6.30.2014

EDUCAÇÃO SEXUAL NO ENSINO FUNDAMENTAL



A educação sexual para adolescentes no ensino fundamental é assunto que nos preocupa devido ao crescente número de adolescentes grávidas. Em muitos casos bloqueia e dificulta que completem o ensino fundamental, tornando mais difícil que vivenciem com prazer a adolescência e a juventude.
Pais, mães e até mesmo educadores parecem acreditar que se nas escolas tais questões forem silenciadas, a “inocência infantil” será preservada. Mas sabemos que, se o adolescente tiver contato com a temática desde criança, no seu dia-a-dia, a visão será mais ampla no sentido de quebrar tabus, que normalmente estão presentes no interior das famílias.
A educação sexual nas escolas deveria ser definida no núcleo comum para o ensino fundamental como tema transversal, podendo ser trabalhada em qualquer disciplina, visando propiciar aos jovens a possibilidade do exercício de sua sexualidade de forma responsável e prazerosa, para que eles não tenham uma experiência traumática, cheia de deturpações como por exemplo: gravidez indesejável, aborto, doenças sexualmente transmissíveis /AIDS.
Os temas transversais propostos pelo MEC, abordam a necessidade do docente trabalhar a questão sexual como forma de quebrar os tabus que a envolve e orientar os alunos quanto a sua sexualidade. É uma forma de mostrar a relação entre homens e mulheres de modo natural e apontando as conseqüências provenientes de tal relação.
O livro didático aborda a questão, entretanto, as professoras apresentam dificuldades em trabalhá-lo de forma aberta, por não terem sido preparadas ou por timidez, além do receio da comunidade, tudo isso dificulta o desenvolvimento do trabalho.
A contaminação por DST´s ( Doenças Sexualmente Transmissíveis ) abortos entre jovens e adolescentes, comprovam que a educação sexual é uma questão não somente familiar, mas também social. E a escola enquanto instituição social seria a mais viável para trabalhar com essa problemática.
A educação sexual deve ser tratada de maneira clara sem falsos pudores, para que nossos jovens e adolescentes possam refletir não só sobre sua sexualidade, mas também sobre sua saúde. Não podemos deixar que eles padeçam por negligências e desinformações, minguando na irresponsabilidade de não poderem lidar com sua própria sexualidade de forma natural e com liberdade.
JUSTIFICATIVA
Sabe – se que a educação sexual não é estudada e nem trabalhada como deveria ser nas escolas, isto se deve a falta de formação dos professores e muitas vezes timidez dos mesmos e dos alunos. A família também não contribui para o enriquecimento deste tema porque acham que seus filhos devem ser preservados, por pudor, tabu.
Como a maior parte da adolescência se processa na escola, nada melhor ser ela o ambiente mais adequado para que eles aprendam como lidar com a sexualidade, evitando assim muitos transtornos futuros tanto para o adolescente quanto para a família.
Nas escolas existem tabus e preconceitos contra assuntos ligados à sexualidade. A resistência aparece na alegação de falta de espaço, falta de material didático, falta de cursos de capacitação e receio dos pais que às vezes se opõe a este tipo de informação para seus filhos.
Mesmo o professor de Ciências ou Biologia às vezes não aborda o assunto do ponto de vista do interesse do aluno, por trazer constrangimento para ambas as partes. Por isso, é necessário e urgente que a escola e os educadores pensem e repensem na formação do cidadão consciente e responsável pelos seus atos.
Assim, acredito ser a escola, o espaço mais adequado para ministrar este ensino, porque reúne diariamente um grande número de adolescentes com interação afetiva já estabelecida, o que facilitaria o desenvolvimento do trabalho e sua continuidade.
O trabalho se justifica pelo fato de ser um tema preocupante e que precisa ser abordado entre crianças e adolescente a fim de entender suas verdadeiras curiosidades e preocupações sobre o objeto pesquisado.
Diante desta preocupação pesquisarei o trabalho dos professores sobre educação sexual e quanto aos alunos abordarei sobre o que gostariam de saber, como acham que deveria ser as aulas de educação sexual, o que suas famílias falam sobre o assunto, quais são as dificuldades que os adolescentes encontram para sanar suas dificuldades?o sexual e quanto aos alunos abordarei sobre o que gostariam de saber, como acham que deveria ser as aulas de educaç
Sabemos que, a orientação sexual dada na hora certa e de maneira certa influenciará na aprendizagem e até mesmo na formação da personalidade do educando.

APORTES TEÓRICOS:
Ao tratar do tema orientação sexual, buscamos considerar a sexualidade como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. Engloba o papel social do homem e da mulher, o respeito por si e pelo outro, as discriminações e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da AIDS e da gravidez indesejada na adolescência, entre outros, que são problemas atuais e preocupantes.
Para entender melhor a afetividade e sexualidade na educação, Minas Gerais,
No cenário atual, os adolescentes destacam-se não só como parcela significativa da população, mas como um grupo de pessoas com expressões peculiares de conduta que precisa do apoio da sociedade para vencer com sucesso a passagem da condição de criança para o desabrochar de um adulto capaz de se realizar em sua dimensão mais ampla de ser humano. (1998, p.40)
Nesta perspectiva, sabemos que a escola é importante para abrir espaço para que as crianças e adolescentes possam manifestar-se. Viver o direito à voz é experiência pessoal, porque o diálogo voltado para a troca de informações sobre vivências culturais e esclarecimentos acerca de eventuais preconceitos é componente fortalecedor de uma aprendizagem significativa.
O trabalho de orientação sexual nas escolas, passa pela valorização do exercício da sexualidade sem o peso que a ela está relacionado: cercada de tabus e preconceitos.
A sexualidade ainda é um tabu, que segundo a pedagogia, Guizzo, (2003, p. 54) ” As famílias dos adolescentes mostram-se resistentes na abordagem deste assunto e muitos educadores tem dificuldade em trabalhar tais questões, porque em seus cursos não ocorreu essa discussão”.
Cabe ao educador, garantir um ambiente de bem-estar, de companheirismo, de respeito, permitindo a criança ou ao adolescente lidar com sua sexualidade dom responsabilidade e sem culpas ou preconceitos, através do processo reflexivo e da análise.
O trabalho de orientação sexual deverá, portanto, se dar de duas formas: dentro de uma programação ou sempre que surgirem questionamentos a esse respeito.
Os PCNs nos informa a este respeito:
Muitas vezes o professor encontrará uma excelente oportunidade para desenvolver um trabalho, porque a sexualidade provoca nas crianças uma grande variedade de sentimentos, sensações, dúvidas etc. Ou pode ser planejado com maior detalhamento, tendo como ponto de partida a montagem do programa feita por cada turma (1997, p.145)
É importante uma abordagem educativa da sexualidade como manifestação natural buscando transformá-la em situação de aprendizagem e crescimento. O educador também pode tomar alguns temas mais polêmicos, de interesse dos alunos e desenvolver um projeto para sanar suas dúvidas e curiosidades dos alunos, além de trazer aprendizagens significativas.
Diante disto, Costa coloca que:
A criança chega a uma fase em que tem início algumas expectativas e curiosidades em relação a si mesmo e ao outro. Ela já detém alguns conhecimentos a respeito da vida do ser humano e começa a se interessar mais pela mundo adulto. Sabe que seu mundo está sujeito a sofrer transformações. Embora tenha a percepção dessa transição criança-adulto, tal processo é ainda um tanto nebuloso e desconhecido para ela. (1986, p.48).
Nesta perspectiva a família tem um papel significativo na educação da criança e do adolescente, razão pela qual a comunicação escola-comunidade é fundamental na integração de esforços para a constituição do aluno como pessoa.
Podemos observar que, a sexualidade é primeiramente abordada no espaço privado, pelos familiares. E de forma diferente, cabe a escola abordar pontos de vista, valores e crenças existentes na sociedade para auxiliar o aluno a encontrar um ponto de auto-referência por meio da reflexão. Neste sentido, o trabalho realizado pela escola, não substitui nem concorre com a função da família, mas antes a complementa.
Sabemos que o bebê nasce com uma estrutura cognitiva que lhe permitirá desenvolver uma sexualidade que assim, como a inteligência, será construída a partir de suas possibilidades individuais e de sua interação com o meio e a cultura, ser construída basicamente a partir das primeiras experiências afetivas do bebê com a mãe e com o pai, ou com quem cuida dele.
Sendo parte integrante do desenvolvimento, da personalidade, a sexualidade que se constrói e aprende interfere na alfabetização, no desenvolvimento e no desempenho escolar. A escola não pode ignorar essa dimensão do ser humano e deve investir na formação de professores capazes de discutir e refletir com os alunos sobre sexualidade, podendo assim orientá-los quanto à formação e o desenvolvimento sexual de cada um.
Segundo Suplicy (1998, p.8), “O trabalho de educação sexual dentro de um processo educativo e ético pode ser exercido, desde que educador e educando pensem e escolham livremente como sujeito da própria ação”. Essa interação professor/aluno cumpre um papel de relevante importância, e permite que se estabeleça no ambiente escolar, coerência e transparência nas questões que a envolvem.

OBJETIVOS
GERAL:
Identificar como a escola trabalha com os adolescentes e crianças o seu desenvolvimento físico e sua identidade sexual por meio de informações corretas vindas da escola e da família.
ESPECÍFICOS:
  • Analisar o ensino na escola e suas diferentes abordagens.
  • Investigar o papel do educador sobre educação sexual.
  • Identificar as dificuldades encontradas pelos alunos em sanar suas dúvidas e curiosidade sobre “sexo”.

METODOLOGIA
Por se tratar de um tema relacionado a área educacional, este trabalho privilegiou a pesquisa de abordagem qualitativa de caráter exploratório, pois este método nos levou a conhecer mais de perto a realidade e o cotidiano da prática dos professores e alunos nas aulas de educação sexual.
Neste caso, a abordagem acima escolhida mais adequada, visto que dispõe de recursos que permitem maior aproximação entre pesquisador e seu objeto de estudo, propiciando com isso, uma melhor compreensão da rotina escolar e das percepções que envolvem o problema em questão: a educação sexual no ensino fundamental.
Por ser uma pesquisa qualitativa e não com complementos quantitativos, provas somativas não serão necessárias, pois, não serão envolvidas notas, boletins ou reprovações. Será feito um trabalho participativo, crítico e criativo que visa a análise do dados colhidos dos educandos em relação ao assunto.
Esta pesquisa será realizada com 2 professoras, sendo uma formada em Pedagogia, professora de Ciências a 10 anos e a outra com especialidade em Ciências, é professora a 5 anos nesta área, ambas lotadas na E. E. José Dias Pedrosa, do município de Cipotânea.
A entrevista semi-estruturada terá como objetivo captar explicações, aprofundar e esclarecer questões, buscando apreender como professores e alunos compreendem esta ação. As professoras serão abordadas em uma entrevista semi-estruturada de caráter qualitativo.
O interesse em desenvolver o trabalho sobre educação sexual para adolescentes, se deve ao fato de perceber as grandes dificuldades que os mesmos sentem quando a questão é sexualidade, até mesmo em função do grande número de transformações que ocorrem no corpo e na mente, com as reações mais diversas: medo, timidez, alegria, dúvida entre ser adolescente e/ou ser adulto.


Autor: Marlene Aparecida Viana Abreu

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