Guerra entre Globo e Dunga teria começado por veto do técnico
A polêmica entre Globo e o técnico Dunga ganhou mais um capítulo nesta terça-feira. Segundo o jornalista do Uol, Maurício Stycer, toda polêmica começou pelo técnico Dunga ter vetado três entrevistas exclusivas, que a emissora carioca tinha negociado diretamente com Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Alex Escobar, da Rede Globo, foi para entrevista coletiva sabendo do veto e que os jogadores não iriam sair para a entrevista exclusiva. Por isso que, no momento em que Dunga viu Escobar balançando a cabeça, ele perguntou se tinha algum problema. E na mesma hora veio a resposta.
"Nem estou olhando para você, Dunga", mas o treinador não gostou das declarações e soltou as seguintes palavras: "Besta, burro, cagão!".
No vídeo, o jornalista Tadeu Schimidt afirmou que estava conversando com Alex Escobar na hora da resposta. E, no momento, o repórter passava para o âncora que tinha sido vetado a coletiva.
"Insuportável, bicho, insuportável. O Rodrigo (assessor da Confederação Brasileira) foi revoltado lá falar comigo, cara. O Dunga não deixou. Ninguém. Caraca, nem o Luís Fabiano. Infelizmente. Valeu, Tadeuzão", foram as palavras de Escobar a Schimidt.
Segundo o repórter do Uol, até Rodrigo Paiva, que trabalha há nove anos na CBF não aguenta mais o técnico Dunga, que tem vetado todo tipo de relacionamento entre jornalistas e jogadores.
Profundamente lamentáveis as atitudes de destempero, deseducação, descontrole e desrespeito emanadas do técnico da seleção brasileira Dunga, durante e após o final da partida contra a Costa do Marfim, no último domingo. Custei a acreditar nas cenas mostradas pela televisão, tomadas no gramado do estádio em Johannesburgo, em que Dunga xinga com palavras de baixo calão o jogador da Costa do Marfim Drogba - diga-se de passagem um atleta educado - e o juiz francês Sthefane Lannoy, no episódio da expulsão de Kaká. Para contemplar o surto de mau exemplo, Dunga foi deselegante com o jornalista da Rede Globo Alex Escobar, xingando-o entre uma e outra resposta durante uma entrevista coletiva.
Com tais atitudes, o técnico Dunga, que certamente em termos de futebol e estratégia deve se achar o "Rei da Cocada Preta", deu ao mundo uma demonstração de desrespeito ao princípio maior da finalidade precípua de uma Copa do Mundo: a união dos povos por meio do pressuposto básico do fair-play, o jogo limpo. Dunga deu demonstrações de baixeza, chegando mesmo ao ridículo. Ao que tudo indica, ainda não deixou para trás o futebol brasileiro de muita força e pouca técnica que se convencionou chamar de "Era Dunga", sendo o atual técnico da seleção seu mais legítimo representante - período salvo pelos talentos de Romário e Bebeto na Copa de 94.
No último domingo, Dunga deu mau exemplo de cidadão, desrespeitando mínimos princípios de educação. Desrespeitou todos os povos, o nosso povo e mesmo seus próprios familiares que certamente não devem ter concordado com tamanho descontrole e destempero. Liderança de um grupo, acima de tudo, pressupõe equilíbrio no comando. Um comandante com surtos de desequilíbrio não pode comandar bem, ainda que vença todas as batalhas.
Que a FIFA - Maradona já foi punido por ofender jornalistas - e a CBF não se calem diante da gravidade dos lamentáveis episódios que envolvem um ex-atleta que teve o privilégio, como capitão da seleção de 1994, de receber e erguer a Copa do Mundo, mas que infelizmente, como técnico da mais famosa seleção do do planeta, tem dado exemplos de desequilíbrio, rancor extremado e deseducação. Ao que tudo indica, Dunga precisa de um inimigo para confrontar e elegeu a imprensa o seu desafeto.
Deixo aqui o meu registro de indignação com o técnico da seleção do meu país, que no mínimo deve desculpas ao mundo. O futebol, um tema tão polêmico, pressupõe o debate de ideias, o contraditório e a atitude respeitosa nas opiniões diferenciadas sobre jogadores, técnica, táticas empregadas, conjunto, comportamento em campo, melhores estratégias e tudo mais que envolve as quatro linhas.
Copa do Mundo é sinônimo de congraçamento entre os diferentes povos e culturas, competitividade sadia, esportividade e jogo limpo. Dunga ofendeu o mundo pelo destempero. Faltou educação e respeito. Por certo, o técnico da seleção brasileira é acometido de uma "doença" ao que parece irreversível: TPPM (Tensão Permanente por Perseguição de Mídia). O desejo é que possa se curar rapidamente.
G1.com
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