Colocado no poder por políticos e parlamentares apavorados com a Lava
Jato, Michel Temer corre agora o risco de frustrá-los, depois das
manifestações deste domingo; o impeachment da presidente Dilma Rousseff
teve como finalidade principal afastar a presidente honesta para que
fosse possível, sob o comando de Temer, frear a Lava Jato e "estancar
essa sangria", como definiu seu líder Romero Jucá (PMDB-RR); emparedado
pelos protestos, e com péssimos resultados na economia, Temer já tenta
se desvencilhar de sua missão principal, mas corre o risco de ser
derrubado pelos mesmos parlamentares que o apoiaram; "se não sancionar,
cai", disse um representante do baixo clero, que comandou a reação do
parlamento às chamadas "10 medidas contra a corrupção" Em entrevista ao colunista Jorge Bastos Moreno, jornalista em quem
mais confia, Michel Temer disse que pretende lançar uma espécie de "dez
medidas" para reativar a economia, mas não anunciou nenhuma delas,
porque, aparentemente, não tem ideia do que fazer para retirar o País do
buraco em que se encontra; entrevista serviu apenas para demonstrar a
impaciência das forças que apoiaram o golpe parlamentar de 2016 com a
ausência de resultados; "Realmente recebi no meu gabinete os senadores
Tasso Jereissati, José Aníbal (PSDB-RO), Armando Monteiro (PTB-PE) e
Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Eles pediram medidas que possam impulsionar o
crescimento, alegando que não dá mais para esperar até o segundo
semestre. Gravei bem uma expressão do senador José Aníbal de que 'cabe
ao dono cuidar da padaria'", disse ele; golpe de 2016, que começou a ser
articulado por PMDB e PSDB após a vitória de Dilma Rousseff em 2014, já
custou 10% do PIB e milhões de empregos
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