3.10.2009

Síndrome/Tensão pré-mentrual ou "Terror" P.M.


Síndrome/Tensão pré-mentrual ou "Terror" P.M.



NAS MENINAS, A PUBERDADE É MARCADA PELO APARECIMENTO DA MENARCA.
A menarca é uma fase importante na vida da rapariga, que simboliza a passagem para a idade fértil e que deve ser acompanhada de perto pelos pais, para que eventuais dúvidas possam ser esclarecidas.


Normalmente, a primeira menstruação surge entre os 8 anos e meio e os 13 anos, sendo a idade média de aparecimento os 11 anos. Mas os pais devem estar muito atentos ao desenvolvimento das filhas, sendo aconselhável consultar o médico se aos 14 anos não tiver quaisquer manifestações de desenvolvimento que caracterizam a puberdade, seja em termos de ausência da primeira menstruação, de peito ou de pêlos. É igualmente aconselhável a visita ao ginecologista se a menarca aparecer antes dos 7 anos e meio.


O aparecimento do período menstrual é um sinal do normal funcionamento do organismo. Este prepara-se todos os meses para a gravidez: os ovários produzem óvulos que, quando atingem a maturidade, são transportados para o útero através das trompas de Falópio. Se o óvulo não for fertilizado pelo espermatozóide, é expelido pelo corpo através da menstruação. Todavia, a ginecologista alerta para o facto de as primeiras menstruações serem, em geral, irregulares e aconselha a consulta ao médico se a irregularidade persistir ou se a rapariga sofrer de dismenorreia, situação em que as dores menstruais são muito fortes.


Neste caso, o médico pode aconselhar o uso de analgésicos ou da pílula.


O fim da idade fértil

Muito diferente da menarca, a menopausa é a fase de transição entre a idade fértil e a idade infértil da mulher e surge em média aos 51 anos, sendo, no entanto, variável de mulher para mulher.
Esta fase caracteriza-se pelo desaparecimento da menstruação e ocorre quando os ovários deixam de produzir, total ou parcialmente, estrogénios, progesterona e androgénios.
É a falta destas hormonas que, salvo raras excepções, produz uma série de sintomas que afectam a qualidade de vida das mulheres. Eles são afrontamentos, sudação, irritabilidade, insónia, depressão e, entre muitos outros, falta de concentração. A terapêutica hormonal de substituição (THS) é um tratamento que ajuda as mulheres a ultrapassar a menopausa com uma melhor qualidade de vida. No fundo, vai substituir as hormonas que o organismo deixou de produzir.


Síndrome pré-menstrual


Um estudo conduzido por pesquisadores japoneses aponta que mulheres com Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (uma espécie de TPM mais severa) têm mais tendência a sofrer das instabilidades emocionais características do período ao longo de todo o ciclo menstrual. Cientistas da Universidade Internacional Budista de Osaka explicam que a TPM (tensão pré-menstrual) está diretamente ligada à diminuição da actividade do sistema nervoso autónomo, responsável pelo equilíbrio emocional, e à hipersensibilidade do organismo feminino à progesterona, hormona liberado logo após a ovulação. Com a baixa do sistema nervoso autónomo e a reacção à progesterona, as mulheres ficam mais vulneráveis a sintomas como depressão, irritabilidade, fadiga, falta de concentração, inchaço abdominal e dos seios, nos dias anteriores à menstruação. O estudo, publicado na revista científica BioPsychoSocial Medicine, avaliou a variação dos batimentos cardíacos e os níveis hormonais de 62 mulheres e aplicou questionários para analisar os seus sintomas físicos, emocionais e comportamentais.

Falta de concentração
Os pesquisadores observaram que as mulheres afectadas pela TPM manifestaram um declínio da actividade nervosa na última fase do ciclo menstrual, a lútea, que precede a menstruação. Os especialistas verificaram que entre as que sofriam de Transtorno Disfórico Pré-menstrual, a diminuição das actividades nervosas durante todas as fases do ciclo foi visivelmente maior. De acordo com o pesquisador Tamaki Matsumoto, o mecanismo biológico por trás do Transtorno Disfórico Pré-menstrual ainda não está claro, mas acredita que as descobertas evidenciam que quanto menor a actividade do sistema nervoso, maiores as probabilidade do aparecimento dos sintomas da TPM. O professor Shaughn O’Brien, obstetra e ginecologista na Escola Médica da Universidade de Keele, na Grã-Bretanha, acredita que o estudo pode ajudar no tratamento da tensão pré-menstrual. “Se o recente trabalho provar-se clinicamente útil, terá o potencial de proporcionar um método não-invasivo para distinguir mulheres que sofrem de TPM de outras cujas alterações de humor não são motivadas por variações hormonais», disse.
Fonte: BBC


Síndrome pré-menstrual
Muitas meninas e mulheres são afectadas por um conjunto de sintomas físicos e psíquicos desencadeados pela menstruação. A esta sintomatologia dá-se o nome de síndrome pré-menstrual, tensão pré-menstrual ou até mesmo «terror pré-menstrual».


Cansaço, depressão, irritabilidade, dores nos seios, enxaquecas, aumento de peso devido à retenção de líquidos são os sintomas mais frequentes referidos por aquelas cuja síndrome pré-menstrual não passa despercebida.


Contudo, a sintomatologia pode variar de mês para mês e de mulher para mulher.A prática de exercício físico regular e a manutenção de uma dieta saudável, evitando os alimentos ricos em sal e açúcar, podem resolver algumas queixas.
Isoflavonas de soja
Relativamente às ocidentais, as mulheres orientais têm uma menor incidência de doenças como a osteoporose ou o cancro da mama, bem como os sintomas da menopausa. Este facto tem uma explicação. Deve-se à diferença nos hábitos alimentares das distintas populações. Acontece que a dieta oriental é rica em soja. À primeira vista pode parecer um factor sem importância. Mas, segundo demonstram alguns estudos, a soja contém substâncias que desenvolvem uma acção semelhante à dos estrogénios presentes na mulher antes da menopausa.


É, pois, através dos fitoestrogénios, ou isoflavonas, que as mulheres readquirem o equilíbrio hormonal. Equilíbrio este perdido na menopausa. Assim, resultam numa alternativa válida para as mulheres que apresentem contra-indicações à THS.Quanto às acções das isoflavonas, entre muitas, devemos destacar a prevenção, redução ou eliminação dos sintomas da menopausa, a prevenção e redução do risco de osteoporose e, eventualmente, a prevenção e redução do risco de cancro da mama, do endométrio e do ovário.

Para entender como é conviver com a Síndrome da Tensão Pré-Menstrual (STPM), a enfermeira e professora Clarice Heiko Muramatsu entrevistou mulheres que apresentam a síndrome e utilizou conceitos dos filósofos Merleau-Ponty para esclarecer as relações entre o corpo e o mundo e Martin Heidegger para entender a relação do ser mulher na sua existência com o mundo durante o período da STPM. O resultado está em sua tese de doutorado Convivendo com a Síndrome da TPM: um Enfoque da Fenomenologia Existencial, defendida na Escola de Enfermagem da USP.
Clarice estuda a TPM há oito anos e realizou estudos quantitativos sobre a síndrome. Como as pesquisas anteriores não responderam a todas as suas inquietações, resolveu partir para a abordagem qualitativa. "Como enfermeira, percebi que muitas mulheres relatavam que ficavam nervosas, sentiam dores e ficavam esquisitas, mas não sabiam o que era", diz. Ela entrevistou seis mulheres com idades entre 18 e 44 anos (uma enfermeira, faxineira, professora, secretária e duas estudantes) que apresentam os sintomas todo mês e que afirmaram que estes sintomas interferem em seu dia-a-dia e no relacionamento com outras pessoas. Elas responderam a uma só pergunta: como é conviver com a síndrome da TPM?. A partir das respostas, Clarice analisou o quanto entendiam sobre o problema e como se viam durante este período.

As respostas foram divididas em três categorias.
A primeira — o corpo existindo nas relações com o mundo — reflete a dificuldade da mulher em lidar com as alterações do corpo que interferem em sua dinâmica de vida, como seu modo de ser com a família e no trabalho. Muitas não sabem que as alterações — como a irritabilidade excessiva, dores no corpo, falta de libido e até depressão — são efeitos da TPM.

A segunda categoria mostra como é viver a angústia da situação, quando a mulher percebe que age e se manifesta de modo que não condiz com sua essência e que não tem controle sobre essas atitudes.

As entrevistas mostraram que no período da TPM (que pode variar de 2 a 15 dias), muitas relataram a impressão de que vivem num corpo que não é delas mesmas. Uma das entrevistadas chegou a declarar que achava que era louca e devia ser colocada numa camisa-de-força. Já na terceira categoria, denominada "necessitando ser cuidada", Clarice destaca que fica clara a necessidade de cuidado, mas aparece muito pouco o caminho para o auto cuidado. "Apenas uma entrevistada me disse que se preocupava em não ingerir alimentos como chocolate, café e comida salgada no período de TPM", conta Clarice.

Ela também afirma que muitas não procuram tratamento porque muitos médicos não valorizam o corpo da mulher enquanto ser-no-mundo e não proporcionam um cuidado individualizado e integral.

Clarice considera a conscientização a peça chave para ajudar as mulheres que sofrem de TPM. E pretende estender sua explicação também aos homens. "Eles são fundamentais, porque também vivenciam o problema", diz Clarice. "Sua incompreensão pode agravar o estado da mulher".

Para o futuro, pretende levar adiante sua idéia de realizar palestras para esclarecer e orientar as mulheres sobre a síndrome da TPM, e garante que estas palestras devem contar também com a presença dos homens.

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