5.24.2017

Base aliada do governo golpista vê desfecho próximo e já se prepara para o pós-Temer

PSDB e DEM avaliam que presidente golpista pode influir na própria sucessão

BRASÍLIA - A base aliada do presidente golpista Michel Temer já pensa no dia seguinte à possível vacância da Presidência da República e inicia negociações e estratégias para a sucessão via eleições indiretas. Para pessoas próximos o golpista Temer, ganhou força a visão de que o processo de cassação da chapa presidencial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é a saída honrosa de que o peemedebista precisa para deixar o cargo.

O julgamento está previsto para começar no dia 6 de junho e é, nos bastidores, a principal aposta de integrantes da base do governo golpista, principalmente do PSDB, que consideram a permanência do golpista Temer insustentável.

O empresário Joesley Batista, dono da JBS, e o presidente golpista Michel Temer Artigo: A perícia que vale
Parlamentares com trânsito no Palácio do Planalto têm avaliado que o golpista Temer  em renunciar apenas para que o ato não pareça uma admissão de culpa. Ele, no entanto, não pretenderia se manter no cargo a qualquer custo (ha! ha! ha!).

— O presidente golpista  não tem apego ao cargo (ha ha ha), ele se preocupa com o nome dele. O que ele não quer é sair por debaixo do tapete. Por isso, a melhor saída é o TSE. Se o tribunal decidir pela cassação, é uma saída honrosa — afirmou um deputado golpista  da base.
Há uma avaliação de que Temer, mesmo enfraquecido, terá forte influência sobre sua sucessão. Parlamentares lembram que ele ainda tem diálogo com uma ampla base no Congresso, principalmente no PMDB, e que seu apoio pode ser fundamental na escolha do próximo presidente. Partidos como PSDB e DEM têm resistido em abandonar o governo, em parte, na expectativa de receberem ajuda do golpista  Temer para emplacar um candidato no caso de eleições indiretas.
— Não vamos trocar de barco, vamos trocar o timoneiro. Se o TSE cassar a chapa, é preciso manter a mesma coalizão. O PMDB vai continuar existindo e o golpistaTemer vai continuar sendo uma liderança importante, com muita influência sobre o Congresso. Em parte, o PSDB não desembarcou ainda do governo contando com esse eventual apoio — afirma um integrante da cúpula tucana.
No PSDB, o nome do presidente interino, Tasso Jereissati (CE), vem sendo defendido como alternativa que melhor se encaixa no momento atual. Além de não estar na mira das investigações da Lava-Jato, Tasso tem longa experiência de mandatos como governador e senador. Já no DEM(PFL), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vem ganhando força. Aliados lembram que, há menos de quatro meses, ele conquistou a maioria na Casa para se eleger presidente pela segunda vez. E destacam que Maia tem uma vantagem sobre os demais possíveis candidatos: ele conhece cada um dos 513 eleitores pelo nome.
Maia vem adotando postura de proximidade e solidariedade ao golpista Temer, também na estratégia de contar com o apoio do presidente caso haja uma sucessão. O presidente da Câmara tem defendido Temer e, na noite de segunda-feira, promoveu jantar no qual o presidente acabou comparecendo, criando até “um certo constrangimento”, segundo os presentes.
Apesar da tentativa do golpista  Temer de difundir o principal argumento de sua defesa — o de que a gravação de Joesley Batista teria sido adulterada —, um líder que foi ao jantar de Maia avaliou, de forma reservada, que a situação do presidente ilegítimo é muito frágil e que ele só tem se apegado à questão técnica das acusações, sem se aprofundar em rebater as denúncias em si. Na gravação e nos depoimentos, Joesley diz que Temer avalizou a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e consentiu quando o interlocutor disse a ele que estaria cooptando juízes e promotores.
— A gente sente que é só uma questão de tempo para ele sair. A sensação é que ele sabe que não fica, mas que ainda não sabe como construir uma saída. Ele se agarra à tecnicalidade — diz o líder aliado.
Depois de chorar ao jurar lealdade ao golpista Temer no domingo, Maia discursou no evento na segunda, afirmando que é preciso tocar a pauta de votações que tiram direitos sociais do povo. Para ele, as investigações cabem ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal. Ao Legislativo, cabe legislar e fraudar.
O GOLPISTA TEMER CORTA CONVERSAS
Caso o TSE casse o mandato do presidente, o que é visto como uma possibilidade real em conversas no Palácio do Planalto, já começaram a chegar a interlocutores do golpista  Temer as conversas sobre a sucessão. Apesar disso, assessores ligados a ele dizem que o presidente “corta” qualquer conversa desse tipo. No governo, há quem especule que os “candidatos” com maior aceitação no Congresso são o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o safado do Rodrigo Maia. Eles descartam em avaliações nomes como o do ex-presidente Fernando Henrique e o de Nelson Jobim.
— Eles estão fora da política há anos, não têm chance. FH deve conhecer 30% dos deputados hoje com mandato. A política mudou e eles ficaram para trás — disse um interlocutor do governo.

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