A
esperança de vida tem aumentado em termos globais e o Brasil não fica
fora dessa mudança demográfica que se pode notar a olhos vistos,
principalmente nas grandes cidades. As previsões populacionais para este
segmento etário dão conta da existência de dois bilhões de idosos em
2050 em todo o mundo.
Mas como envelhecer, mantendo a qualidade de vida?
Esta e outras questões relacionadas aos idosos foi o motivo desta entrevista ao site da Oficina da Memória com um dos maiores especialistas em saúde desse segmento da população:
Emílio Moriguchi, professor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e chefe do Setor de Geriatria do Hospital São Lucas, também da PUC gaúcha.
Diretor do Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para a Prevenção das Doenças Crônicas Associadas ao Envelhecimento, pós-doutorado pela Wake Forest University, de Winston (EUA), Moriguchi faz questão de alertar que não existem fórmulas mágicas para prevenir o envelhecimento. “O envelhecimento com qualidade de vida é uma conquista que depende do esforço individual e coletivo na busca de hábitos saudáveis”.
Leia a íntegra dessa entrevista, que a Oficina da Memória publica em comemoração ao Dia do Idoso (27/09).
Nota do editor: resolvemos deixar em maiúsculas as partes que o Dr. Moriguchi frisou na conversa, para destacá-las.
Oficina da Memória – Com base nos estudos que o senhor e o senhor seu pai, Dr. Yukio Moriguchi, têm realizado em Veranópolis, o que é preciso para alcançar a graça da longevidade?
Emílio Moriguchi – Para se atingir uma longevidade com qualidade de vida deve-se, em primeiro lugar, cultivar HÁBITOS SAUDÁVEIS DE VIDA, tendo-se em mente que a longevidade com qualidade de vida é algo que se conquista com uma alimentação saudável, prática regular de atividade física, repouso e lazer adequados, vida familiar e social de valorização do envelhecimento e uma vida espiritual rica com vivência da fé.
Oficina da Memória – Envelhecer é tido como sinônimo para adoecer. Como envelhecer e manter a qualidade de vida?
Moriguchi – Discordamos! O envelhecer é uma CONQUISTA! Uma conquista ainda maior se este envelhecimento for com qualidade de vida excelente, com as medidas que comentamos na resposta anterior.
Oficina da Memória – Qual o papel do Estado e o papel de cada um de nós para que o envelhecimento seja uma experiência agradável?
Moriguchi – O papel de cada um de nós e do Estado (nesta ordem) é de TORNAR POSSÍVEL este processo de envelhecimento com qualidade de vida, cumprindo, cada um, com a sua parte: o indivíduo com a sua vivência e o Estado tentando promover a possibilidade desta vivência.
Oficina da Memória – A Gerontologia e a Geriatria brasileiras estão fazendo direitinho o dever de casa?
Moriguchi – Diríamos que estamos no caminho. Ainda somos poucos, muito poucos, para o tamanho do Brasil. Mas achamos que estamos no caminho certo.
Oficina da Memória – Velhice combina com urbanização? De que forma usufruir a cidade sendo um idoso e quais são os perigos que se devem evitar nela?
Moriguchi – A urbanização selvagem “mata o idoso”, pois não cria espaço para o “velho”. Mas a URBANIZAÇÃO INTELIGENTE E HUMANA certamente abre espaços e facilita a vida do idoso.
Oficina da Memória – Vivemos uma transição demográfica. O Brasil envelhece a olhos vistos, mas a nossa população não tem enriquecido ou não está havendo distribuição de renda na mesma proporção que o crescimento do número de idosos. Desse ponto de vista, que futuro espreita os nossos idosos?
Moriguchi – Depende de o que nós fizermos agora e no futuro. Se nós não nos prepararmos e preparar os outros e a sociedade, será um desastre…
Oficina da Memória – Quais são as perspectivas para aqueles que estão começando a envelhecer?
Moriguchi – Depende de quem estamos falando. Se estamos falando daquele idoso que QUER envelhecer bem, serão excelentes. Mas, se estamos falando daquele que vê o envelhecimento como “castigo”, estes estão fadados a um futuro sombrio.
Oficina da Memória – O senhor poderia aproveitar a oportunidade para derrubar os principais mitos relacionados ao envelhecimento?
Moriguchi – O principal mito que deve ser derrubado é que NÃO EXISTEM FÓRMULAS MÁGICAS PARA “PREVENIR O ENVELHECIMENTO OU PARA REJUVENESCER”! O envelhecimento com qualidade de vida é uma conquista que depende do esforço individual e coletivo na busca de hábitos de vida saudáveis citados na resposta que dei à primeira pergunta desta entrevista.
Oficina da Memória – É possível também tornar longeva a vida sexual de uma pessoa. Fale, por favor, sobre os benefícios e também os medicamentos contra disfunção erétil.
Moriguchi – Sim, é possível. Depende de como o idoso e a idosa cuida e prepara o seu envelhecimento. Esta questão depende MUITO MAIS de valores individuais do que da “globalização pejorativa” que a mídia faz da vida íntima do casal. No envelhecimento saudável, quanto menos remédio, melhor! Somos contra este tipo de medicamento que “artificialmente cria prazer”, pois isto é igual a estarmos enganando o idoso!
Oficina da Memória – De que forma as células-tronco poderiam beneficiar os idosos?
Moriguchi – Provavelmente de muitas formas, mas isto é um assunto para os próximos 10 anos ou mais…
Oficina da Memória – Há algum recado ou dicas que o senhor gostaria de dar aos que já estão idosos e aos que estão começando a entrar na Terceira Idade?
Moriguchi – Vamos cultivar HÁBITOS SAUDÁVEIS DE VIDA, tendo-se em mente que a longevidade com qualidade de vida é algo que se conquista com uma alimentação saudável, prática regular de atividade física, repouso e lazer adequados, vida familiar e social de valorização do envelhecimento e uma vida espiritual rica com vivência da fé.
Mas como envelhecer, mantendo a qualidade de vida?
Esta e outras questões relacionadas aos idosos foi o motivo desta entrevista ao site da Oficina da Memória com um dos maiores especialistas em saúde desse segmento da população:
Emílio Moriguchi, professor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e chefe do Setor de Geriatria do Hospital São Lucas, também da PUC gaúcha.
Diretor do Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para a Prevenção das Doenças Crônicas Associadas ao Envelhecimento, pós-doutorado pela Wake Forest University, de Winston (EUA), Moriguchi faz questão de alertar que não existem fórmulas mágicas para prevenir o envelhecimento. “O envelhecimento com qualidade de vida é uma conquista que depende do esforço individual e coletivo na busca de hábitos saudáveis”.
Leia a íntegra dessa entrevista, que a Oficina da Memória publica em comemoração ao Dia do Idoso (27/09).
Nota do editor: resolvemos deixar em maiúsculas as partes que o Dr. Moriguchi frisou na conversa, para destacá-las.
Oficina da Memória – Com base nos estudos que o senhor e o senhor seu pai, Dr. Yukio Moriguchi, têm realizado em Veranópolis, o que é preciso para alcançar a graça da longevidade?
Emílio Moriguchi – Para se atingir uma longevidade com qualidade de vida deve-se, em primeiro lugar, cultivar HÁBITOS SAUDÁVEIS DE VIDA, tendo-se em mente que a longevidade com qualidade de vida é algo que se conquista com uma alimentação saudável, prática regular de atividade física, repouso e lazer adequados, vida familiar e social de valorização do envelhecimento e uma vida espiritual rica com vivência da fé.
Oficina da Memória – Envelhecer é tido como sinônimo para adoecer. Como envelhecer e manter a qualidade de vida?
Moriguchi – Discordamos! O envelhecer é uma CONQUISTA! Uma conquista ainda maior se este envelhecimento for com qualidade de vida excelente, com as medidas que comentamos na resposta anterior.
Oficina da Memória – Qual o papel do Estado e o papel de cada um de nós para que o envelhecimento seja uma experiência agradável?
Moriguchi – O papel de cada um de nós e do Estado (nesta ordem) é de TORNAR POSSÍVEL este processo de envelhecimento com qualidade de vida, cumprindo, cada um, com a sua parte: o indivíduo com a sua vivência e o Estado tentando promover a possibilidade desta vivência.
Oficina da Memória – A Gerontologia e a Geriatria brasileiras estão fazendo direitinho o dever de casa?
Moriguchi – Diríamos que estamos no caminho. Ainda somos poucos, muito poucos, para o tamanho do Brasil. Mas achamos que estamos no caminho certo.
Oficina da Memória – Velhice combina com urbanização? De que forma usufruir a cidade sendo um idoso e quais são os perigos que se devem evitar nela?
Moriguchi – A urbanização selvagem “mata o idoso”, pois não cria espaço para o “velho”. Mas a URBANIZAÇÃO INTELIGENTE E HUMANA certamente abre espaços e facilita a vida do idoso.
Oficina da Memória – Vivemos uma transição demográfica. O Brasil envelhece a olhos vistos, mas a nossa população não tem enriquecido ou não está havendo distribuição de renda na mesma proporção que o crescimento do número de idosos. Desse ponto de vista, que futuro espreita os nossos idosos?
Moriguchi – Depende de o que nós fizermos agora e no futuro. Se nós não nos prepararmos e preparar os outros e a sociedade, será um desastre…
Oficina da Memória – Quais são as perspectivas para aqueles que estão começando a envelhecer?
Moriguchi – Depende de quem estamos falando. Se estamos falando daquele idoso que QUER envelhecer bem, serão excelentes. Mas, se estamos falando daquele que vê o envelhecimento como “castigo”, estes estão fadados a um futuro sombrio.
Oficina da Memória – O senhor poderia aproveitar a oportunidade para derrubar os principais mitos relacionados ao envelhecimento?
Moriguchi – O principal mito que deve ser derrubado é que NÃO EXISTEM FÓRMULAS MÁGICAS PARA “PREVENIR O ENVELHECIMENTO OU PARA REJUVENESCER”! O envelhecimento com qualidade de vida é uma conquista que depende do esforço individual e coletivo na busca de hábitos de vida saudáveis citados na resposta que dei à primeira pergunta desta entrevista.
Oficina da Memória – É possível também tornar longeva a vida sexual de uma pessoa. Fale, por favor, sobre os benefícios e também os medicamentos contra disfunção erétil.
Moriguchi – Sim, é possível. Depende de como o idoso e a idosa cuida e prepara o seu envelhecimento. Esta questão depende MUITO MAIS de valores individuais do que da “globalização pejorativa” que a mídia faz da vida íntima do casal. No envelhecimento saudável, quanto menos remédio, melhor! Somos contra este tipo de medicamento que “artificialmente cria prazer”, pois isto é igual a estarmos enganando o idoso!
Oficina da Memória – De que forma as células-tronco poderiam beneficiar os idosos?
Moriguchi – Provavelmente de muitas formas, mas isto é um assunto para os próximos 10 anos ou mais…
Oficina da Memória – Há algum recado ou dicas que o senhor gostaria de dar aos que já estão idosos e aos que estão começando a entrar na Terceira Idade?
Moriguchi – Vamos cultivar HÁBITOS SAUDÁVEIS DE VIDA, tendo-se em mente que a longevidade com qualidade de vida é algo que se conquista com uma alimentação saudável, prática regular de atividade física, repouso e lazer adequados, vida familiar e social de valorização do envelhecimento e uma vida espiritual rica com vivência da fé.
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