Um estudo feito pela Universidade A&M do Texas mostra que que o LDL, ou "mau colesterol", não é o “Darth Vader da saúde” que todos pensam
Redação Época
A lipoproteína de baixa densidade (LDL), também conhecida como “mau colesterol”, não é tão má assim, segundo afirmou nesta quinta-feira (5) Steve Riechman, professor e pesquisador do Departamento de Saúde e Cinesiologia da Universidade A&M do Texas. Um estudo liderado por ele afirma que o LDL não é o “Darth Vader da saúde” que todos pensam, e que novas posturas médicas precisam ser adotadas frente aos efeitos da substância. O estudo de Riechman foi publicado no Journal of Gerontology e examinou 52 adultos saudáveis com idades entre 60 e 69 anos, mas que não praticassem com frequência nenhuma atividade física. O estudo, que submeteu esses participantes a uma rotina de treinamentos montada por especialistas, mostrou que os participantes que ganharam mais massa muscular também apresentavam os maiores níveis do mau colesterol.
“Esse resultado foi bastante inesperado, e nos surpreendeu”, afirmou Steve Riechman. “Ele mostra que você precisa sim de um certo nível de colesterol LDL para poder ganhar massa muscular. Não há dúvida que se precise dos dois - LDL e HDL (o bom colesterol) -, e a verdade é que o colesterol, no geral, faz bem.”
A pesquisa de Riechman não defende que se aumente os níveis de LDL no corpo, mas apenas aponta para o fato de que a substância não é tão vilã. “Você não pode simplesmente reomver todo o mau colesterol do corpo”, disse.
O colesterol é um tipo de gordura encontrado em todos os seres humanos e que envolve nosso corpo; ele é composto pelo LDL e pelo HDL (lipoproteína de alta densidade), considerado “bom”. O LDL é visto como o vilão principalmente por ser responsável pelo entupimento de vasos sanguíneos, já que tende a ficar acumulado em nosso sistema circulatório.
“O LDL é bastante útil (ao corpo humano). Ele age como um sistema de alerta que emite sinais quando algo está errado. As pessoas geralmente dizem que querem se librar de todo o seu mau colesterol, mas a verdade é que, se elas o fizessem, acabariam morrendo”, afirma o professor.
Segundo Riechman, todo mundo precisa de uma certa quantia de LDL e de HDL. “O que precisamos é mudar essa mentalidade de que o mau colesterol é sempre o vilão - todos precisamos dele”, diz.
O LDL funciona reparando e ajudando os tecidos humanos, enquanto que o HDL serve para “limpar” o trabalho do primeiro, eliminando os excessos do mau colesterol. Em excesso, o LDL realmente faz mal, mas ele é essencial para o ganho de massa muscular - portanto, diz o professor, quanto mais LDL no sangue houver de uma pessoa disposta a treinar fisicamente, melhor é o resultado.
Riechman acredita que seu estudo possa ajudar no tratamento de uma condição chamada Sarcopenia - perda de massa muscular devido ao envelhecimento. Pesquisas sobre a doença apontam que após os 40 anos, o percentual de perda de massa a cada década é de 5% do total. A descoberta de que o LDL ajuda a ganhar massa pode, portanto, transformar o vilão em mocinho.
“O importante é que o LDL, ou mau colesterol, serve como um aviso de que algo está errado em nosso corpo, e precisamos descobrir o que é. Ele nos dá avisos: seja de que estamos fumando demais, de que temos problemas de alimentação ou de que não estamos nos exercitando direito. Por isso, precisamos parar de sempre chamá-lo de ‘mau’ colesterol porque, afinal de contas, ele nem parece ser tão malvado assim”
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