Competência gera competência
A futura presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, trabalhou com Dilma no Ministério de Minas e Energia
Aos 58 anos, a engenheira Maria das Graças Foster, diretora de Gás da Petrobras, é a Dilma da Dilma. Uma mulher séria, um tanto impaciente, que coleciona elogios e temor devido ao rigor de suas cobranças. Mãe de um casal e avó de uma menina, é capaz de dedicar mais de 14 horas do dia ao trabalho, abrindo mão de férias por anos a fio. Graça, como gosta de ser chamada, foi escolhida para ser a próxima presidente da estatal, em substituição a José Sergio Gabrielli. Quando estiver confirmada no cargo, algo esperado para a próxima semana, ela entrará para o seleto clube das executivas mais influentes do planeta. Será também o auge na carreira da funcionária que entrou há 32 anos na estatal como estagiária e passou por praticamente todas as áreas da empresa, como gás, distribuição, pesquisa e petroquímica.
O grande salto profissional de Maria das Graças foi possível porque, na década de 1990, ela conheceu a então secretária de Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff. Ficaram amigas. Quando Dilma, em janeiro de 2003, foi nomeada ministra de Minas e Energia no primeiro governo Lula, a atual presidente a chamou para ocupar o cargo de secretária de Petróleo e Gás do ministério, onde ficou por mais de dois anos.
O cargo que Maria das Graças exercia no ministério de Dilma – secretária de Petróleo e Gás – tinha o código DAS 6, o mais alto da Esplanada. Naquela ocasião, a remuneração de um DAS 6 era de R$ 7.575. Como gerente de tecnologia na Petrobras, Maria das Graças recebia R$ 9.700, aproximadamente. Quando um funcionário é cedido por uma empresa do governo federal a outro órgão ou um ministério, o gasto é todo de quem requisita. A empresa – no caso, a Petrobras – é ressarcida pelo ministério. Segundo normas do Ministério do Planejamento, cabe ao funcionário optar pela fórmula mais vantajosa: ganhar o DAS na íntegra ou receber o mesmo salário da empresa mais um porcentual do DAS. Como Maria das Graças ganhava mais na Petrobras, era interessante para ela manter o salário da estatal e receber mais 60% do salário do cargo comissionado. Quanto maior fosse o salário da estatal, maior seria sua remuneração final. E o salário de gerente da CEG era 50% maior que os vencimentos relativos ao cargo de gerente de tecnologia na Petrobras.
Sobre o episódio, a Petrobras reconhece que existe um documento com datas retroativas, mas atribui tudo a um erro administrativo. A empresa diz que a promoção de Maria das Graças Foster tinha sido acertada antes de ela ser convidada a ir para Brasília e que o processo teria sido concluído apenas em março de 2003. Por esse motivo, diz a empresa, a executiva vinha sendo remunerada desde então pelo valor mais alto. A nomeação para o cargo de gerente da unidade de Gás Natural da CEG Rio saiu com data retroativa, segundo a Petrobras, porque teria ocorrido um erro na hora de aprovar a cessão de Maria das Graças para o Ministério de Minas e Energia. Para que o funcionário cedido mantenha o salário da Petrobras, é necessário, pelas normas da estatal, que a cessão seja aprovada pela diretoria executiva da empresa. Em 2003, isso não foi feito. Um ano depois, quando a cessão de Maria das Graças para o ministério precisou ser renovada, a empresa decidiu pela nomeação retroativa para sanar o problema. Segundo a Petrobras, não houve remuneração indevida a mais nem pagamentos retroativos.
Ele afirmou que, com Maria das Graças, haverá continuidade na direção da Petrobras porque o governo sempre mandou na empresa. “Não é verdade que saí porque discordei (de Dilma Rousseff)”, disse Gabrielli, um recordista no posto, onde está há mais de seis anos.
A substituição de Gabrielli por Maria das Graças, pela proximidade da futura presidente da Petrobras com a presidente Dilma, deverá significar um alinhamento ainda maior da empresa com o Palácio do Planalto. A presidente Dilma, nos bastidores, queixava-se de atrasos no cronograma de exploração do petróleo da camada pré-sal. Com a chegada de Maria das Graças, esperam-se mudanças na diretoria e nos principais cargos gerenciais. A primeira baixa será o diretor de Exploração, Guilherme Estrella, que já comunicou a seus comandados que deixará o posto. Especula-se também que será criada uma nova diretoria, onde seria colocado o ex-presidente do PT José Eduardo Dutra, um dos coordenadores da campanha presidencial de Dilma em 2010 e presidente da Petrobras entre 2003 e 2005. Apesar da perspectiva de maior interferência do governo, a escolha de Maria das Graças foi bem recebida pelos analistas do setor de petróleo. “Ela é fera, sabe delegar e cobrar. Ganhou notoriedade na defesa da empresa”, diz Jean Paul Prates, especialista da área e ex-secretário de Energia do Rio Grande do Norte.
Maria das Graças tem mestrado em engenharia química e pós-graduação em engenharia nuclear pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). Mineira, morou, até os 12 anos, no Morro do Adeus, uma das comunidades do Complexo do Alemão, um conjunto de favelas do Rio de Janeiro. Para financiar seus estudos e ajudar no sustento da família, trabalhou desde jovem. Como a presidente Dilma, Maria das Graças é descrita por muitos assessores como uma mulher difícil e dura no trato. Mas a futura presidente da Petrobras tem também seu lado folião. Ela desfila há vários anos na escola de samba União da Ilha e comparece aos ensaios na quadra como uma boa integrante, informa o presidente da agremiação, Ney Filardi. “Ela está sempre lá, na maior simplicidade, com a família. É tranquila, nunca a vi bebendo. Fico muito lisonjeado com sua presença. Espero que não nos abandone”, diz Filardi. A Dilma da Dilma tem lá também suas diferenças em relação à original.
Nota "boaspraticasfarmaceuticas" Retiramos da reportagem da revista Época a sacanagem armada para fazer como a Veja faz . "Quanto pior melhor"para vender revista e fazer oposição disfarçada ao melhor governo do Brasil. Quem quiser ler a reportagem na íntegra compre ou acesse a Revista Època.
O grande salto profissional de Maria das Graças foi possível porque, na década de 1990, ela conheceu a então secretária de Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff. Ficaram amigas. Quando Dilma, em janeiro de 2003, foi nomeada ministra de Minas e Energia no primeiro governo Lula, a atual presidente a chamou para ocupar o cargo de secretária de Petróleo e Gás do ministério, onde ficou por mais de dois anos.
O cargo que Maria das Graças exercia no ministério de Dilma – secretária de Petróleo e Gás – tinha o código DAS 6, o mais alto da Esplanada. Naquela ocasião, a remuneração de um DAS 6 era de R$ 7.575. Como gerente de tecnologia na Petrobras, Maria das Graças recebia R$ 9.700, aproximadamente. Quando um funcionário é cedido por uma empresa do governo federal a outro órgão ou um ministério, o gasto é todo de quem requisita. A empresa – no caso, a Petrobras – é ressarcida pelo ministério. Segundo normas do Ministério do Planejamento, cabe ao funcionário optar pela fórmula mais vantajosa: ganhar o DAS na íntegra ou receber o mesmo salário da empresa mais um porcentual do DAS. Como Maria das Graças ganhava mais na Petrobras, era interessante para ela manter o salário da estatal e receber mais 60% do salário do cargo comissionado. Quanto maior fosse o salário da estatal, maior seria sua remuneração final. E o salário de gerente da CEG era 50% maior que os vencimentos relativos ao cargo de gerente de tecnologia na Petrobras.
Sobre o episódio, a Petrobras reconhece que existe um documento com datas retroativas, mas atribui tudo a um erro administrativo. A empresa diz que a promoção de Maria das Graças Foster tinha sido acertada antes de ela ser convidada a ir para Brasília e que o processo teria sido concluído apenas em março de 2003. Por esse motivo, diz a empresa, a executiva vinha sendo remunerada desde então pelo valor mais alto. A nomeação para o cargo de gerente da unidade de Gás Natural da CEG Rio saiu com data retroativa, segundo a Petrobras, porque teria ocorrido um erro na hora de aprovar a cessão de Maria das Graças para o Ministério de Minas e Energia. Para que o funcionário cedido mantenha o salário da Petrobras, é necessário, pelas normas da estatal, que a cessão seja aprovada pela diretoria executiva da empresa. Em 2003, isso não foi feito. Um ano depois, quando a cessão de Maria das Graças para o ministério precisou ser renovada, a empresa decidiu pela nomeação retroativa para sanar o problema. Segundo a Petrobras, não houve remuneração indevida a mais nem pagamentos retroativos.
Ele afirmou que, com Maria das Graças, haverá continuidade na direção da Petrobras porque o governo sempre mandou na empresa. “Não é verdade que saí porque discordei (de Dilma Rousseff)”, disse Gabrielli, um recordista no posto, onde está há mais de seis anos.
A substituição de Gabrielli por Maria das Graças, pela proximidade da futura presidente da Petrobras com a presidente Dilma, deverá significar um alinhamento ainda maior da empresa com o Palácio do Planalto. A presidente Dilma, nos bastidores, queixava-se de atrasos no cronograma de exploração do petróleo da camada pré-sal. Com a chegada de Maria das Graças, esperam-se mudanças na diretoria e nos principais cargos gerenciais. A primeira baixa será o diretor de Exploração, Guilherme Estrella, que já comunicou a seus comandados que deixará o posto. Especula-se também que será criada uma nova diretoria, onde seria colocado o ex-presidente do PT José Eduardo Dutra, um dos coordenadores da campanha presidencial de Dilma em 2010 e presidente da Petrobras entre 2003 e 2005. Apesar da perspectiva de maior interferência do governo, a escolha de Maria das Graças foi bem recebida pelos analistas do setor de petróleo. “Ela é fera, sabe delegar e cobrar. Ganhou notoriedade na defesa da empresa”, diz Jean Paul Prates, especialista da área e ex-secretário de Energia do Rio Grande do Norte.
Maria das Graças tem mestrado em engenharia química e pós-graduação em engenharia nuclear pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). Mineira, morou, até os 12 anos, no Morro do Adeus, uma das comunidades do Complexo do Alemão, um conjunto de favelas do Rio de Janeiro. Para financiar seus estudos e ajudar no sustento da família, trabalhou desde jovem. Como a presidente Dilma, Maria das Graças é descrita por muitos assessores como uma mulher difícil e dura no trato. Mas a futura presidente da Petrobras tem também seu lado folião. Ela desfila há vários anos na escola de samba União da Ilha e comparece aos ensaios na quadra como uma boa integrante, informa o presidente da agremiação, Ney Filardi. “Ela está sempre lá, na maior simplicidade, com a família. É tranquila, nunca a vi bebendo. Fico muito lisonjeado com sua presença. Espero que não nos abandone”, diz Filardi. A Dilma da Dilma tem lá também suas diferenças em relação à original.
Nota "boaspraticasfarmaceuticas" Retiramos da reportagem da revista Época a sacanagem armada para fazer como a Veja faz . "Quanto pior melhor"para vender revista e fazer oposição disfarçada ao melhor governo do Brasil. Quem quiser ler a reportagem na íntegra compre ou acesse a Revista Època.
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