3.09.2012

Roupas que tratam

Roupas que tratam

Cresce a oferta de camisetas e outras peças do vestuário feitas com tecidos que prometem aliviar dores musculares e até espantar mosquitos

Mônica Tarantino

Assista ao vídeo e saiba mais sobre peças que reduzem a celulite e amenizam dores musculares:
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Na ISTOÉ desta semana você encontra uma reportagem sobre roupas terapêuticas. Assista ao vídeo e saiba mais sobre peças que reduzem a celulite e amenizam dores musculares

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MOVIMENTO
Rafaela usa camisetas que prometem aliviar
sua dor no ombro. Está feliz com o resultado
Peças de vestuário com qualidades terapêuticas começam a ser fabricadas em diversos países. São produtos inovadores que prometem efeitos como aliviar a dor muscular, afastar mosquitos ou melhorar sintomas de quem tem problemas de pele, como os pruridos. “A fabricação de vestuário e tecidos com efeitos benéficos para a saúde é uma área em expansão”, diz Catarina Barbosa, da empresa europeia New Textiles. A companhia produz a linha SkintoSkin, indicada como auxiliar no tratamento de problemas de pele como eczema ou psoríase. Segundo a empresa, o efeito calmante das peças é proporcionado pela associação das fibras do algodão puro com algas marinhas e sais de prata. A combinação foi criada pela New Textiles em parceria com a Universidade do Minho, em Portugal. “Estamos exportando para países como Reino Unido, Japão, Rússia e agora também para o Brasil”, diz Catarina.

A marca inglesa DermaSilk produz roupas com a mesma finalidade, mas feitas de seda pura e sem tingimento. Já a NG Wear, também europeia, faz roupas que prometem afastar insetos usadas por um público vasto, que inclui de guias de viagem a recém-nascidos. “São peças para pessoas que vivem ou viajam em áreas de risco de dengue, malária e outros males transmitidos por mosquitos”, explica o engenheiro têxtil Manuel Pinheiro, administrador da empresa. Os produtos são feitos com diferentes tecnologias. As mantas de bebê, por exemplo, são confeccionadas com um tecido contendo microcápsulas de citronela, planta cujo odor repele insetos.

A melhora das dores musculares e da celulite também está na mira da indústria têxtil. Com essa finalidade, a empresa brasileira Invel investiu no desenvolvimento de tecidos com minerais. “Em contato com o calor do corpo, as peças refletem essa energia e produzem um efeito que melhora a circulação sanguínea”, afirma Carla Taba, diretora da marca. “São roupas que funcionam como coadjuvantes eficazes no tratamento da dor”, assegura Manoel Jacobsen, pesquisador do Grupo da Dor do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Dados de um estudo patrocinado pela Invel e coordenado pelo médico mostraram uma redução de 45% da lombalgia crônica com o uso da camiseta por oito horas diárias durante 14 dias. “É preciso persistir para usufruir o efeito dessas roupas, mas dá certo”, diz a farmacêutica Rafaela Costa, 35 anos, de São Paulo. Ela usa uma camiseta com esses compostos minerais para dormir sempre que volta a sentir as dores intensas de uma bursite no ombro.

Os fios terapêuticos também são usados na área esportiva. Criado por brasileiros da Rhodia, o Emana ajudaria a regular a temperatura corporal ao controlar a absorção do suor. O fio é usado ainda pela Valisère na fabricação de uma linha de roupas íntimas. “Ele também retarda a fadiga muscular”, diz Daniel Gorescu, gerente de pesquisa da Rhodia. Com a mesma proposta, a americana Hologenix inventou o Celliant, método que permite colocar minerais nos fios e que está presente na produção de tecidos usados por marcas de artigos esportivos. “O Celliant possibilita melhor oxigenação dos tecidos, o que promove uma recuperação mais rápida após o esforço”, afirmou à ISTOÉ Seth Casden, presidente da empresa.

Embora a oferta de roupas terapêuticas esteja crescendo, o novo segmento ainda precisa enfrentar alguns desafios. Entre eles estão a necessidade de prolongar a longevidade de algumas dessas roupas (as peças antimosquito resistem a somente 20 lavagens, por exemplo) e acabar com a carência de estudos sobre a eficácia dos produtos feitos por pesquisadores independentes.
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