12.14.2016

Gilmar já admite: vazamento pode melar Lava Jato

247 - "'É possível', admitiu candidamente o ministro Gilmar Mendes ao ser perguntado na terça-feira se o vazamento da primeira delação premiada da Odebrecht pode gerar a nulidade dos processos da Lava Jato. Autonomeado porta-voz das indignadas excelências de alto coturno atingidas pela delação do diretor Cláudio Mello Filho, já confirmada em depoimento do presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, que também vazou, Gilmar disse que "isso tem que ter consequência" e defendeu que o Supremo Tribunal Federal tome uma posição sobre a colaboração premiada: "Claro que ela trouxe benefícios, mas vai precisar ser ajustada. Tudo que leva a esse empoderamento leva a abusos". Será que o falante ministro só descobriu os abusos agora que as delações premiadas atingiram a cúpula do governo e as lideranças dos principais partidos políticos?"
O questionamento, em tom irônico, é do jornalista Ricardo Kotscho.
Ele lembra que "capas de revista e manchetes de jornais com ampla repercussão nos noticiários de rádio e televisão, os vazamentos de delações da Lava Jato começaram praticamente junto com a operação, em março de 2014". "Virou rotina", frisa. "Durante 33 meses, não passou uma semana sem que novos vazamentos bombásticos atingissem os partidos aliados do governo anterior, principalmente o PT", ressalta.
No entanto, com a mudança do alvo - agora o presidente Michel Temer -, a reclamação é geral. "Na segunda-feira, o próprio presidente Michel Temer enviou requerimento ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em que chama de "ilegítima" a divulgação por meio de vazamento de investigações criminais e reclamou que a lentidão em procedimentos investigatórios perturba áreas sensíveis do governo".
Leia íntegra do artigo de Ricardo Kotscho aqui

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