O doleiro Alberto Youssef confirmou, nesta terça
(25), durante depoimento na CPI da Petrobras, que o senador Aécio Neves
(PSDB) recebeu dinheiro de corrupção envolvendo Furnas; "Eu confirmo por
conta do que eu escutava do deputado José Janene, que era meu compadre e
eu era operador dele", disse; o deputado federal Paulo Pimenta (PT)
defendeu que Aécio seja investigado por ter sido citado por Youssef;
Pimenta ironizou a atuação do PSDB e do DEM na CPI; ele disse que a
atuação da oposição é para que só “meia corrupção” seja investigada; em
nota, o PSDB diz que acusações contra Aécio são "improcedentes"; imagem
de chamada da Globo News noticiando o fato viralizou nas redes sociais
25 de Agosto de 2015 às 19:52
A declaração de Youssef foi resposta a pergunta do deputado federal Jorge Solla (PT-BA). Solla questionou se houve "dinheiro de Furnas para Aécio" e Youssef diz que confirmava versão passada anteriormente. Paulo Roberto Costa disse que não tem conhecimento do assunto.
Em seguida, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) defendeu que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) seja investigado por ter sido citado por Alberto Youssef. Pelo Twitter, o petista afirmou que os tucanos da CPI ficaram "perplexos". "Alberto Youssef acaba de confirmar que Aécio recebeu $$ de Furnas - Aqui na CPI da Petrobras silêncio total de tucanos perplexos", postou.
"Meia corrupção"
Em seu discurso, Pimenta disse que a atuação da oposição é para que só “meia corrupção” seja investigada e criticou os trabalhos da CPI que decidiu por não apurar o pagamento de propina na estatal durante os governos FHC. Segundo um dos delatores, o esquema de corrupção na Petrobrás iniciou em 1997, no primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique.
“É curioso porque há um esforço por parte de alguns partidos de tratar esse tema como se fôssemos um bando de ingênuos. Se observarmos alguns episódios de maior repercussão do governo FHC, vamos ver que o Alberto Youssef estava lá. Se formos na CPI da Banestado, quem estava lá? O Youssef e o Ricardo Sérgio. Quem é Ricardo Sérgio? O tesoureiro da campanha do José Serra. Agora, na denúncia do Janot aparece o Júlio Camargo juntamente com um cidadão chamado Gregório Marin Preciado. Quem é o Gregório? Primo do Serra, sócio do Serra. Capítulo 8 da Privataria Tucana”, indicou Pimenta.
O deputado também reafirmou que as contribuições recebidas pela campanha da presidente Dilma Rousseff foram legais. De acordo com o parlamentar, “ninguém é bobo” para acreditar que a mesma empresa que doava para Dilma fazia porque o dinheiro era “propina”, enquanto as doações para Aécio - muito maiores - eram feitas por “generosidade” e por “amor”.
Sobre o esforço do PSDB e do DEM, que ao longo de seus governos se especializaram em abafar as operações de investigação, Pimenta cobrou um patamar mínimo de coerência dos parlamentares para que a CPI da Petrobras tenha alguma credibilidade junto à sociedade. "O PSDB e o DEM tratam os brasileiros como se fossem uma população sem memória, como se não conhecessem a história do Brasil e não soubessem quem eles são. Nós sabemos o que vocês fizeram no verão passado. Vamos investigar a fundo todas as irregularidades, mas nós não vamos aceitar o PSDB e o DEM como parâmetros de conduta ética na gestão da coisa pública, porque eles não são", acusou Pimenta.
Delação
Em depoimento gravado em vídeo, o doleiro Alberto Youssef afirmou que recolhia propinas na empresa Bauruense, subcontratada de Furnas, para o deputado José Janene (PP-PR), já falecido. Youssef disse ainda que, numa das viagens a Bauru, ficou sabendo que a diretoria da empresa, ocupada por Dimas Toledo, era de responsabilidade do então deputado Aécio Neves, apontando o senador como beneficiário do esquema. Apesar do relato, Youssef negou ter tido contato com Aécio, que foi deputado federal por Minas entre 1987 e 2003. "O partido (PP) tinha a diretoria, mas quem operava a diretoria era o Janene em comum acordo com o então deputado Aécio Neves", disse Youssef em fevereiro.
Mesmo depois do depoimento, a procuradoria-geral da República entendeu que não havia elementos suficientes para abrir uma investigação contra Aécio no âmbito do esquema Petrobras. Em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), no começo de março, Rodrigo Janot pediu arquivamento do procedimento.
PSDB nega envolvimento de Aécio
Em nota, o PSDB disse que "como já foi afirmado pelo advogado de Alberto Youssef e, conforme concluiu a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF), as referências feitas ao senador Aécio Neves são improcedentes e carecem de quaisquer elementos que possam minimamente confirmá-las".
" Em seu depoimento à Polícia Federal, conforme a petição da PGR, Youssef afirma que: "Nunca teve contato com Aécio Neves" (página 18) e que "questionado se fez alguma operação para o PSDB, o declarante disse que não" (página 20)".
Segundo o PSDB, "na declaração feita hoje, diante da pressão de deputados do PT, Youssef repetiu a afirmativa feita meses atrás: de que nunca teve qualquer contato com o senador Aécio Neves e de que não teve conhecimento pessoal de qualquer ato, tendo apenas ouvido dizer um comentário feito por um terceiro já falecido".
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Confirma que Aécio recebeu dinheiro de corrupção de Furnas? “Eu confirmo”
25 de agosto de 2015 Escrito por Luiz FernandoDurante a acareação na CPI da Petrobras, entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, na tarde desta terça-feira (25), o doleiro foi questionado pelo deputado Jorge Solla (PT-BA) sobre suposto pagamento de propina ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).O dinheiro teria sido repassado ao tucano por intermédio de sua irmã, por meio de uma empresa contratada por Furnas entre 1994 e 2001.“O senhor confirma que Aécio recebeu dinheiro de corrupção de Furnas?”, questionou Solla.“Eu confirmo por conta do que eu escutava do deputado José Janene, que era meu compadre e eu era operador dele”, respondeu Youssef.Em março, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, arquivou pedido de abertura de inquérito para investigar Aécio, com base nas mesmas informações do doleiro.À época, Janot entendeu que as afirmações de Youssef em delação premiada eram “muito vagas”. Para o PGR, não há “outro elemento” que corrobore as declarações de Youssef a não ser o fato de que ele afirma ter ouvido de José Janene que o senador recebia dinheiro de Furnas.Em nota divulgada após a sessão da CPI, o PSDB afirma que as referências ao senador Aécio Neves “são improcedentes e carecem de quaisquer elementos que possam minimamente confirmá-las”.“Não se tratam de informações prestadas, mas sim de ilações inverídicas feitas por terceiros já falecidos”, diz o texto da nota.Assista ao vídeoVideo Player
O que é a lista de Furnas na qual Youssef incluiu Aécio
Da wikipedia:
A Lista de Furnas é o nome atribuído ao esquema de corrupção e lavagem de dinheiro ocorrido nos anos 2000 e que envolve a empresa estatal Furnas Centrais Elétricas, com sede na cidade do Rio de Janeiro, para abastecer a campanha de políticos em sua maioria do Partido da Social Democracia Brasileira e Partido da Frente Liberal nas eleições de 2002.[1]
O escândalo foi originalmente divulgado pela revista Carta Capital em
2006, denunciando políticos, magistrados e empresários de receberem
dinheiro ilegal através do então diretor da empresa Furnas Centrais
Elétricas, Dimas Toledo e do publicitário Marcos Valério.
Entre os nomes que constam na lista estão o do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, dos políticos: José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Delcídio Amaral, Roberto Jefferson, dentre muitos outros — com aproximadamente 150 envolvidos.[carece de fontes]
A partir dessas informações, a revista Carta Capital levantou suspeição contra o ministro do STF Gilmar Mendes por participar do julgamento do Mensalão.[2]
(…)
A
revista Carta Capital reafirma a autenticidade da lista e disse também
que há duas versões da lista de Furnas, sendo que a versão original teve
sua autenticidade atestada pela Polícia Federal.[6]
Em 31 de julho de 2012 o ministério público do estado do Rio de Janeiro ofereceu denúncia contra 11 pessoas. Entre os denunciados encontram-se o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, o lobista Nilton Monteiro, o ex-deputado federal e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson e funcionários de empresas envolvidas no caso. Nenhum político do PSDB ou do PFL foi denunciado na ocasião. O processo ainda não foi aceito pela primeira instância e corre em segredo de justiça.[1]
O PSDB contratou em 2012 o perito americano Larry F. Stewart para elaborar um laudo da lista de Furnas. No laudo o perito atestou a falsidade do documento.[12] Este mesmo perito foi considerado culpado na corte de Nova Iorque por mentir ao dizer ter feito laudos em planilhas em um processo sem vínculo com a Lista de Furnas.[13]
A Lista de Furnas é o nome atribuído ao esquema de corrupção e lavagem de dinheiro ocorrido nos anos 2000 e que envolve a empresa estatal Furnas Centrais Elétricas, com sede na cidade do Rio de Janeiro, para abastecer a campanha de políticos em sua maioria do Partido da Social Democracia Brasileira e Partido da Frente Liberal nas eleições de 2002.[1]
Entre os nomes que constam na lista estão o do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, dos políticos: José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Delcídio Amaral, Roberto Jefferson, dentre muitos outros — com aproximadamente 150 envolvidos.[carece de fontes]
A partir dessas informações, a revista Carta Capital levantou suspeição contra o ministro do STF Gilmar Mendes por participar do julgamento do Mensalão.[2]
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Em 31 de julho de 2012 o ministério público do estado do Rio de Janeiro ofereceu denúncia contra 11 pessoas. Entre os denunciados encontram-se o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, o lobista Nilton Monteiro, o ex-deputado federal e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson e funcionários de empresas envolvidas no caso. Nenhum político do PSDB ou do PFL foi denunciado na ocasião. O processo ainda não foi aceito pela primeira instância e corre em segredo de justiça.[1]
O PSDB contratou em 2012 o perito americano Larry F. Stewart para elaborar um laudo da lista de Furnas. No laudo o perito atestou a falsidade do documento.[12] Este mesmo perito foi considerado culpado na corte de Nova Iorque por mentir ao dizer ter feito laudos em planilhas em um processo sem vínculo com a Lista de Furnas.[13]
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