O que mais chama a atenção no
levantamento do Ministério da Previdência é que o maior motivo de
afastamento não são as chamadas ‘drogas pesadas’, como o crack e a
cocaína, mas sim o álcool
O número de pessoas que precisaram se afastar por invalidez provocada por problemas com álcool e drogas em todo o Brasil pulou de 47.839, em 2012, para 52096 em 2013, segundo o Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS. Um crescimento de oito pontos percentuais. Mas o número permanece em crescimento: até julho deste ano, 23.855 trabalhadores precisaram se afastar por causa do vício.
O que mais chama a atenção no levantamento do Ministério da Previdência é que o maior motivo de afastamento não são as chamadas ‘drogas pesadas’, como o crack e a cocaína, mas sim o álcool. O psicólogo Dionísio Banaszewski, que trabalha há mais de 25 anos na orientação e combate ao uso de drogas, afirma que o problema do álcool cresce porque não é percebido pela sociedade. “O fato de a bebida alcoólica ser aceita socialmente, e até incentivada, só agrava a questão”, comenta.
Dionísio argumenta que é na empresa que os reflexos do problema, como absenteísmo, acidentes de trabalho, abandono do emprego, entre outros, aparecem com maior nitidez. Segundo ele, os trabalhos de prevenção também devem ser intensificados nas organizações corporativas, o que tem acontecido de forma ainda tímida. “O trabalho de conscientização deve ser contínuo e feito por profissionais qualificados”, alerta o psicólogo, lembrando que há muitos casos de pessoas bem intencionadas, mas pouco preparadas, fazendo palestras meramente emocionais, que não chegam a promover resultados efetivos para evitar e combater o uso e a dependência.
O médico José Carlos Vasconcelos, diretor da Quinta do Sol, clínica especializada na orientação e tratamento contra as drogas, lembra ainda que, quando o trabalho de conscientização é bem feito dentro das empresas, os resultados são realmente efetivos.
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