5.13.2011

Médico tem de comprovar riscos antes de realizar cirurgia plástica

 Entre as recomendações está o limite de tempo para uma cirurgia: QUATRO HORAS.
Segundo Ewaldo Bolivar de Souza Pinto, presidente da comissão de ciência e segurança da entidade, essa é uma tentativa de limitar o número de procedimentos feitos na mesma operação. “Em quatro horas, não dá para fazer mais que duas intervenções.”
O documento tem três páginas e cinco regras principais, com foco no pré-operatório e na anestesia. “Todo mundo pensa que anestesia local não é perigosa, mas se você usa uma quantidade de anestésico maior que 35 mg/kg, a pessoa pode ter convulsão.”
Para reduzir os riscos, um exame de anestesia deve fazer parte do pré-operatório, e o anestesista precisa acompanhar toda a cirurgia. Ele também deve ser responsável por encaminhar o paciente a uma sala de recuperação. Antes da operação, o paciente deverá fazer mais de dez exames, como hemograma e raio-X de tórax.
O local da cirurgia deve ser próximo a um banco de sangue e a uma UTI, para o caso de complicações. De acordo com Bolivar, ainda não havia uma orientação formal da entidade sobre os procedimentos cirúrgicos. “Estamos iniciando um novo capítulo. Muitos especialistas se esquecem de procedimentos de segurança.”
É a nova cartilha de regras para quem vai fazer esse tipo de operação. O médico terá de informar se tem especialização em cirurgia plástica.

No Brasil, beleza tem limite agora. São novas regras para fazer cirurgia plástica. Nada pode ser omitido na relação médico-paciente. Todas as informações têm de estar em um documento. O Conselho Federal de Medicina quer fazer um alerta às pessoas: plástica é uma cirurgia e oferece riscos ao paciente como qualquer outra.
Foram 640 mil cirurgias plásticas em um ano. É quase o recorde mundial. Nesse ranking, o Brasil só perde para os Estados Unidos. O problema é que muita gente esquece que, como em qualquer outra operação, na plástica também podem surgir imprevistos.

“Se as pessoas fossem informadas dos riscos principalmente, a gente pensaria duas vezes antes, com certeza”, comenta a secretária Paula Santos.

O Conselho Federal de Medicina quer que o médico explique melhor o que vai acontecer. “Agora ele vai compartilhar com seu paciente tudo, desde a possibilidade cirúrgica até a possibilidade de algumas complicações”, afirma Antonio Pinheiro, representante do Conselho Federal de Medicina.

A novidade é que essas informações vão ter de estar em um formulário. No documento, o médico vai ter de informar quais são os riscos e possíveis consequências da cirurgia, como o tamanho de uma cicatriz.

O médico vai registrar detalhes sobre os exames pré-operatórios, o tipo de anestesia a ser aplicada, remédios que o paciente vai tomar, equipamentos que serão usados e onde a operação vai ser feita. Ele também vai informar o número do registro no Conselho Regional de Medicina e se tem especialização em cirurgia plástica. Essa exigência foi criada depois de muitas reclamações de pacientes insatisfeitos com os resultados.

“Isso vai ajudar um pouco a coibir, porque o paciente vai ver ali onde está escrito: especialista ou não. Não é especialista? Então, o paciente vai ficar com um pouco de medo de fazer cirurgia com esse profissional”, acredita o cirurgião plástico Gustavo Rincón.
Folha


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