A Polícia Federal está nas ruas do Distrito Federal desde as primeiras horas desta terça-feira (23/5) em mais um desdobramento da Lava Jato. Os alvos são agentes públicos e ex-agentes públicos, construtoras e operadores das propinas ao longo de três gestões do Governo do Distrito Federal, entre eles há mandados de prisão contra os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT), José Roberto Arruda (PR) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB); assessor do Palácio do Planalto, Filipelli é um dos principais operadores de Michel Temer; a operação decorre de um esquema de propinas na construção do estádio Mané Garrincha
Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (23) mandados de prisão temporária contra ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz e o ex-vice governador Tadeu Filippelli, hoje assessor do presidente Michel Temer. Às 8h12, segundo informações da PF, os três políticos foram detidos. Os policiais chegaram na casa de Agnelo por volta das 6h.
A operação é baseada em delação premiada de executivos da Andrade
Gutierrez sobre um esquema de corrupção nas obras do estádio Mané
Garrincha. A PF diz que a reforma do local pode ter sido superfaturada
em cerca de R$ 900 milhões, visto que estava orçada em R$ 600 milhões
mas custou R$ 1,575 bilhão.
O advogado de Arruda, Paulo Emílio, afirmou ao G1
que ainda está "tomando pé das circunstâncias", mas que vai tentar
revogar o mandado prisão. Segundo ele, o político ainda não tinha sido
preso até às 8h20.
O G1
tentou contato com o advogado do ex-governador Agnelo Queiroz, mas não
obteve respostas até o momento da publicação desta reportagem. A defesa
do ex-vice governador Tadeu Filippelli, afirmou que "preferia não se
pronunciar por enquanto".
Na operação desta manhã, cerca de 80 policiais foram divididos em 16
equipes e devem ser cumpridos 10 mandados de prisão temporária, 3 de
conduções coercitivas e 15 mandados de busca e apreensão. As medidas
judiciais partiram da 10ª Vara da Justiça do DF e as ações ocorrem em
Brasília.
Além dos políticos, a operação desta terça tem como alvo agentes
públicos, construtoras e operadores das propinas que atuaram na época.
Segundo a PF, a suspeita é de que com a intermediação dos operadores, os
agentes públicos tenham simulado etapas da licitação. O Mané Garrincha
não recebeu financiamento do BNDES, mas da Terracap, empresa do governo
do Distrito Federal que não tinha este tipo de operação prevista entre
suas atividades.
Agnelo, que foi governador do DF de 2011 a 2015, foi condenado a ficar
inelegível por oito anos em 2016. O Tribunal Regional Eleitoral entendeu
que ele e seu vice, Filippelli, usaram pa publicidade do governo para
se favorecer a campanha de 2014.Em fevereiro passsado, o Tribunal
Superior Eleitoral manteve a punição ao ex-governador, mas absolveu o
ex-vice.
Filippelli foi nomeado assessor especial do gabinete pessoal de Temer
em setembro de 2016. Antes, integrava, desde 2015, a assessoria
parlamentar da vice-presidência da República. Segundo blog da Andréia
Sadi, Filippelli despacha no 3º andar, onde fica o presidente, e é um
dos assessores que faz a interlocução de bastidor com o Congresso e
empresários.
Em julho de 2014, Arruda foi condenado pelo Tribunal de Justiça do DF
por improbidade administrativa e pelo suposto envolvimento no esquema de
corrupção conhecido por mensalão do DEM. No mesmo ano, ele teve o
registro barrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da
Ficha Limpa e renunciou a candidatura para governador do DF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário