Um laudo técnico da Truster Brasil, tecnologia em análise de
voz, conclui que Michel Temer não estava falando a verdade em seu
pronunciamento neste sábado (20), ao negar as acusações de corrupção que
estão sendo reveladas pelas delações de executivos da JBS. No documento
estão classificados os níveis de comportamento do peemedebista de
acordo com trechos da sua fala; quando Temer fala que o conteúdo foi
"manipulado", o laudo técnico classifica este momento da discurso como
"imprecisão"; peemedebista acusou Joesley Batista, dono da JBS, de
cometer o "crime perfeito", expressão usada com "imprecisão", conforme o
laudo técnico; ao citar "gravação fraudulenta" e "manipulada", Temer
estava "estressado" e com "tensão alta, respectivamente, apontou o
documento; na conclusão do laudo, afirma-se que "Michel Temer parece ter
conhecimento de que não existe manipulação no áudio divulgado"; confira
o documento na íntegra
Ao dizer, por exemplo, que as gravações da JBS são clandestinas, Temer estava "excitada", conforme aponta o documento. Quando Temer fala que o conteúdo foi "manipulado", o laudo técnico classifica este momento da discurso como "imprecisão".
O peemedebista afirmou que a gravação foi "adulterada", o que, segundo o documento, foi classificado como "não tem certeza". Temer disse, também, que a suposta alteração no conteúdo das gravações foram feitas com "objetivos nitidamente subterrâneos".
Mais uma vez, o laudo aponta o uso dos 'interesses subterrâneos', dentro daquele contexto, como "não tem certeza". E, no momento em que o peemedebista, fala em "objetivos", o laudo classifica Temer como "estressado".
"Conclusão: De acordo com a análise do programa, o Presidente Michel Temer muito provavelmente não está sendo verdadeiro quando afirma que a gravação foi manipulada e adulterada com objetivos subterrâneos", diz o documento.
Consequências da divulgação do áudio
O laudo também concluiu que Temer "não está certo de que o Brasil já tivesse saído da mais grave crise econômica da sua história e que agora, por conta da divulgação do áudio, vive dias de incerteza".
Quando Temer fala que o Brasil já tinha saído da mais grave crise econômica de sua história, o laudo apontou que, ao falar em "já tinha saído", Temer estava no nível de "tensão alta"; quando fala em "Brasil" e "da mais grave crise econômica", ele, segundo o documento, "não tem certeza" do que disse.
Postura sobre Joesley
"Temer muito provavelmente não está sendo verdadeiro quando afirma que o Sr. Joesley cometeu o crime perfeito e que a notícia foi seguramente vazada por gente ligada ao grupo que antes de entregar a gravação comprou um bilhão de dólares. Está sendo verdadeiro quando afirma ele especulou contra a moeda nacional", diz o documento.
Temer atacou o delator Joesley Batista, dono da JBS, e acusou de cometer o "crime perfeito", expressão usada com "imprecisão" pelo peemedebista, conforme o laudo técnico. Quando Temer fala em "gravação fraudulenta" e "manipulada", estava "estressado" e com "tensão alta, respectivamente, apontou o documento.
O laudo também diz que "Temer muito provavelmente não está sendo verdadeiro quando afirma que o Sr. Joesley obteve empréstimos bilionários nos dois últimos governos para avançar seus negócios enganando os brasileiros e que agora esteja morando nos EUA".
No pronunciamento, quando Temer diz que o empresário "enganou os brasileiros" e "agora mora nos Estados Unidos", detectou-se um momento de "imprecisão", de acordo com o laudo.
Cunha
"Temer não está sendo verdadeiro quando afirma que não deu aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha e que esta anuência não existe na gravação", diz o texto.
Ao comentar sobre o aval para o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não delatar, Temer usou as expressões "de que eu dera aval" e "para comprar o silêncio", classificado como "não tem certeza" e "imprecisão" pelo documento.
Quando o peemedebista fala "da acusação (expressão do seu discurso)" de que ele teria dado aval para Cunha fica calado, o detector apontou o uso do vocábulo como "afirmação falsa".
Conclusão do laudo
"O Sr. Presidente da República Michel Temer parece ter conhecimento de que não existe manipulação no áudio divulgado.
Ele não mantém mais uma boa relação com Eduardo Cunha.
Apesar de suas insinuações e aparente desprezo pelo Sr. Joesley, sabe que as reclamações do empresário com relação a algumas instituições de seu governo não tem relação alguma com as conclusões a que se chega com relação aos possíveis crimes cometidos pelo Presidente da República. Tampouco que isso seria a prova cabal do não cometimento destes crimes. É uma relação que ele sabe que simplesmente não se sustenta.
O Sr. Presidente da República Michel Temer não acredita nas instituições brasileiras e sabe que não continuará a frente do governo.
Atenciosamente,
Mauro J. Nadvorny
Perito em Veracidade"
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