Diretor da Polícia Federal disse que foi tratar com o presidente da Câmara sobre as regras previdenciárias da categoria. Maia negocia com aliados a votação da reforma.
Por Ana Paula Andreolla,
O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, disse nesta
terça-feira (28) que policiais "não podem perder direitos" na reforma da
Previdência. Na opinião dele, seria "péssimo" se isso acontecesse.
Segovia participou de um café da manhã para tratar da reforma,
organizado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem
sido um dos principais articuladores políticos na tentativa de viabilizar a votação do texto.
Além do diretor-geral da PF, Maia recebeu na residência oficial da
Câmara deputados da base aliada e economistas de uma consultoria.
Por se tratar de uma emenda à Constituição, o governo precisa dos votos
de 308 dos 513 deputados para aprovar a reforma, número considerado até
por governistas como ainda distante. O governo fez uma versão mais enxuta do texto para buscar mais apoio.
Ao sair do encontro, Segovia disse a jornalistas que conversou com Maia
sobre as regras previdenciárias para policiais. Segundo ele, a
categoria não pode "perder direitos".
No início da tramitação da reforma, no primeiro semestre, a idade
miníma para policiais era 65 anos, mas o relator na Câmara, deputado
Arthur Maia (PPS-BA), mudou o limite para 60 anos após protestos de entidades ligadas à categoria. Por fim, diminuiu para 55, na versão mais enxuta.
A idade mínima é um dos pontos que Segovia disse que discutiu com os parlamentares.
"Estamos negociando qual será a regra para os policiais, porque a gente
não pode perder os direitos que hoje existem dentro desse regramento.
Estamos trabalhando. Há no Congresso essa proposta de 55 anos para o
policial. Então, a gente está negociando hoje com o Congresso Nacional
qual vai ser a regra para o policial no Brasil", afirmou Segovia depois
do encontro.
Segundo o diretor da PF, os policiais "sofrem bastante" ao longo da
carreira. Ele citou ainda que a polícias, no momento por que passa o
país, exercem papel fundamental no combate à corrupção e em ações de
segurança pública.
"Hoje estamos discutindo diante da proposta do Congresso Nacional quais
seriam os anseios da categoria dos policiais no Brasil, especialmente
da Polícia Federal. A gente está lutando pelo nosso direito, a
aposentadoria. O policial ao longo da carreira sofre bastante, a gente
vê os policiais mortos no combate, a dificuldade da segurança pública no
país. Então, perder direitos neste momento seria péssimo para o
policial, que hoje enfrenta a corrupção, enfrenta diversos problemas no
país", afirmou Segovia.
O diretor-geral disse também que defendeu a "integralidade", que é o
policial se aposentar com o mesmo salário da ativa, possibilidade que a
reforma não prevê para os servidores que ingressaram na carreira depois
de 2013.
De acordo com Segovia, será preciso encontrar um "ponto de equilíbrio
entre a necessidade, o direito do policial, como também ajudar o governo
brasileiro nesta situação do país".
"A gente sabe que toda população vai ter de ajudar nessa reforma da Previdência", afirmou.
Líder do governo
No Senado, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu,
em entrevista a jornalistas, que a Câmara vote a reforma da Previdência
ainda neste ano. Ele disse ainda que o Senado deveria votar o tema no
começo de 2018.
Para Jucá, quanto maior a proximidade da análise do tema com as
eleições, marcadas para outubro do ano que vem, maior a dificuldade para
a aprovação do projeto.
“Se votar neste ano na Câmara, já será o ano que vem para o Senado. Se
deixar [a votação] para o ano que vem na Câmara, ficará mais distante
ainda a votação no Senado. E quanto mais perto da eleição, mais
dificuldade que se tem para aprovar uma matéria como essa”, afirmou
Jucá.
A reforma da Previdência, por mudar as regras para a aposentadoria, é
considerada pelos políticos uma proposta “impopular” e, em 2018, vários
parlamentares vão concorrer a mandatos eletivos.
Ao ser questionado sobre se há votos na Câmara para aprovar a reforma,
Jucá disse que não se “arrisca” a fazer cálculos de votos de deputados.
Com relação ao Senado, onde o peemedebista costuma fazer previsões de
placares de votação, Jucá afirmou que há votos suficientes para aprovar o
projeto.
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