2.04.2016

Espiritismo não é uma religião

Sobre o Espiritismo
O termo "Espiritismo" (em francês: Spiritisme) surgiu como um neologismo criado pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (conhecido por Allan Kardec) para nomear especificamente o corpo de ideias por ele sistematizadas em "O Livro dos Espíritos" (1857). Em virtude da existência de vários pontos em comum, os termos "espiritismo" e "espiritualismo" têm sido muitas vezes usados inapropriadamente como sinônimos.
O termo "kardecista" é repudiado por parte dos adeptos da doutrina que reservam a palavra "espiritismo" apenas para a doutrina tal qual codificada por Kardec, afirmando não haver diferentes vertentes dentro do espiritismo, e denominam correntes diversas de "espiritualistas". Estes adeptos entendem que o espiritismo, como corpo doutrinário, é um só, o que tornaria redundante o uso do termo "espiritismo kardecista". Assim, ao seguirem os ensinamentos codificados por Allan Kardec nas obras básicas (ainda que com uma tolerância maior ou menor a conceitos que não são estritamente doutrinários, como a apometria), denominam-se simplesmente "espíritas", sem o complemento "kardecista". Outra parcela dos adeptos, no entanto, considera o uso do termo "kardecismo" apropriado. O uso deste termo é corroborado por fontes lexicográficas como o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa e o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa.
José Lacerda de Azevedo, médico espírita brasileiro, compreendia o kardecismo como uma "prática ou tentativa de vivência da Doutrina Espírita" criado por brasileiros.
As expressões nasceram da necessidade de alguns em distinguir o "espiritismo" (como originalmente definido por Kardec) dos cultos afro-brasileiros, como a Umbanda. Estes últimos, discriminados e perseguidos em vários momentos da história recente do Brasil, passaram a se auto-intitular espíritas (em determinado momento com o apoio da Federação Espírita Brasileira), devido à proximidade existente entre certos conceitos e práticas destas doutrinas. Seguidores mais ortodoxos de Kardec, entretanto, não gostaram de ver a sua prática associada aos cultos afro-brasileiros, surgindo assim o termo "espírita kardecista" para distingui-los dos que passaram a ser denominados como "espíritas umbandistas".

Allan Kardec.

O termo é mais comumente empregado ao Espiritismo (também chamado de Doutrina Espírita ou, popularmente, de Kardecismo), um conjunto de princípios e leis codificados por Allan Kardec em meados do século XIX. Refere-se a uma doutrina que trata da "natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal e as consequências morais que dela dimanam" e fundamenta-se nas manifestações e nos ensinamentos dos Espíritos. A Codificação Espirita está sistematizada nas seguintes obras publicadas pelo pedagogo francês Hippolyte León Denizard Rivail, sob o pseudônimo de Allan Kardec: O Livro dos Espíritos de 1857, O Livro dos Médiuns de 1861, O Evangelho Segundo o Espiritismo de 1864, O Céu e o Inferno de 1865 e A Gênese de 1868. O Espiritismo também é compreendido como uma doutrina de cunho científico-filosófico voltada para o aperfeiçoamento moral do homem, que acredita na possibilidade de comunicação com os espíritos através de médiuns

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