Por Fernando Brito ·
De Luís Nassif, no Jornal GGN, informação gravíssima que ajuda a entender porque a insistência em negar acesso aos bancos de dados e documentos da delação “em lote” dos 78 executivos da Odebrecht:
O livro-bomba sobre a Lava Jato, prometido pelo doleiro espanhol Tacla Duran, começa a dar frutos.
Tacla é o doleiro cuja declaração de
renda comprovou pagamentos a Rosângela Moro, ao primeiro amigo Carlos
Zucolotto e a Leonardo Santos Lima.
Alguns capítulos do livro ficaram por
alguns dias no site de Tacla. No livro, ele diz que a delação da
Odebrecht teve vários pontos de manipulação, com a montagem de
documentos, provavelmente por pressão dos procuradores, atrás de
qualquer tipo de prova contra Lula.
O juiz Sérgio Moro facultou apenas
aos procuradores da Lava Jato o acesso ao banco de dados especial da
Odebrecht. Aparentemente, os procuradores entram lá e pinçam apenas o
que interessa.,Analistas foram atrás das dicas levantadas por Tacla e
quase todas se confirmaram.
Mais que isso: há claros indícios de que alguns dos documentos foram montados.
Evidência 1 – extrato da Innovation tem somas erradas.
Evidência 2 – os extratos com erros são diferentes de outros extratos do mesmo banco apresentados em outras delações.
Evidência 3 – os
extratos originais do banco apresentam números negativos com sinal (-),
ao contrário do extrato montado, em que eles aparecem em vermelho.
Evidência 4 – a
formatação das datas de lançamento é totalmente diferente de outros
documentos do banco, que seguem o padrão americano: Mês/Dia/Ano.
Evidência 5 – a
formatação nas datas de lançamento é idêntica ao da planilha
PAULISTINHA, preparada por Maria Lúcia Tavares, a responsável pelos
lançamentos no Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht.
Evidência 6 – nos anexos da delação de Leandra A. Azevedo consta ordem de pagamento, com data de 28 de setembro de 2012,
de US$ 1.000.000,00 da conta da Innovation para a Waterford Management
Gourp Inc. Mas no extrato bancário supostamente montado, a transferência
consta como saída de 27 de setembro de 2012, ou seja, antes da ordem de
pagamento.
Agora, se coloca o juiz Sérgio Moro
em situação complicada. Como pretende julgar o processo sem facultar o
banco de dados da Odebrecht à defesa, para se identificar os documentos
falsificados e os verdadeiros.
Submeter os dados das delações da Odebrecht a perícia é a primeira providência que se espera da Procuradora, Raquel Dodge.
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