Amantes: saiba qual é o perfil das mulheres que aceitam ser a outra
Segundo entrevistadas,
o homem não costuma contar que é comprometido e quando a mulher
descobre fica à mercê das promessas de separação
A personagem Aline (Vanessa Giácomo) de Amor à Vida
não é a primeira a interpretar uma amante nas telinhas e provocar
sentimentos adversos no público. Antes da secretária que conseguiu
separar o casal Cesar (Antônio Fagundes) e Pilar (Suzana Vieira), Alexia
(Carolina Ferraz) em Avenida Brasil, Natalie (Deborah Secco) em Insensato Coração, Bianca (Cléo Pires) em Salve Jorge
e outras passaram pela situação. Mas, distante dos estereótipos criados
para “a outra” da relação na ficção, as psicólogas entrevistadas pelo Terra disseram que nem sempre a amante é uma vilã, mulher fatal ou tem como objetivo destruir a felicidade de um casal.
Recebo mulheres que estão esperando há mais de 10 anos
psicóloga e escritora Olga Inês Tessari
sobre amantes que esperam virar a 'fixa'
“A maioria dos homens não conta que é comprometido no
início. Às vezes acontecem encontros casuais, ele acha a mulher
interessante e não quer abrir mão disso”, disse a psicóloga e escritora
Olga Inês Tessari. Quando ela descobre, já está envolvida emocionalmente
e fica à mercê das promessas do parceiro de que ele pedirá o divórcio,
acrescentou a psicóloga. “Recebo mulheres que estão esperando há mais de
10 anos. Chega um momento em que o tempo passa, a mulher envelhece,
todos os homens na idade dela já estão comprometidos e ela se sente
emocionalmente dependente”, disse Olga.
A antropóloga e professora nas áreas de antropologia
cultural e sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mirian
Goldenberg, é pesquisadora do assunto e escreveu os livros Por que Homens e Mulheres Traem? e A Outra.
“Não existe essa vilã destruidora de casamento, às vezes a mulher não
quer que o cara se separe e sente culpa por se relacionar com ele”,
disse Mirian. Segundo ela, a situação é um “drama" porque as amantes são
contra viver a divisão e se recusam a perder o parceiro, no entanto,
não têm essa escolha: terminam a relação ou a aceitam, mesmo sendo
incompleta.
As amantes costumam ser mulheres com autoestima baixa,
carentes, que se apaixonam com facilidade e encontram a segurança e
atenção nesse homem, geralmente mais velho, de acordo com os casos
atendidos por Olga. A psicóloga citou também as que se envolvem por
interesse: “é o velho golpe da barriga, que garante, pelo menos, uma
pensão”. No entanto, a maioria dos relacionamentos é de vínculo
emocional, reforçou.
O perfil das amantes A secretária
representa, por vezes, a responsável por destruir casamentos e famílias
nas tramas de novelas e filmes. Na vida real, a situação não é muito
diferente: a maioria das amantes faz parte do ambiente de trabalho do
homem, segundo as entrevistadas. “São mulheres que convivem com ele fora
de casa e acabam dando atenção”, disse Olga. “É uma pessoa com quem o
homem compartilha amizade e cumplicidade. Ele convive mais no trabalho
com essa mulher do que em casa com a própria esposa e às vezes consegue
falar coisas com ela que ficam inviáveis em casa por ter outros
problemas para resolver”, complementou Mirian.
No livro A Outra, a antropóloga classificou
três tipos de mulheres. A amante provisória é jovem, não aceita a
situação por muito tempo e desiste caso o parceiro não se separe da
mulher “oficial”. A transitória, segundo Mirian, tem cerca de 30 ou 40
anos e fica na expectativa de conseguir que o homem fique apenas com
ela. A permanente é a mulher que passou mais de 30 anos esperando a
separação, desistiu e aceitou a segunda posição na vida amorosa do
companheiro.
Na pesquisa feita para a elaboração do livro, Mirian
descobriu que “a outra” cria uma identidade “por um contraste permanente
com a da esposa” para a autovalorização. Ela “se constrói como a
verdadeira companheira em todos os níveis, enquanto a esposa aparece
como o vínculo obrigatório do parceiro”, escreveu a antropóloga. É comum
a amante se considerar a principal, a primeira e a verdadeira
companheira do homem.
Por que os homens traem? Carência,
insatisfação sexual e emocional, busca por aventura e pressão de amigos
estão entre os principais motivos, segundo as especialistas. Mirian, na
obra Por Que Homens e Mulheres Traem? definiu três
comportamentos masculinos: o poligâmico por natureza – que trai por ser
fiel aos próprios desejos – e é minoria; o monogâmico infiel - que
comete adultério em momentos de crise do casamento, mas não gosta da
situação -; e o monogâmico - que prefere terminar o relacionamento a
trair a mulher.
A traição não significa falta de sentimento, segundo
Olga. "Alguns homens dizem que se pudessem unir a amante e a esposa
teriam a mulher ideal ao lado deles”. É comum, disse a psicóloga, a
conciliação do casamento pela amizade e companheirismo e do
relacionamento adúltero pelas necessidades sexuais e de atenção. “A
relação de amante tem só o filé mignon”, comentou Mirian. Para a
antropóloga, os problemas, mau humor e preocupações estão mais presentes
no casamento do que no relacionamento com a amante, o que o torna ainda
mais atraente.
O que leva à traição? Descubra os principais motivos
A curiosidade e a autoafirmação são os principais fatores que levam as pessoas a trai
Fonte de inspiração de grandes clássicos musicais, filmes e romances, o
fantasma da traição vive cercando muitos relacionamentos. Segundo Ana
Maria Zampieri, psicóloga especialista em relacionamentos, mais cedo ou
mais tarde, cerca de 60% dos casais passam por uma crise que culmina
numa "pulada de cerca" de alguma das partes do casal, ou quem sabe, até
das duas. Segundo os dados levantados pela psicóloga em cinco anos de
pesquisas, feitas com mais de 4500 casais brasileiros, as mulheres estão
tão propensas a trair quanto os homens. “Antes se pensava que eles
traiam mais que elas. Mas vimos que os números são muito parecidos. A
diferença é que ele é menos cuidadoso na hora de esconder a
infidelidade”, completa a psicóloga. Além disso, Ana Maria aponta:
enquanto os homens tendem a trair ao longo da vida, as mulheres estão
mais propensas a se render aos amantes a partir dos 40 anos, quando os
filhos já estão crescidos. As mulheres e homens possuem maneiras diferentes de levar um
relacionamento amoroso. E quando o assunto é traição, a ideia é a mesma.
“Os homens são incentivados desde sempre a terem diversas parceiras
sexuais, a ser o conquistador e a buscar aventuras fora da vida
conjugal. Aos olhos da sociedade, isso até parece normal”, defende
Vanessa. “Enquanto isso, as mulheres que traem são condenadas,
principalmente se são mães. A sociedade vê as mulheres infiéis como um
atentado à moral e à família”, concorda Ana Maria. Relacionamentos longos podem passar por maus momentos e sem dúvida,
nessas horas, a grama do vizinho parece ser sempre mais verde e a vida
em outros braços mais emocionante. “Não dá pra dizer que não há
fidelidade em relacionamentos longos, mas é difícil acreditar que
existam pessoas totalmente fiéis a vida toda”, defende Vanessa de
Oliveira, ex-prostituta e autora do livro Ele te traiu? Problema dele – Como superar a traição ontem mesmo. Nas pesquisas de Ana Maria, muitos dos infiéis diziam buscar
aventuras extraconjugais devido à monotonia, que marcava a relação em
que estavam. “Os casais, com o passar dos anos, deixam de investir no
erotismo, deixam de procurar formas de sair da rotina, até mesmo de
conversar sobre assuntos variados. E isso abre porta para que o
relacionamento balance”, diz Ana Maria. Nesse momento, as pessoas se
sentem mais dispostas a procurar outras formas de prazer. Mas, Vanessa – que se diz pivô de inúmeras traições – prefere
afirmar que a maioria dos casos extraconjugais é motivada pela
curiosidade, pela vontade de variar os parceiros sexuais ou ainda, até
para se autoafirmar e se sentir sexy e sedutor. "As causas variam, são
diferentes em cada relacionamento. Os curiosos precisam saber como é o
sexo fora do casamento, como é se divertir ao lado de outras pessoas. Já
os que buscam se autoafirmar procuram casos extraconjugais para saber
se ainda são desejados”, explica. Ainda assim, não é possível apontar os culpados pela traição. “Quem
trai é culpado pelo ato em si, mas as razões que o levaram a chegar
neste ponto podem envolver muita coisa. As vezes a esposa não dá atenção
necessária para o marido, o namorado deixa de satisfazer a namorada,
outros por não se sentirem desejados e assim por diante. ”, diz Ana
Maria. “Clima da relação favorece”, completa. Veja abaixo nove tipos de traição e veja na aba de fotos casais famosos que assumiram uma traição publicamente.
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