A síntese das
manifestações de domingo: apesar do intenso apoio midiático e da
estrutura de convocação pela rede, os atos de hoje - "contra a
corrupção" e em apoio ao juiz Moro - tiveram queda significativa de
mobilização. Em Brasília, o ato foi muito menor do que o protagonizado
pelo movimento estudantil na última terça, contra a PEC 55; em São
Paulo, a mobilização impulsionada pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil
Popular, no domingo passado, também foi significativamente maior do que a
passeata da dobradinha Vem Pra Rua / MBL, apesar do incentivo global ao
ato pró-Moro.
Poderia ser diferente
em atos de convocação de pauta alienada, que não interage com a maioria
da população? O país passa pela maior crise econômica da história e não
existe uma reivindicação econômica nas manifestações de hoje. O bordão
"é a economia, estúpido" jamais esteve tão atual: o desemprego grassa, a
pauta do governo é a retirada de direitos em ataques sucessivos e as
manifestações de hoje simplesmente viraram as costas pra isso; um brado
etéreo contra a corrupção, a sacralização do Poder Judiciário, a
romantização de um "justiceiro" guardando, ao mesmo tempo, a devida
blindagem ao governo Temer, que derrete a olhos vistos.
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