08/03/2014 18h28
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Paralisação começou no dia 1º; limpeza deve durar 3 dias, diz secretário.
Prefeitura aceitou contraproposta de garis de R$ 1,1 mil, aumento de 36%.
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“Pela primeira vez a gente conseguiu ter uma reunião organizada. Cada dia esse movimento tinha um grupo de representantes diferente. Hoje foi a primeira reunião formal com eles. Até então não conhecíamos a pauta”, disse o prefeito.
A audiência de conciliação entre a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio, que estava agendada para a próxima terça-feira (11), foi antecipada para este sábado e foi realizada na Justiça do Trabalho, no Centro.
Além do aumento do salário, que anteriormete era de R$ 803, sobe também o ticket-refeição, de R$ 12 para R$ 20. O secretário da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, informou que a coleta será normalizada já neste sábado e a previsão é de que a cidade fique toda limpa em 3 dias.
Demissões
Sobre as possíveis demissões, que haviam sido anunciadas para os garis que faltasse ao trabalho, Paes disse que não pretende mandar ninguém embora, mas que casos específicos serão analisados. “Quem não trabalhou será descontado e vai ter que recuperar o tempo perdido. Se alguém agrediu o gerente, isso será levado em conta. Mas eu nunca quis demitir garis. Não será ninguém demitido porque participou do movimento."
Estiveram presentes na reunião: o presidente da Comlurb, Vinícius Roriz; o chefe da Casa Civil, Pedro Paulo; o procurador-geral do Município, Fernando Dionísio; presidente do Sindicato de Empregados de Empresas de Asseio e Conservação, Luciano David Araújo, e o vice-presidente Antônio Carlos da Silva; o presidente do TRT, Carlos Alberto Araújo Drummond; a vice Maria das Graças Cabral Viegas Paranho; e a procuradora regional do Trabalho Débora da Silva Félix.
Toneladas de lixo estão espalhadas pelas ruas de diversas regiões do Rio desde o início do carnaval. A situação alarmente virou destaque na imprensa internacional.
Garis fizeram protesto pela manhã (Foto: Felipe Hanower / Agência O Globo)
ImpasseNa segunda-feira (3), a Comlurb e o sindicato que representa os garis fecharam um acordo para dissídio coletivo. O prazo legal era até 31 de março para se encerrar as negociações, mas as duas partes decidiram antecipar o acordo numa tentativa de encerrar o movimento reivindicatório.
O acordo previu reajuste salarial de 9%. Com este percentual, segundo a Comlurb, a partir de abril, um gari em início de carreira terá piso salarial de R$ 874,79 acrescido de 40% de adicional de insalubridade, totalizando R$ 1.224,70 de salário. O acordo coletivo previu também 100% na hora extra para quem trabalhar nos domingos e feriados, mantendo o direito à folga. plano odontológico para todos, ampliação do prêmio do seguro de vida de R$ 6 mil para R$ 10 mil, aumento do vale-alimentação de R$ 12 para R$ 16, auxílio-creche para ambos os sexos e acordo de resultados possibilitando um 14º e 15º salário aos garis.
O acordo não agradou aos garis grevistas. “Queremos R$ 1.200, mais os 40% insalubridade. Eu acho que é justo. Pelo trabalho que realizamos na chuva, no sol, no vento, em eventos também, como Réveillon, Natal...”, disse, antes do acordo, Célio Vianna, um dos garis que se apresenta como líder do movimento.
Protesto
Os garis fizeram um protesto no Centro na manhã deste sábado. Eles se concentraram na Prefeitura, na Cidade Nova, e caminharam até o Ministério Público do Trabalho, onde um grupo - acompanhado de representantes de advogados da Comissão de Direitos Humanos da OAB e de políticos - foi recebido pelos procuradores. Segundo a Polícia Militar, eram cerca de 500 pessoas. Para os líderes do movimento, cerca de 3 mil participaram da manifestação. Na quinta-feira (6) e na sexta-feira (7) eles também fizeram uma manifestação.
Protesto levou centenas de garis ao Centro do Rio (Foto: Ilan Pellenberg/Futura Press/Estadão Conteúdo)
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