse que as consequências de um derrame podem ser incapacitantes, o que resulta não só em impactos na vida do paciente e de seus familiares, mas para a sociedade em geral.
Assim, podemos dizer que a hipertensão é um problema de saúde de pública, e seu combate exige muito mais do que sair do consultório médico com receitas vitalícias de medicamentos, que prometem fazer o controle.
Só medicar os hipertensos não adianta, e a coleção de mortes e sequelados pelo AVC nos comprova isso.
Silêncio nada inocente
O dr. Léo me disse que, comumente, o organismo humano precisa dessa alteração de pressão para realizar algumas atividades, que nos exigem maior ou menor esforço.
“Quando o corpo não consegue efetuar o controle dessa pressão e os níveis permanecem elevados por um tempo maior que o necessário, começam a ocorrer lesões nos órgãos-alvo, como por exemplo rins, coração e cérebro”, contou o médico.
Então, apenas quando esses órgãos são lesionados, seu organismo vai te contar que algo não está bem.
“O problema é que, muitas vezes, estes sinais podem ser letais, como, por exemplo, os AVCs”, ponderou o dr. Léo.
Verônica e Douglas
Como comentei com vocês, nossos amigos sofreram um AVC em dias comuns de suas vidas. Cada um deles, entretanto, teve um tipo de derrame.
A Verônica teve um hemorrágico. Isso quer dizer, leitor, que ela teve um sangramento no cérebro por conta de um vaso rompido. Este tipo é mais grave que o isquêmico, que acometeu Douglas.
Por sua vez, o AVC isquêmico é fruto de uma interrupção no fluxo de sangue em alguma área específica do cérebro. Essa falta de sangue, por consequência, causa ausência de oxigênio, danos neurológicos e pode até paralisar o paciente.
Medindo a pressão
Alguns problemas de saúde só podem ser avaliados ou evidenciados por meio de exames médicos específicos, realizados em laboratórios e hospitais.
A nossa pressão arterial, diferentemente, pode ser medida em casa.
(Olha aí, querido leitor, um ponto a favor da prevenção e do controle da hipertensão)
Obviamente, você deve adquirir um medidor de pressão, que é facilmente encontrado em farmácias e lojas especializadas.
Muitos deles são digitais, o que facilita o processo.
Para saber tintim por tintim como medir sua pressão em casa, entre neste link, no site da Jolivi.
Aceite e cuide-se
Pois bem.
De acordo com um artigo publicado no início de maio de 2016, muitas pessoas têm dificuldade em aceitar o diagnóstico de hipertensão.
A autora do texto, a endocrinologista Naomi Fisher, professora de medicina da Harvard Medical School e diretora do Serviço de Hipertensão do Brigham and Women’s Hospital, cita 3 fatores que tornam essa compreensão uma das dificuldades do gerenciamento da hipertensão.
1) A falta de sintomas torna o problema irreal;
2) Como ela está conectada a problemas sérios, como os AVCs, ao invés de tranquilizar os pacientes, os médicos acabam por criar medo. A hipertensão só é algo comprometedor se não tratada;
3) A dificuldade de se identificar uma causa também floresce questionamentos para o diagnosticado, principalmente para aqueles que têm hipertensão como uma causa genética ou por conta do envelhecimento.
Como todos sabemos não dá para desejar interromper o processo de envelhecimento, não é?
Portanto, gerenciar os outros fatores de risco da hipertensão é totalmente possível.
Mas, como?
Para fazer as recomendações de controle e gerenciamento da hipertensão, eu conversei com o dr. Léo, que tem sempre em mente o conceito de co-criação de saúde.
Ou seja, o paciente, você, a Verônica, eu e o Douglas precisamos ter uma participação ativa nos tratamentos de saúde.
A primeira dica é ter o hábito de medir sua pressão. Isso faz com que você faça o controle antes de algum órgão mandar a fatura.
• Ingredientes da pressão controlada:
A alimentação, como você já deve imaginar, leitor, tem um papel essencial no gerenciamento e controle.
Eu acho que você deve estar pensando que farei uma lista de diversas restrições alimentares. Pelo contrário! Até porque controle tem muito mais a ver com equilíbrio do que com proibições.
A única restrição que vou citar é sobre o sal. Evitar seu consumo é primordial para controlar a pressão, uma vez que, devido à uma característica química dele, o volume de sangue dentro das veias e artérias aumenta após a ingesta.
Aos poucos, ir diminuindo a quantidade de sal adicionada – mesmo que você ainda não sofra com a hipertensão –, é uma dica bacana e que vai acostumando, lentamente, seu paladar familiarizado com o sabor salgado.
“Devemos lembrar que existem alimentos que nos enganam, pois possuem altíssimo teor de sódio como, por exemplo, conservas e embutidos”, avalia o consultor.
O dr. Léo indica que você dê preferência para os grãos integrais, pois eles são ricos em fibras.
Quer exemplos? Olha só: arroz integral, milho (lembre-se de não adicionar sal na pipoca), aveia, quinoa.
A próxima dica do nosso consultor é abusar dos vegetais, que são ricos em minerais e fibras. “Não pense neles apenas como acompanhamentos”, indica. A trinca tomates, cenouras e brócolis rendem pratos saborosos, criativos e coloridíssimos.
As nozes também são aliadas poderosas, pois elas contêm tipos de gorduras que são bons para a nossa saúde. Por conta do alto teor calórico, consuma com moderação como lanche intermediário.
Fique atento também ao consumo de bebidas alcoólicas, pois elas também possuem a capacidade aumentar a sua pressão.
• Não se reprima:
Praticar atividade física também faz parte desse processo, leitor. Qual a modalidade que você escolheu? Aulas de spinning ou musculação? Aulas de tênis ou de boxe?
O exercício vai mexer e influenciar diretamente com todo o seu sistema cardiovascular.
De acordo com um artigo publicado em 2003 na revista do Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia ( SBC), “por meio do treinamento físico, é possível para o paciente hipertenso diminuir a dosagem de seus medicamentos anti-hipertensivos ou mesmo ter sua pressão arterial controlada sem a adoção de medidas farmacológicas”.
Remédio para sempre?
Pois é, leitor. Aposto que você conhece hipertensos que acham que estão condenados a usar medicação de controle para o resto da vida.
É claro que, dependendo da situação e da gravidade do caso, o remédio se faz necessário sim.
Porém, ele não e nem nunca será a única saída para o controle. Com uma alimentação realmente saudável, prática de exercícios e acompanhamento médico, é possível ir diminuindo os remédios, ganhando em qualidade de vida e até abandoná-los.
“Não é a medicação que promove mudanças na sua vida. Quem sente e vive o problema e é capaz de tomar a decisão é você”, fala dr. Léo.
Vamos abordar mais, num futuro próximo, essa relação de “dependência” entre hipertensos e medicamentos (indústria farmacêutica). Porque cuidar da pressão arterial não precisa estar centrado em comprimidos, como a medicina ocidental vem pregando em suas campanhas.
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