Medicamentos
Ingestão das drogas da classe dos anti-inflamatórios não-esteroides amplia chance de novos infartos em caso de uso prolongado
Depois do infarto: tratamento com analgésicos da classe dos anti-inflamatórios não-esteróides podem elevar os riscos cardíacos (Thinkstock)
Pacientes que sobreviveram a um ataque cardíaco e fazem uso de analgésicos da classe dos anti-inflamatórios não-esteroides têm 45% mais chances de sofrerem um segundo infarto. Realizada pela Universidade de Copenhague, a pesquisa foi publicada no periódico Circulation: Journal of the American Heart Association.Durante as fases de pesquisas, foram analisados dados de 84.000 voluntários que tinham sobrevivido a um ataque cardíaco. A idade média dos participantes era de 68 anos. Cerca de 40% estavam sob prescrição de analgésicos da classe dos anti-inflamatórios não-esteroides.
Entre os que estavam sob prescrição médica, foi identificada a ingestão diária de doses médias de 1.600 miligramas de ibuprofeno (um dos anti-inflamatórios não-esteroides). De acordo com o estudo, entre a segunda e a décima quarta semana de uso, os riscos de novo ataque cardíaco nessas pessoas atingiam um nível quase 50% superior ao dos voluntários que não estavam tomando analgésicos.
Riscos maiores aconteceram, ainda conforme a pesquisa, quando havia a ingestão de outra droga do mesmo grupo, o diclofenaco – ele chega a aumentar em até três vezes as chances de um novo ataque cardíaco.
Os cientistas não conseguiram, no entanto, descobrir qual o exato mecanismo que faz desses analgésicos um risco para novos infartos. Uma das hipóteses levantadas por Anne-Marie Schjerning Olsen, coordenadora do estudo, é que essas drogas aumentam a formação de coágulos sanguíneos e a pressão sanguínea sistólica (a que apresente o índice mais elevado durante a aferição da pressão), problemas que podem acabar desencadeando um infarto cardíaco.
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