6.21.2010

O Museu do Amanhã


Santiago Calatrava apresenta no Rio o Museu do Amanhã
21 de junho de 2010
Em uma apresentação com características de espetáculo, marca registrada do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, a prefeitura do Rio apresentou oficialmente, na tarde desta segunda-feira, o museu que promete ser um novo marco arquitetônico da cidade. O Museu do Amanhã, com previsão de inauguração no segundo semestre de 2012, ocupará 12,5 mil metros quadrados do Píer Mauá com um espaço dedicado ao conhecimento, às questões do homem moderno e, claro, ao futuro. A 'casca' do projeto não poderia ser mais futurista: Calatrava inspirou-se no movimento das plantas para criar uma estrutura que se abre para permitir a entrada de luminosidade no prédio, que, entre outras inovações, promete também estar à frente de seu tempo em matéria de sustentabilidade.

O show foi comandado pelo apresentador do 'Fantástico', da TV Globo, Zeca Camargo, escolhido para o papel de mestre-de-cerimônia no Armazém 2 do Porto. A Fundação Roberto Marinho é parceira do município no projeto, que tem custo estimado de 130 milhões de reais. Calatrava deu seu espetáculo, esboçando traços em uma aquarela enquanto falava para o público. Mas não deixou de se render à paisagem do Rio. "Morro do São Bento, Jardim Botânico, Jardins do Burle Marx, Confeitaria Colombo, Passarela do Samba e tantos outros pontos. Estou há alguns meses estudando a cidade, sua arquitetura e natureza belíssimas para conceber um projeto arquitetônico que traduza tudo isso", disse ele.

Para receber este nome, obviamente o Museu do Amanhã não se dedica ao passado. O texto de apresentação do projeto detalha o percurso que os visitantes farão pelo corpo da 'lagarta' que começará a ser moldada em 2011 sobre o píer. O passeio começa pelo Atrium de Hoje, dedicado ao estado atual do conhecimento e da humanidade. Em seguida, passa-se à Travessia das Perguntas. Depois, por uma "espiral cósmica", começa uma viagem da Terra em direção às galáxias, mergulhando no interior dos átomos. Neste ponto, haverá uma estrutura semelhante à dos planetários. A última parte é dedicada à Estação do Clima, ao Porto das Origens - sobre desenvolvimento da vida e crescimento das populações -, à Praça do Agora e à Plataforma do Futuro - estas últimas sobre integração econômica e diversidade.

Descontada a semelhança que, no estágio atual, o projeto tem com os enredos de escola de samba, tudo leva a crer que o Museu do Amanhã proporcionará ao público uma experiência, no mínimo, bem diferente da que se tem nos museus disponíveis hoje no Rio. O projeto arquitetônico, assim como todas as estruturas concebidas para o chamado Porto Maravilha, considera que, no futuro, a zona portuária estará livre do Elevado da Perimetral. Esse monstro de concreto que se estende da Praça Quinze, onde fica o Paço Imperial, até a Praça Mauá, onde se localiza o porto, prejudica a vista do Centro da cidade que se poderia ter a partir da área revitalizada.

Calatrava manifestou seu desejo de ver o viaduto no chão. "A Perimetral não inviabiliza o museu, mas sem ela é que se tem a real integração do museu com a Praça Mauá e a natureza", defendeu ele.

Para a Prefeitura, porém, isso ainda vai demorar a acontecer: "Demolir a Perimetral é mole. Difícil é construir o túnel que será a opção de caminho. Estamos falando de 1 bilhão de reais só para a demolição da Perimetral. E esses recursos ainda não estão viabilizados. Não viemos aqui prometer essa demolição mas espero que em breve ela esteja longe das nossas vistas", disse Paes. O prefeito evitou cravar uma data para por abaixo a Perimetral, mas o secretário municipal de Desenvolvimento e presidente do Instituto Pereira Passos, Felipe Góes, estimou o início da derrubada para 2013 - ou seja, depois da inauguração do Museu do Amanhã.
Globo News

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