Não adianta ir todo dia ao banheiro: se você está tendo dificuldades, está na hora de regular o funcionamento do seu intestino
Combinação de fatores ajuda funções intestinais
Uma dieta com alimentos ricos em fibras é a principal ferramenta para se evitar e tratar a prisão de ventre (constipação intestinal).
Mas existem vários outros procedimentos que podem melhorar as funções dos intestinos e fatores que podem prejudicar o funcionamento do órgão que não estão ligados só à alimentação.
A constipação intestinal caracteriza-se pela diminuição da frequência de evacuações e, pricipalmente, pelas fezes endurecidas (de difícil eliminação) ou em pequenos volumes. Normalmente, há mais de um desses fatores presentes.
Demorar para procurar um gastroenterologista e tratar a doença pode causar complicações, entre as quais, segundo estudos, o câncer dos intestinos.
As regras variam de pessoa para pessoa: algumas evacuam três vezes por semana, mas não sentem qualquer desconforto e apresentam um quadro perfeitamente normal.
Outras, em contrapartida, vão ao banheiro todos os dias, mas têm dificuldades para evacuar, fato determinante no diagnóstico de um caso de constipação.
De qualquer forma, de acordo com os especialistas, uma pessoa que diminua essa frequência em demasia pode ser séria candidata a sofrer de prisão de ventre.
Problema pode não ser alimentação
Não é só uma alimentação pobre em fibras que pode levar à prisão de ventre. O dia-a-dia corrido, uso desenecessário e contínuo de laxantes, desatenção em pequenos detalhes como a utilização correta dos músculos envolvidos ou até fatores psicológicos e neurológicos podem causá-la.
Quando o indivíduo sente vontade de evacuar (estímulo retal ou gastrocólico), ele deve atender à necessidade imediatamente _ou tão logo quanto possível. Mas é muito comum que, por uma série de motivos, esse estímulo seja controlado e a vontade passe.
O hábito leva a uma diminuição do reflexo, consequentemente, a uma dificuldade bem maior para a eliminação das fezes. Esta seria uma das explicações para haver mais mulheres do que homens com constipação intestinal: elas são mais receosas quando se trata de usar qualquer banheiro e esperam mais tempo para evacuar.
A postura também é um fator importante. A posição natural para defecar é de cócoras e, para chegar o mais próximo possível dela, é necessário que o indivíduo curve o tronco sobre as pernas quando está sentado no vaso sanitário.
Em crianças, é muito comum quadro de ordem psicogênica para a prisão de ventre que desencadeia a chamada encoprese (grande retenção de fezes).
Segundo a medicina, comer, dormir e evacuar corretamente são as três gratificações que a criança dá aos pais. Inconscientemente, deixar de defecar seria o resultado fisiológico de uma recusa por parte da criança em atender uma das exigências.
Entre outros motivos relacionados estão fissuras anais, hérnia ou hemorróidas _que dificultam o ato de evacuar_ e uso desnecessário de laxantes, o que provoca modificações nas paredes intestinais.
Em alguns casos mais isolados pode ser decorrente também do enfraquecimento da musculatura do períneo (região entre o ânus e os órgãos genitais), que pode ocorrer, por exemplo, com mulheres que deram à luz várias vezes.
Prisão de ventre pode causar câncer, segundo especialistas
Não tratar a prisão de ventre pode ocasionar, entre outros problemas, fissuras anais e hemorróidas, devido ao esforço demasiado para evacuar.
Mas a maior preocupação dos médicos é a relação, ainda não completamente esclarecida, da doença com o câncer dos intestinos.
Produtos que fazem parte da rotina moderna, como os conservantes presentes nos enlatados e embutidos, contêm toxinas cancerígenas que são eliminadas com as fezes.
Como a prisão de ventre tem como característica o trânsito lento dos excrementos pelo intestino grosso, tais substâncias ficam mais tempo em contato com as paredes do órgão.
O fato explicaria por que pessoas que ingerem mais vegetais verdes e fibras em geral têm menor incidência de câncer na região.
A constipação pode ocasionar também a diverticulite. Trata-se de uma inflamação nas cavidades em forma de bolsa que surgem nas paredes intestinais (divertículos), muitas vezes até em consequência do mau-funcionamento do aparelho. Em casos mais agudos, a diverticulite exige intervenção cirúrgica.
Fibras e líquidos formam combinação ideal
Querer ter as funções intestinais em dia e viver à base de uma dieta pobre em fibras é praticamente uma utopia.
Estudos apontam, por exemplo, que os africanos têm uma evacuação cinco vezes mais eficiente que a do homem americano e europeu, em função de uma ingestão habitual de vegetais e outros alimentos ricos nessa estrutura.
Há dois tipos de fibras, as solúveis, que dão sensação de saciedade e retardam a absorção de glicose, e as insolúveis, que têm papel fundamental no bom funcionamento dos intestinos.
Elas estão presentes nas verduras, grãos integrais, feijão, lentilha, frutas com bagaço, ameixa-preta, mamão etc.
Mas atenção: não adianta ingerir tudo isso diariamente e tomar uma quantidade insuficiente de líquidos. No mínimo oito copos de água ou suco por dia é o necessário para agir conjuntamente com a dieta ideal _o que, além de tudo, melhora a absorção dos nutrientes.
Dicas que melhoram sua vida
Café da manhã é hora ideal para começar a se cuidar
-Mantenha uma dieta balanceada, com alimentos ricos em fibras e que auxiliem o funcionamento intestinal
-Tome, no mínimo, oito copos de água ou suco por dia
-Se o seu problema é tempo, e comer lanches é a solução, dê preferência àqueles feitos no pão integral e com ingredientes como alface, tomate, queijo branco e frios de peito de peru
-Também para aqueles que vivem na correria, comer frutas e cereais no café da manhã e barras energéticas com fibras ao longo do dia é uma forma de atenuar a dieta incorreta
-Regule o horário do seu intestino: mesmo que não esteja com vontade, vá ao banheiro e dedique dez ou quinze minutos para isso. O melhor momento para fazê-lo é logo após o café da manhã, já que, maior o tempo de jejum, mais facilmente o organismo vai atender ao pedido. Outra prática que ajuda é habituar-se a tomar um copo d'água ainda em jejum
-Evite protelar a evacuação quando sentir vontade, para evitar a diminuição do reflexo retal
Exercícios devem ser combinados com dieta
-Exercícios físicos são fundamentais, principalmente se você trabalha a maior parte do dia sentado
-Procure se posicionar com o tronco inclinado para frente, sobre as pernas, na hora da evacuação. É importante, também, verificar se a musculatura é utilizada de forma eficiente
-Caso os problemas persistam, procure um gastroenterologista, que buscará outra causa relacionada e a melhor forma de tratá-la
Fontes: Flávio Steinwurz,
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