6.21.2017

Joesley Batista presta novo depoimento à Polícia Federal

Em relatório preliminar, PF indica a prática, "com vigor", de corrupção passiva por Temer e Loures

O dono da JBS, Joesley Batista, presta depoimento na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, nesta quarta-feira (21). O empresário chegou ao local às 9h, juntamente com seus advogados. Ele vestia boné e usava óculos escuros. 
O depoimento diz respeito às operações Bullish e Greenfield. A Bullish investiga supostas irregularidades na concessão de empréstimos do BNDES à JBS. Já a Greenfield apura fraudes em fundos de pensão de funcionários de estatais.
Joesley também prestou depoimento na última sexta-feira (16). Na ocasião, ele afirmou que soube por Geddel Vieira Lima que o presidente Michel Temer "pressionou" a ex-presidente do BNDES Maria Silvia Bastos para favorecer o frigorífico. Segundo o empresário, Temer teria chamado Maria Silvia em seu gabinete para pedir que ela não vetasse uma reestruturação societária da JBS no exterior. Maria Silva pediu demissão no começo do mês do cargo.
Joesley Batista presta novo depoimento à Polícia Federal
Joesley Batista presta novo depoimento à Polícia Federal
Relatório da PF sobre Temer aponta prática de corrupção "com vigor"
O relatório preliminar da Polícia Federal enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) indica a prática, "com vigor", de corrupção passiva pelo presidente Michel Temer e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures. 
O documento, entregue na segunda-feira (19), sustenta que o silêncio de Temer e de Loures diante de questionamentos da PF "resultam incólumes as evidências que emanam do conjunto informativo formado neste autos, a indicar, com vigor, a prática de corrupção passiva".
"Ao Exmo Sr. Presidente da República também foi oportunizado esclarecer diversos fatos", destaca o relatório. "Sua Excelência optou, a exemplo de Rodrigo da Rocha Loures, por exercer o direito ao silêncio, além de –surpreendentemente– pugnar pelo arquivamento do inquérito".
A PF também pediu ao Supremo mais prazo para concluir o inquérito aberto para investigar Temer, a partir das delações da JBS. O prazo inicial para a PF concluir a investigação terminou nesta segunda-feira (19).
No início do mês, a investigação já foi prorrogada pela primeira vez a pedido da PF, que alegou necessidade de mais tempo para concluir as investigações, iniciadas a partir das citações do nome do presidente nas delações dos executivos da JBS.
Na sexta-feira (9), o advogado Antônio Mariz de Oliveira, representante de Temer, informou ao ministro que o presidente decidiu não responder às perguntas enviadas pela Polícia Federal no inquérito. Além disso, a defesa pediu o arquivamento das investigações e fez críticas ao teor do questionário enviado pelos delegados.
Para a defesa de Temer, o questionário é um “acinte à sua dignidade pessoal e ao cargo que ocupa” e atenta contra os “direitos individuais inseridos no texto constitucional”. “ O presidente e cidadão Michel Temer está sendo alvo de um rol de abusos e de agressões aos seus direitos individuais e à sua condição de mandatário da nação que colocam em risco a prevalência do ordenamento jurídico e do próprio Estado Democrático de Direito”, destaca o documento.
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