Reforço para emergências
Quatro hospitais municipais receberão 400 médicos, que terão salários vinculados a desempenho
Rio - As emergências dos hospitais municipais Souza Aguiar (Centro), Miguel Couto (Leblon), Lourenço Jorge (Barra) e Salgado Filho (Méier) terão, cada uma, 30 médicos por plantão a partir de maio. Para reforçar os plantões e completar as equipes, as quatro unidades receberão, a partir do dia 29 de abril, cerca de 400 médicos de 12 especialidades — eles serão os primeiros do município a ter remuneração vinculada ao desempenho da atividade.
“Nosso objetivo é aumentar a oferta de atendimento na atenção básica, mas como esse resultado só virá a longo prazo começamos pelas emergências para recuperar o atendimento digno à população”, disse o secretário municipal de Saúde e Defesa Civil, Hans Dohmann, acrescentando que as metas estarão ligadas à qualidade do atendimento aos pacientes.
As contratações fazem parte do plano de reestruturação do sistema de saúde do município, anunciado ontem pelo prefeito Eduardo Paes, que terá como parceiros o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), como o ‘Informe do DIA’ adiantou em 5 de fevereiro.
A chegada dos novos profissionais aos hospitais coincidirá com o desligamento de aproximadamente 100 médicos cooperativados que atuam nas quatro emergências. O objetivo do plano de reestruturação é garantir a presença de 980 médicos atuando nas quatro emergências — hoje são 580, incluindo servidores e cooperativados.
SALÁRIO DE R$ 3 MIL
O edital da admissão, que será através de seleção pública, sai até o fim deste mês. Os médicos serão contratados em regime de CLT e terão salário de R$ 3 mil, além de benefícios trabalhistas. Os critérios que definirão os ganhos extras referentes ao bom desempenho estão sendo discutidos entre a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil e a Fiocruz, que será responsável pela gestão do novo plano.
Segundo o município, os novos contratados serão especializados em anestesiologia, cardiologia, clínica-geral, cirurgia geral, cirurgia vascular, cirurgia plástica, neurocirurgia, ortopedia, otorrinolaringologia, oftalmologia, pediatria e radiologia. Ainda de acordo com o município, as unidades de saúde também passarão a ter metas a cumprir.
HOSPITAL FECHOU AS PORTAS
O plano de reestruturação do sistema municipal de saúde e o anúncio das novas contratações foram motivados pelo fechamento da emergência do Hospital Lourenço Jorge por quase três horas, na noite de 26 de janeiro, em razão da ausência de médicos escalados para o plantão. Na ocasião, Eduardo Paes afirmou que “faltou vergonha na cara” dos faltosos.
O Sindicato dos Médicos informou, na época, que dois profissionais, todos estatutários, escalados para o plantão daquele dia, estavam de férias. Segundo o sindicato, dois médicos cooperativados que foram chamados para reforçar a emergência disseram que não compareceriam ao trabalho. De acordo com a Fiocruz, os médicos que atualmente são cooperativados poderão participar da seleção para a admissão dos novos 400 profissionais que atuarão no município.
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