9.12.2011

Mulheres que preservam a mama têm sobrevida semelhante às que fazem mastectomia

Câncer

Este é o maior estudo feito até agora que compara a sobrevivência de mulheres que conservaram a mama contra quem fez mastectomia

Mulheres que preservam a mama têm sobrevida semelhante às que fazem mastectomia Mulheres que preservam a mama têm sobrevida semelhante às que fazem mastectomia (Brand X Pictures/Thinkstock)
Mulheres jovens com câncer de mama em estágio inicial e tratadas com lumpectomia e radioterapia têm taxas de sobrevivência semelhantes às daquelas que fizeram mastectomia, sugere estudo da Universidade de Maryland. A análise de quase 15.000 pacientes será apresentada no Simpósio de Câncer de Mama, realizada entre os dias 8 e 11 de setembro, na Califórnia.
A lumpectomia é uma cirurgia que preserva a mama da mulher. Em geral, o médico remove apenas o tumor e uma pequena quantidade de tecido que está em volta dele. Já a mastectomia é a remoção total da mama. Na radical, retira-se a mama inteira, o músculo e a glândula mamária.
CONHEÇA A PESQUISA

Onde foi divulgada: Simpósio de Câncer de Mama, realizado entre os dias 8 e 11 de setembro na Califórnia

Quem fez: Usama Mahmood e Steven J. Feigenberg, oncologistas da Universidade de Maryland

Instituição: Universidade de Maryland

Dados de amostragem: 14.764 mulheres com idades entre 20 e 39 anos que haviam sido diagnosticadas com estágio inicial de câncer de mama entre 1990 e 2007

Resultado:O estudo mostra que não houve diferença na sobrevida global entre mulheres jovens com câncer de mama que optaram por um procedimento menos invasivo .
Steven J. Feigenberg, oncologista da Universidade de Maryland, afirma que a mastectomia entre mulheres jovens está aumentando, principalmente por causa de preocupações quanto à recidiva do câncer. “Acreditamos que estes resultados serão muito importantes para mulheres jovens com câncer de mama em estágio inicial. O estudo confirma que a conservação da mama combinada com terapia é uma opção segura de tratamento e não tem um efeito negativo na sobrevivência”, disse.
Segundo Feigenberg, este é o maior estudo feito até agora que compara a sobrevivência de mulheres que fizeram a terapia de conservação da mama contra quem fez mastectomia. Mulheres com menos de 40 anos podem ter tumores mais agressivos e mais chances de apresentar recorrência do câncer. Estudos anteriores sugeriram que o câncer volta a reaparecer mais em mulheres jovens que optam por um procedimento que conserva a mama. Feigenberg diz, porém, que esses estudos não demonstraram o efeito disso na sobrevivência delas.
“Essa análise avança nos conhecimentos que temos sobre como tratar mulheres mais jovens com câncer de mama em estágio inicial. Ela certamente vai ajudar as jovens e seus médicos a entender melhor as opções de tratamentos mais adequados e tomar decisões baseadas no que é melhor para cada paciente”, diz Albert Reece, vice-presidente de assuntos médicos da Universidade de Maryland.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores utilizaram um banco de dados em que identificaram 14.764 mulheres com idades entre 20 e 39 anos que haviam sido diagnosticadas com estágio inicial de câncer de mama entre 1990 e 2007. Segundo o levantamento, 45% das mulheres fizeram a cirurgia de conservação da mama e 55% optaram pela mastectomia. Em média, elas foram acompanhados por seis anos.
Os pesquisadores consideraram fatores como ano do diagnóstico, tamanho do tumor, número de tumores e o tipo particular de câncer de mama. Segundo os resultados, ainda assim, não houve diferença na sobrevida global ou sobrevida específica para cada câncer de mama. A sobrevida global para aqueles que optaram pela lumpectomia foi de 92,5% depois de cinco anos, 83,5% depois de 10 anos, e 77% após 15 anos. Para quem fez mastectomia, os índices foram de 91,9%, 83,6% e 79,1%, respectivamente.
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