4.03.2017

PSDB não consegue conviver com o ódio que semeou no País


Responsáveis pelo golpe que feriu de morte a democracia brasileira e arruinou a economia nacional, líderes do PSDB agora se queixam do ódio instalado no Brasil; em artigo publicado neste domingo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reclamou da falta de "bonomia" na sociedade brasileira; em vídeo, Andrea Neves, acusada de receber propina para o irmão Aécio Neves, perguntou "de onde vem tanto ódio"; no meio da semana, Luciano Huck, um dos projetos presidenciais de FHC, se lançou candidato e disse que "não importa se foi golpe ou não"; no entanto, a raiz de toda a tragédia brasileira é o ódio de classe que vem sendo semeado pelo PSDB há vários anos e que culminou no golpe de 2016 
 "Sei que vivemos um momento de desânimo e que o ódio substitui certa bonomia, que parecia própria dos brasileiros", escreve o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na primeira linha de seu artigo deste domingo (leia aqui).
Horas mais tarde, Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), postou um vídeo nas redes sociais em que foi às lágrimas e questionou o porquê de tanto ódio, depois de ter sido citada, na capa de Veja, como operadora de propinas para o irmão (leia aqui).
Os dois exemplos são parte do mesmo fenômeno: a dificuldade do PSDB em conviver com o ódio que os tucanos instalaram no País e que agora se volta contra eles.
Afinal, foi o PSDB, sob o comando do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, em novembro de 2014, logo após sua quarta derrota presidencial, decidiu conspirar contra a democracia brasileira e criar as condições para um impeachment fraudulento que fez com que o Brasil se transformasse num vexame mundial.
Para que se atingisse tal objetivo, não se mediram, em nenhum momento, as consequências.
Em 2015, sob a benção de FHC, Aécio se aliou a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, para sufocar o governo da presidente reeleita Dilma Rousseff, com suas pautas-bomba no Congresso. Em paralelo, "movimentos sociais" que eram apenas páginas de promoção de ódio e notícias falsas na internet, foram financiados para inflar protestos de rua. Isso sem falar nos colunistas de extrema direita recrutados por meios de comunicação financiados por verbas de publicidade de governos tucanos.
Com o ódio instalado no País, em 2016, os tucanos finalmente conseguiram concretizar o golpe parlamentar que já produziu uma queda de praticamente 10% do PIB nacional e instalou no Palácio do Planalto um governo com nada menos que nove ministros investigados por corrupção.
Um elemento, no entanto, fugiu do controle: as delações da Odebrecht. Arruinada nesse processo, a empreiteira decidiu delatar todos os esquemas de corrupção de que participou – e não apenas os de governos petistas. A consequência foi a revelação de repasses de R$ 70 milhões para Aécio, o Mineirinho, de R$ 23 milhões na Suíça para José Serra, o Careca, e também de pagamentos não contabilizados para Geraldo Alckmin, o Santo.
Com isso, o PSDB viu seus três principais presidenciáveis serem engolidos pelo neófito João Doria, prefeito de São Paulo – um personagem que lembra Jânio Quadros e provoca aversão máxima em FHC.
Ciente de que a cúpula tucana está liquidada, FHC passou a defender candidaturas avulsas e orientou o apresentador Luciano Huck a se lançar candidato, numa entrevista concedida à Folha de S. Paulo no fim de semana. Vendendo-se como uma espécie de "candidato do bem", Huck soltou uma pérola na entrevista. "Não importa se foi golpe ou não", disse ele.
Claro que importa, Luciano.
Foi um golpe liderado por seus amigos tucanos. E disso o mundo inteiro já sabe.
É justamente esse golpe vergonhoso que explica o ódio predominante no Brasil, semeado pelo PSDB, e com o qual os tucanos não conseguem conviver.

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