No recurso em que levou ao plenário do Supremo Tribunal Federal o
pedido de prisão preventiva do senador afastado Aécio Neves (PSDB),
disse que Aécio quer pôr um 'freio de arrumação na Polícia Federal'; ao
citar conversa de Aécio com Joesley Batista, Janot diz que "a estratégia
para justificar a aprovação do projeto de abuso de autoridade é usar os
supostos erros da Operação Carne Fraca, escondendo o real objetivo de
que, de fato, seria para impedir ou embaraçar a Operação Lava Jato";
procurador observa que a estratégia do tucano 'coincide' com aquela
discutida entre o senador Romero Jucá (PMDB/RR) e o delator Sérgio
Machado, na famosa conversa em que defenderam estancar a sangria
A Polícia Federal está nas ruas do Distrito Federal desde as
primeiras horas desta terça-feira 23 em mais um desdobramento da Lava
Jato; os alvos são agentes públicos e ex-agentes públicos, construtoras e
operadores das propinas ao longo de três gestões do governo do Distrito
Federal; entre eles há mandados de prisão contra os ex-governadores
Agnelo Queiroz (PT), José Roberto Arruda (PR) e o ex-vice-governador
Tadeu Filippelli (PMDB); assessor do Palácio do Planalto, Filipelli é um
dos principais operadores de Michel Temer; a operação decorre de um
esquema de propinas na construção do estádio Mané Garrincha, a arena
mais cara da Copa do Mundo; organização criminosa é suspeita de desviar
até R$ 900 milhões
Depois de recuar no pedido de suspensão do inquérito aberto contra si
pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Michel Temer agora estuda pedir o
fatiamento das investigações para separar as suspeitas que pesam contra
ele daquelas apontadas contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG);
defesa pretende contestar a competência do ministro Luis Edson Fachin,
relator da Lava Jato no STF; "Acho que não há conexão fática e nem
probatória" entre as condutas imputadas a Temer e ao esquema na
Petrobras, disse o advogado de Temer, Antonio Mariz; expectativa de
Temer é que o processo seja relatado por Gilmar Mendes?
O ex-presidente do Senado e líder do PMDB, Renan Calheiros, defendeu a
saída de Michel Temer e apresentou possíveis substitutos para o País na
maior crise política já vivenciada; Renan citou a ministra Carmem
Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, como opção; "Tem cumprido
papel de relevância à frente da Corte", disse; e lançou também os
ex-ministros do STF Joaquim Barbosa e Nelson Jobim, além da senadora
Kátia Abreu (PMDB), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o
do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE); sem falar em renúncia, Renan diz
que Temer precisa compreender o seu papel na história
De acordo com o líder da oposição, deputado José Guimarães (PT-CE),
após reunião que contou com o PT, PCdoB, PDT, Rede, PSOL e
representantes de outros partidos que não integravam a oposição, o grupo
chegou à conclusão de obstruir votações para demonstrar que o governo
"não reúne mais condições de votar nem as reformas e muito menos outras
matérias"
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