6.23.2010

Enquanto craques reclamam, peladeiros em várzea aprovam Jabulani

Várzea aprova Jabulani, enquanto craques fazem críticas

A Jabulani já sabe para onde ir quando quiser ser bem tratada. Bem longe da África, onde corre em bons gramados e é vista por bilhões de pessoas ao redor do mundo, mas se cansou de críticas.

Jabulani, idêntica às que são utilizadas na Copa do Mundo foi levada para equipes da várzea que duelaram domingo em Guaianases, periferia da capital paulista e foi aprovada pelos peladeiros da zona leste paulistana.

"Ela balança bastante, mas, se bater com o peito do pé, vai mais reta", disse o goleiro Marcão, da Cooper, ensinando o que os astros teimam em não aprender.

O cenário em que a bola foi a estrela principal lembra mais os dos documentários do Discovery Channel nas savanas africanas do que os da moderna transmissão do torneio --mesmo em HD.

A grama nasce, bem rala e seca, apenas em um pequeno espaço do campo, próximo de uma das laterais.

O resto é tomado por areia, que a cada vento mais forte levanta nuvens de poeira para esconder os jogadores.

Atrás dos gols, mato. O suficiente para que seja tensa a procura pela bola todas as vezes em que ela ultrapassa a linha de fundo ou vaza a rede precariamente amarrada em um bloco de concreto.

Nada que cause mais preocupação do que o riacho que corre de um dos lados do campo. Por mais que tivessem gostado dela, ninguém se arriscaria a salvar a pobre Jabulani caso ela caísse naquelas águas sujas.
Alessandro Shinoda/Folhapress
LEONARDO LOURENÇO


A Copa do Mundo chegou e a bola já está rolando em campo. Mas não é qualquer bola, é a Jabulani, fabricada pela Adidas e cheia de detalhes interessantes, começando pelo nome. Em Zulu, um dos idiomas falados na África do Sul, “Jabulani” quer dizer “comemoração”.

Detalhes Sobre a Bola da Copa:
Para confeccionar a bola foram utilizados dois materiais, o EVA e o TPU. O EVA é um material termoplástico e flexível, e o TPU é um plástico que possui um grande poder de absorção de impacto – tanto que é utilizado em peças de automóveis. Não existe costura na bola – os oito gomos de EVA foram unidos termicamente, formando um único objeto e dando mais estabilidade e resistência à bola. A superfície da redonda é dotada de ranhuras para auxiliar na aderência e conseqüentemente no controle da bola pelo jogador. Para chegar a este resultado a Adidas submeteu o produto a vários testes, inclusive com os jogadores – Kaká foi um dos jogadores que a testaram antes dos jogos começarem.

Seleções
Significado das Cores
A bola possui onze cores, que foram escolhidas para simbolizar várias coisas:
A quantidade de idiomas oficiais falados no país sede, a África do Sul;
O número de jogadores em campo – onze de cada time em campo;
As comunidades da África do Sul que vão receber os jogares, turistas e a infra estrutura da Copa – no total são onze comunidades anfitriãs.

Jabulani: a Bola da Copa
Trajétoria Das Bolas em Copa
Esta é a melhor bola que já foi utilizada no campeonato. No entanto, algumas outras bolas utilizadas na competição também entraram para a história. Veja:
A bola que foi utilizada durante a Copa de 1966 era laranja, composta de couro disposto em 24 gomos. Antes disso não existia uma preocupação estética com a bola – durante a Copa de 1930 foram usadas duas bolas em um só jogo.
Na década de 70 a Adidas começou a ser a fabricante de bolas para a Copa. Uma das bolas criada pela empresa foi tão popular que sua imagem foi eternizada e acabou virando um ideal de bola de futebol (com pentágonos pretos e hexágonos brancos).
A bola fez tanto sucesso que acabou sendo repetida na competição de 1974 – foi a única vez que isso ocorreu desde que a Adidas começou a confeccionar a bola.
Na Copa de 2002 a bola era branca com o desenho de uma shuriken pegando fogo – a bola era uma homenagem à cultura oriental, já que dois países asiáticos (Coréia e Japão) estavam sediando a competição daquele ano.
No entanto, o modelo não agradou e foi duramente criticado.
Os materiais empregados na bola usada em 2006 eram espuma sintética e couro. O modelo foi mais clássico, com preto, branco e detalhes simétricos em dourado.
Andressa Silva.

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