por Alexandre Lozetti
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Quando uma criança chora, às vezes nem se sabe o motivo. Pode ser sono,
fome, dor, mas logo vem o acalanto. É irresistível ninar um chorão. Que
privilegiados esses jogadores. Foram ninados por mais de 60 mil pessoas
na vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia. O povo da Arena Castelão abraçou
a seleção brasileira. Mesmo sem saber se as lágrimas eram de emoção ou
medo, pegaram Thiago Silva, David Luiz, Neymar e companhia no colo como
se dissessem: “Não chorem, vamos cuidar de vocês”.
E cuidaram mesmo. No massacre do primeiro tempo em que o rival não viu a cor da bola, e no dramático segundo, que teve gol colombiano anulado e o cartão amarelo que tirou Thiago Silva da semifinal contra a Alemanha, terça-feira, no Mineirão. Uma molecagem cara em meio à sua brilhante atuação.
Contra a poderosa e tradicional Alemanha, no Mineirão, em Belo Horizonte, na terça-feira que vem, às 17h (de Brasília), a Seleção vai para o penúltimo capítulo desse livro que começou a ser escrito há 64 anos, no Maracanazo uruguaio, e ainda espera pelo final feliz.
Esqueçam-se daquele Thiago Silva abalado e sentado sobre a bola. O apelido de monstro foi pouco para explicar seu primeiro tempo. Antes de a bola rolar, com os punhos cerrados, ele ligou seus amiguinhos na mais alta voltagem. No escanteio cobrado por Neymar, aproveitou falha de marcação e abriu o placar. Festejou como um menino eufórico. “Isso aqui é Brasil”, gritou pelo gramado enquanto corria com os dedos apontados ao papai do céu: “Obrigado por tudo”.
Num passe de primeira que clareou todo o lance, James Rodríguez mostrou do que era capaz se ficasse livre. Não ficou. Com direito a faltas mais duras, Fernandinho tomou conta do craque. O volante teve ótima atuação na etapa inicial, conduzido pelos gritos ensurdecedores da galera. Não fossem as boas defesas do goleiro Ospina e a falta de capricho nas finalizações de Hulk, que vestiu a roupa do super-herói e cresceu, a vitória seria mais tranquila.
Drama!
Era natural que a Colômbia pressionasse no segundo tempo. Os meninos, que até então haviam apresentado o melhor futebol da Copa, tinham muito mais a mostrar. Compactos, tiraram o sossego do Brasil e se fez o drama. Primeiro no cartão amarelo para Thiago Silva, que atrapalhou a reposição de Ospina e mandou para o gol. Felipão levou as mãos ao rosto e pronunciou uma palavra que crianças não devem repetir. A seleção vai sem o capitão contra a Alemanha.
Mas, antes do fim, alguém da Seleção voltou a derramar lágrimas. Neymar sofreu uma joelhada nas costas de Zuniga, aos 41 minutos, saiu de maca aos prantos e preocupa.
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E cuidaram mesmo. No massacre do primeiro tempo em que o rival não viu a cor da bola, e no dramático segundo, que teve gol colombiano anulado e o cartão amarelo que tirou Thiago Silva da semifinal contra a Alemanha, terça-feira, no Mineirão. Uma molecagem cara em meio à sua brilhante atuação.
Thiago Silva aponta par ao escudo e comemora o primeiro gol: "Isso aqui é Brasil" (Foto: Reuters)
A partida mostrou “crianças” cheias de autoestima depois da sofrida
experiência contra o Chile e dos cuidados especiais de Felipão,
Parreira, da psicóloga Regina Brandão. As lágrimas, tão julgadas e
criticadas, conquistaram o torcedor, além da vibração, expressada com
seu maior vigor por David Luiz, autor do segundo gol, em cobrança de
falta, e eleito o melhor em campo.
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Não é exagero: o público jogou e bem. Mudou até a canção de ninar. Os
jogadores deixaram de ser embalados pelo cansativo “com muito orgulho,
com muito amor”, e ganharam canções mais animadas, que falam até dos mil
gols de Pelé e avisam: “Brasil vai ser campeão”. Já era hora.Contra a poderosa e tradicional Alemanha, no Mineirão, em Belo Horizonte, na terça-feira que vem, às 17h (de Brasília), a Seleção vai para o penúltimo capítulo desse livro que começou a ser escrito há 64 anos, no Maracanazo uruguaio, e ainda espera pelo final feliz.
David Luiz abre o berreiro e comemora o segundo gol do Brasil (Foto: Getty Images)
Monstro!Esqueçam-se daquele Thiago Silva abalado e sentado sobre a bola. O apelido de monstro foi pouco para explicar seu primeiro tempo. Antes de a bola rolar, com os punhos cerrados, ele ligou seus amiguinhos na mais alta voltagem. No escanteio cobrado por Neymar, aproveitou falha de marcação e abriu o placar. Festejou como um menino eufórico. “Isso aqui é Brasil”, gritou pelo gramado enquanto corria com os dedos apontados ao papai do céu: “Obrigado por tudo”.
Thiago Silva completa de joelho para o fundo da rede observado por Ospina (Foto: Reuters)
Nem quando a turma de vermelho se agigantou, o capitão sucumbiu. Eram
quatro colombianos contra dois brasileiros, mas Thiago cortou o passe de
Cuadrado para Téo Gutierrez. Quase outro gol.Num passe de primeira que clareou todo o lance, James Rodríguez mostrou do que era capaz se ficasse livre. Não ficou. Com direito a faltas mais duras, Fernandinho tomou conta do craque. O volante teve ótima atuação na etapa inicial, conduzido pelos gritos ensurdecedores da galera. Não fossem as boas defesas do goleiro Ospina e a falta de capricho nas finalizações de Hulk, que vestiu a roupa do super-herói e cresceu, a vitória seria mais tranquila.
Fernandinho cuida de James Rodriguez, com Thiago Silva na cobertura (Foto: Agência Reuters)
Observação importante: não basta ser acalentada, a criança tem de
aprender a lição. O Brasil teve cobrança de lateral no campo de defesa, e
Marcelo quicou a bola no chão como se fosse para um lance livre de
basquete. Arremessou para longe. O gol do Chile deixou marcas. Que bom.Drama!
Era natural que a Colômbia pressionasse no segundo tempo. Os meninos, que até então haviam apresentado o melhor futebol da Copa, tinham muito mais a mostrar. Compactos, tiraram o sossego do Brasil e se fez o drama. Primeiro no cartão amarelo para Thiago Silva, que atrapalhou a reposição de Ospina e mandou para o gol. Felipão levou as mãos ao rosto e pronunciou uma palavra que crianças não devem repetir. A seleção vai sem o capitão contra a Alemanha.
David Luiz vibra muito com o segundo gol do Brasil sobre a Colômbia (Foto: Reuters)
O gol anulado de Yepes, após marcação de impedimento, também assustou. E
lá estava a torcida a proteger seus filhos dos perigos. Não há quem
assimile mais a paixão do país do que David Luiz. Talvez isso o tenha
inspirado a acertar o ângulo em cobrança de falta. Um golaço! Último
titular a fazer gols pela Seleção, marcou pela segunda vez seguida. E
riram quando Pelé falou que a Seleção tinha uma defesa melhor do que o
ataque...
James Rodriguez leva a bola diante Thiago Silva:
adeus do artilheiro até aqui (Foto: Agência Reuters)
Maicon errou no meio de campo, e Julio César fez pênalti em Bacca.
James marcou seu sexto gol na Copa do Mundo. Não fará outros. A Colômbia
pressionou, assustou, arrancou lágrimas e mais lágrimas de seus
orgulhosos torcedores, mas voltará para casa. Coberta de aplausos,
certamente.adeus do artilheiro até aqui (Foto: Agência Reuters)
Mas, antes do fim, alguém da Seleção voltou a derramar lágrimas. Neymar sofreu uma joelhada nas costas de Zuniga, aos 41 minutos, saiu de maca aos prantos e preocupa.
Marcelo se desespera com choro de Neymar no chão, machucado nas costas (Foto: AFP)
O Brasil resistiu, superou o drama de duas eliminações seguidas nas
quartas de final, por França em 2006 e Holanda em 2010. Se os alemães
estão curtindo tanto a Copa no Brasil, chegou a hora de curtirem um
pouco do futebol brasileiro. Será histórico. + EXPANDIR A CRÔNICA COMPLETA
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