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Por Gabriel Valery, na RBA
"Eles abriram minha casa, meu instituto, com máquinas fotográficas e não acharam nada. Essa gente está acostumada com político que tem medo, que a cada denuncia enfiam o rabo entre as pernas. Mas eu quero que eles saibam que eu perdi o respeito por eles, pela quantidade de mentiras", disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ato pela educação em Piracicaba, interior de São Paulo nesta sexta-feira (15).
Lula discursou após nomes como os ex-ministros da pasta Fernando Haddad e Renato Janine Ribeiro. Além do discurso costumeiro em defesa da Educação como prioridade para o desenvolvimento nacional soberano, Lula falou indiretamente sobre as acusações que caem sobre ele no âmbito da Operação Lava Jato. Em janeiro, Lula será julgado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da quarta região (TRF-4), em Porto Alegre, após ter sido condenado no caso do tríplex do Guarujá pelo juiz Sergio Moro, em primeira instância.
"Nasci pobre e fui criado por uma mãe analfabeta que me ensinou a ter caráter. E caráter não se compra, a gente tem. Não vou assistir quieto eles destruírem o que construí ao longo dos meus 72 anos (...) Vocês se preparem para enfrentar essa batalha", disse.
Lula enfatizou em seu discurso a questão da soberania nacional que, de acordo com ele, vem sofrendo baixas com a gestão de Michel Temer (PMDB). "Esse país tem que ser soberano, tem que ser importante. Veja a desfaçatez deste povo do FMI, do Banco Mundial. Passaram pela crise do subprime, pela quebra do Lehmann Brothers", afirmou, em referência ao crash do mercado de capitais fictícios em 2008.
"Durante toda a crise, fui consultado no G20", disse sobre a reunião das 20 maiores potências econômicas promovida pela ONU. "Nem o FMI nem ninguém deu palpite sobre a crise comigo. Ao contrário, pediram dinheiro emprestado. Agora, quando a crise é aqui, já vieram dar palpite. Dizem que temos que cortar, que estamos gastando demais. Que programa social é gastar demais. Que colocar pobre na universidade é gastar demais. Quero que eles saibam que a solução é gerar emprego e colocar o pobre na economia", disse.
Lula ainda criticou o argumento do governo de que existe um déficit na Previdência que faz necessário uma reforma que dificulta o acesso da população à aposentadoria. "Eles atacam a Previdência, mas quero que saibam que no meu governo o salário subiu todo ano acima da inflação. O salário mínimo aumentou 74% e a Previdência nunca foi deficitária", disse.
O governo Temer passa por dificuldades em colocar o tema em pauta para votação. Mesmo com ampla base, a matéria é alvo de críticas, incluindo de uma CPI, que questiona o argumento do déficit. Diante de tal cenário, a base do governo postergou a votação da reforma para o ano que vem. "Deficitária é essa gente, de inteligência", criticou Lula.
O ex-presidente ainda criticou o argumento dos que defendem a propriedade privada de forma radical, como o pré candidato Jair Bolsonaro. "Alguns querem distribuir fuzis. Dizem que o MST é terrorista. Essa é a diferença entre nós e eles. Eu quero é dar terra para o povo para acabar com a fome", disse.
Por fim, Lula passou uma mensagem de esperança para o público. "Não façam cartazes que não serei preso. Façam cartazes sobre como era o país quando eu era presidente. De como as pessoas em Piracicaba passaram a comer peito de frango em vez de pescoço. As pessoas deixaram de comer acém para comer picanha", disse
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