"A delação só faz sentido se o colaborador tiver a segurança de que o acordo feito será respeitado. Se ela puder ser revista, em breve o instituto deixará de existir", disse o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal; a declaração é uma resposta ao colega Gilmar Mendes, que sugeriu que a delação da JBS, que praticamente selou a queda do governo de Michel Temer e o fim da carreira política do senador Aécio Neves (PSDB-MG), teria que ser aprovada pelo plenário da corte; Barroso também questionou outra declaração de Gilmar, que se disse inclinado a rever seu voto sobre prisões em segunda instância; "Voltar ao modelo anterior é retomar um sistema que pune os pobres e protege os criminosos que participam de negociatas com o dinheiro público", disse Barroso
Em entrevista ao jornalista Bernardo Mello Franco, Barroso contestou duas posições de Gilmar: a revisão do acordo de delação da JBS, que praticamente enterrou o governo Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), e a possibilidade de rever a jurisprudência sobre prisões em segunda instância.
"Uma vez homologada, a delação deve prevalecer sem nenhum tipo de modificação futura", disse Barroso. "A delação só faz sentido se o colaborador tiver a segurança de que o acordo feito será respeitado. Se ela puder ser revista, em breve o instituto deixará de existir."
Barroso também condenou a possibilidade de revisão sobre prisões em segunda instância. "Voltar ao modelo anterior é retomar um sistema que pune os pobres e protege os criminosos que participam de negociatas com o dinheiro público", afirmou. "Você só muda a jurisprudência quando existe mudança na realidade ou na percepção social do direito. Não aconteceu nem uma coisa nem outra."
Nenhum comentário:
Postar um comentário