Tecido pulmonar foi desenvolvido fora do corpo e implantado em ratos.
Outra experiência combinou materiais sintéticos com células humanas.
Duas equipes dos EUA obtiveram grandes avanços na criação de um tecido pulmonar artificial, que poderá ser usado em futuros transplantes ou no teste de novas drogas.
Em um dos estudos, de um grupo da Universidade Yale, de Connecticut, um tecido pulmonar criado em laboratório e implantado em ratos funcionou como o tecido natural, permitindo que os animais respirassem e transferissem oxigênio para as células.
Tecido pulmonar criado em laboratório (emvermelho vivo) foi implantado em ratos e funcionoucomo o tecido natural. (Foto: Science/Divulgação)
O outro grupo, da Universidade Harvard, de Massachusetts, desenvolveu um pequeno dispositivo pulmonar a partir de tecido humano e de materiais sintéticos, a fim de testar o efeito de toxinas ambientais e o funcionamento de novas drogas.
Os dois estudos, ambos publicados nesta quinta-feira (24), salientam os avanços no desenvolvimento de tecidos artificiais, que combinam materiais sintéticos e células humanas para funcionarem como órgãos naturais.
"Este é um primeiro passo na regeneração de pulmões inteiros para animais maiores e, eventualmente, para humanos," disse Laura Niklason, de Yale, cujo estudo saiu na revista Science.
Células-troncoA equipe de Niklason retirou do pulmão do rato as células que poderiam causar rejeição, e usaram a "casca" remanescente como ponto de partida. Injetaram células-tronco específica dos pulmões nesse tecido, e colocaram o material em um biorreator --espécie de incubadora que imita as condições de uma gestação.
saiba mais
Cientistas comprovam eficácia do transplante de células-tronco no olho
"O que descobrimos, para nossa grande surpresa, foi que as células em geral pousaram na sua localização anatômica correta. Achamos que isso significa que a matriz descelularizada tem CEP," disse Niklason por telefone.
Implantando em ratos, o pulmão funcionou praticamente como um pulmão normal por até duas horas, disse Niklason. De início, "estava bem próximo do perfeito," afirmou ela.
Mas, após um tempo, coágulos começaram a se formar, sugerindo que algumas das células que recobrem os vasos sanguíneos estavam pegajosas. A cientista disse que há planos para redefinir no processo.
MicrochipJá a outra equipe, liderada por Donald Ingber, escolheu uma abordagem totalmente diferente. O dispositivo que esses cientistas inventaram, do tamanho de uma ervilha, funciona como os alvéolos (sacos de ar do pulmão, que transferem oxigênio para o sangue por meio de uma membrana).
O dispositivo tem três partes --células pulmonares, membrana permeável e um pequeno vaso sanguíneo ou células capilares. Tudo fica montado num microchip.
Em um teste, o grupo colocou uma bactéria no alvéolo, e provou que células sanguíneas poderiam invadi-lo para combater a infecção, como numa reação imunológica normal, disse Ingber por telefone.
A equipe ainda não conseguiu promover trocas gasosas, função essencial dos alvéolos e do pulmão como um todo.
Duas equipes dos EUA obtiveram grandes avanços na criação de um tecido pulmonar artificial, que poderá ser usado em futuros transplantes ou no teste de novas drogas.
Em um dos estudos, de um grupo da Universidade Yale, de Connecticut, um tecido pulmonar criado em laboratório e implantado em ratos funcionou como o tecido natural, permitindo que os animais respirassem e transferissem oxigênio para as células.
Tecido pulmonar criado em laboratório (emvermelho vivo) foi implantado em ratos e funcionoucomo o tecido natural. (Foto: Science/Divulgação)
O outro grupo, da Universidade Harvard, de Massachusetts, desenvolveu um pequeno dispositivo pulmonar a partir de tecido humano e de materiais sintéticos, a fim de testar o efeito de toxinas ambientais e o funcionamento de novas drogas.
Os dois estudos, ambos publicados nesta quinta-feira (24), salientam os avanços no desenvolvimento de tecidos artificiais, que combinam materiais sintéticos e células humanas para funcionarem como órgãos naturais.
"Este é um primeiro passo na regeneração de pulmões inteiros para animais maiores e, eventualmente, para humanos," disse Laura Niklason, de Yale, cujo estudo saiu na revista Science.
Células-troncoA equipe de Niklason retirou do pulmão do rato as células que poderiam causar rejeição, e usaram a "casca" remanescente como ponto de partida. Injetaram células-tronco específica dos pulmões nesse tecido, e colocaram o material em um biorreator --espécie de incubadora que imita as condições de uma gestação.
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"O que descobrimos, para nossa grande surpresa, foi que as células em geral pousaram na sua localização anatômica correta. Achamos que isso significa que a matriz descelularizada tem CEP," disse Niklason por telefone.
Implantando em ratos, o pulmão funcionou praticamente como um pulmão normal por até duas horas, disse Niklason. De início, "estava bem próximo do perfeito," afirmou ela.
Mas, após um tempo, coágulos começaram a se formar, sugerindo que algumas das células que recobrem os vasos sanguíneos estavam pegajosas. A cientista disse que há planos para redefinir no processo.
MicrochipJá a outra equipe, liderada por Donald Ingber, escolheu uma abordagem totalmente diferente. O dispositivo que esses cientistas inventaram, do tamanho de uma ervilha, funciona como os alvéolos (sacos de ar do pulmão, que transferem oxigênio para o sangue por meio de uma membrana).
O dispositivo tem três partes --células pulmonares, membrana permeável e um pequeno vaso sanguíneo ou células capilares. Tudo fica montado num microchip.
Em um teste, o grupo colocou uma bactéria no alvéolo, e provou que células sanguíneas poderiam invadi-lo para combater a infecção, como numa reação imunológica normal, disse Ingber por telefone.
A equipe ainda não conseguiu promover trocas gasosas, função essencial dos alvéolos e do pulmão como um todo.
G1.com
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