Existe alimentos que devem ser evitados quando se toma certos medicamentos, a mistura pode revelar-se perigosa. Este assunto muitas vezes é ignorado, mas deve-se ter muita atenção, porque existem algumas combinações medicamento e alimento, que podem revelar-se perigosas para o organismo humano.
COMBINAÇÕES A EVITAR
»Sumo de laranja: O tão apreciado suco de laranja, interfere com a absorção de medicamentos destinados ao combate de alergias. Este sumo faz com que o medicamento perca em grande parte a sua eficácia, o que em doentes com alergias graves pode tornar-se perigoso.
»Queijo, enchidos e vinho tinto: Estes trios de alimentos, misturados com medicamentos antidepressivos, em nada são compatíveis para o bem-estar e saúde do doente. Se a classe dos antidepressivos for inibidores da monoaminoxidase, pode levar a uma crise de hipertensão.
»Espinafres, couves e bróculos: Se está a tomar fármacos para ajudar a diluir o sangue e aumentar o seu fluxo, para assim prevenir um AVC ou ataque cardíaco, estes alimentos “verdes” devem ser diminuídos, e comer no máximo uma porção por dia. Isto porque estes vegetais são ricos em vitamina K, que ajuda a coagular o sangue, diminuído assim o efeito desejado dos medicamentos que se está a tomar.
Minha alimentação interfere no tratamento?
A interação da refeição com determinados medicamentos pode diminuir a eficácia do remédio
Isso mesmo. O que você ingere ao longo do tratamento pode interferir diretamente no efeito da medicação comprometendo, inclusive, sua eficiência.
“A associação de medicamentos com determinados alimentos pode ocasionar a redução do efeito do remédio ou retardar o início de sua ação”, alerta Raquel Rizzi, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
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“Pode haver potencialização do efeito, levando à toxicidade ou à diminuição das propriedades, prejudicando o tratamento farmacológico”.
As interações entre nutrientes e medicamentos podem alterar a disponibilidade, a ação ou a toxidade de suas substâncias ativas, explica a nutricionista Thaís Navarro Caldeira. A especialista, que presta serviços de atendimento nutricional e controle de qualidade para empresas alimentícias, ressalta que também é necessário respeitar a sequência da ingestão e conciliar a medicação à alimentação.
“Se a orientação da medicação é ser ingerida em jejum ou após as refeições, essa determinação deve ser atendida. Também é preciso saber se o remédio deve ser tomado junto com chás, sucos, leite, ou apenas com água”.
Alimentos
“A tiamina (vitamina B1), por exemplo, presente em peixes, no chocolate e em alguns queijos, pode causar crise hipertensiva quando ingerida com alguns antiinflamatórios. Alimentos ricos em cafeína, como chás, café e chocolate, quando consumidos em grandes quantidades, podem levar à toxidade, aumentando os riscos de efeitos colaterais dos medicamentos.” Já o leite e seus derivados, acrescenta a nutricionista, diminuem a absorção dos antibióticos.
Mas como saber que tipo de alimento ingerir durante um tratamento médico? Especialistas advertem que o mais importante é escapar de receitas caseiras e, em caso de dúvidas, procurar um profissional de confiança.
“O ideal é sempre seguir a posologia indicada pelo médico e orientada pelo farmacêutico. As bulas dos remédios também trazem informações importantes. A melhor atitude é buscar a orientação de quem prescreveu o remédio, pois os medicamentos apresentam peculiaridades e podem causar efeitos adversos graves em algumas situações”, explica Raquel.
A mistura perigosa dos medicamentos
Tomar medicamento com suco de laranja ou combinar com outras pílulas pode trazer riscos à saúde
O mundo dos remédios tem regras próprias “antimistura”, quase todas desconhecidas pela maioria da população. Por isso, o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) fez um alerta para a combinação de risco de alguns remédios com sucos, refrigerantes, chás ou outras medicações.
Segundo Rogério da Silva Veiga, coordenador da Comissão de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do CRF/SP e consultor do Conselho Brasileiro de Fitoterapia, a grande responsável para aproximar os perigos da mistura de medicamentos é a automedicação.
Medicamentos não devem ser tomados com chás,
O Sistema Nacional de Informação Toxicológica (Sinitox), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), em seu último relatório alertou que os medicamentos são os principais responsáveis por intoxicações e envenenamentos, superando agrotóxicos, venenos e drogas. Em um só ano, foram relatados 34 mil casos e parte deles pode ter sido potencializada por misturas de risco.
O presidente do Conselho Federal de Farmácia, Jaldo de Souza Santos, diz que a cultura da automedicação é enraizada no povo brasileiro. Para ele, o fato das pessoas buscarem indicações de medicamentos com os vizinhos, amigos e familiares faz com que muitas não recebam informações importantes por parte dos farmacêuticos e médicos.
“O intuito sempre é de ajudar quando há indicação de uma medicação. Influenciar uma pessoa a tomar um medicamento pode até ser fatal. A recomendação especializada é indispensável.”
Algumas misturas de risco
Anticoncepcional + antibióticos = o antibiótico reduz drasticamente o efeito do anticoncepcional.
Antiespasmódicos (contra gases) + broncodilatadores (para asma) + (ou) descongestionantes nasais + (ou) antidepressivos + inibidores de apetite = a combinações de dois ou mais dos medicamentos acima causa maior excitabilidade do sistema nervoso central, boca seca, constipação do intestino e aumento da freqüência cardíaca.
Antiinflamatório + diurético = o antiinflamatório inibe o efeito do diurético.
Chá de camomila + Acido acetilsalicílico = pode levar a sangramentos.
Remédio para pressão alta + suco de laranja = diminui em 49% a eficácia do remédio para baixar a pressão.
Medicamento + erva de São João = a erva diminui a eficácia do medicamento.
Dieta
O mesmo serve para quem está em busca de uns quilos a menos. Dietas também exigem cuidados, principalmente se feitas à base de remédios.
“É primordial informar à nutricionista os medicamentos que estão sendo utilizados, para que seja elaborada uma dieta específica, respeitando os horários dos remédios e verificando os nutrientes necessários para uma boa reposição nutricional, sem que exista interferências da dieta com os medicamentos”, acrescenta a nutricionista Thaís Navarro.
Chás e raízes
Mas não são apenas os alimentos que devem ser observados com cuidado ao longo de um tratamento médico. Chás e raízes podem ser grandes vilões se ingeridos de forma equivocada.
“Isso é muito comum, pois as pessoas costumam pensar que, por serem naturais, os chás não causam mal. É um erro, pois eles podem ocasionar danos e interagir com alguns medicamentos”, adverte o médico e presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), Raymundo Paraná.
Na maioria das vezes, ressalta o médico, pela ausência de estudos que comprovem a eficácia e segurança dos chás e raízes, seu uso é arriscado, sobretudo quando ingeridos com os medicamentos tradicionais.
“O boldo, se usado com anticoagulantes, pode causar efeitos adversos sérios. A erva-de-são-joão não pode ser usada com medicamentos para tratar epilepsia”, exemplifica Paraná.
Os males causados em decorrência da mistura de chás e raízes com remédios podem ser muitos, mas o principal dano, segundo o especialista, é ao fígado e ao rim. Há ainda o risco de intoxicação, que em alguns casos pode ser fatal.
Idosos
O excessivo número de medicamentos aliado à idade são os principais fatores que tornam os idosos vítimas potenciais da interação de medicamentos com determinados alimentos, chás e outras substâncias. São eles, os maiores alvos de uma mistura que pode não apenas comprometer o tratamento médico, mas gerar reações adversas graves.
“Os idosos enfrentam dois problemas básicos. O primeiro é que o médico precisa dispor de um tempo maior para explicar a utilização da medicação e, na rotina, isso nem sempre acontece. O segundo é que o idoso normalmente toma várias medicações simultâneas, para o coração, para o estômago, e às vezes sozinhos, esses remédios já têm potencial de interação, o que pode levar à intoxicação”, explica o especialista em clínica médica do Hospital São Paulo, Cláudio Rufino.
Além disso, acrescenta, os idosos têm alteração de absorção e o metabolismo mais lento. “Todos esses fatores, associados à própria patologia, resultam em menos proteínas circulantes e levam à alteração e risco de intoxicação, ou mesmo ineficiência do tratamento.”
Um paciente com sopro no coração, por exemplo, que precisa tomar anticoagulante, pode ter o tratamento seriamente comprometido com a ingestão de folhas verdes.
“Ele potencializa a medicação e aumenta o risco de sangramento pulmonar”, exemplifica Rufino.
Para o médico, a atenção à alimentação durante o tratamento é essencial. “Em uma escala de zero a dez, eu daria dez em grau de importância. Saber o que foi prescrito e como isso interage com seu organismo é primordial. A vida média está aumentando e o idoso é um dos alvos mais acometidos por esse tipo de interação. Os resultados são catastróficos quando isso não é observado”, avalia.
Álcool e fumo
Não é raro quem, mesmo em meio a um tratamento médico, assim que as dores cessam, se aventure em um copinho de chope ou em uma dose de bebida alcoólica. Mas afinal, o álcool é ou não uma ameaça ao tratamento com medicamentos?
Para os adeptos da prática, a notícia não poderia ser pior. Os especialistas são taxativos: bebida alcoólica? Não, não pode.
“O álcool é um agente sedativo e hipnótico que, associado a outras drogas, pode apresentar efeitos clínicos importantes. Os antidepressivos e as drogas sedativas são os exemplos mais comuns de interação com o álcool. Ele também potencializa os efeitos farmacológicos de muitas drogas não-sedativas, como os vasodilatadores (utilizados por cardíacos) e os hipoglicêmicos orais (utilizados por diabéticos)”, explica a presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
Os fumantes também devem ficar atentos. A especialista afirma que a orientação é que “se espere pelo menos uma hora para fumar após ter ingerido uma medicação”.
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“Alguns analgésicos têm a eficácia diminuída na presença do tabaco. Substâncias liberadas pelo cigarro, como o monóxido de carbono, cianureto e nicotina, podem gerar várias interações medicamentosas, como diminuir a absorção da insulina”, afirma Raquel.
Sendo o álcool diurético e a medicação excretada pelos rins, “genericamente, o paciente que ingere álcool estará mandando ela embora mais rápido e, portanto, ela será menos eficiente, atuando menos no organismo”, acrescenta Rufino.
E em época de sol, calor e praia, vale deixar de lado a manga cumprida e o trânsito da cidade, mas os cuidados com a saúde, advertem os especialistas, devem ir na mala. E em cima, de preferência.
Um comentário:
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