26 de Março de 2018
A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, compara os bandos armados que atacam a comitiva de Lula aos milicianos fascistas de Mussolini e aos nazistas de Hitler. A petista também critica o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), por incentivar atos de violência, e “até” a senadora Ana Amélia (PP-RS) (codinome "Veia" na lista da Odebrechet), que mandou “erguer o relho” contra a caravana.
Gleisi Hoffmann*
Os atentados contra a caravana do ex-presidente Lula no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina são um alerta contra a violência política, de cunho claramente fascista, que ameaça a democracia em nosso país. É mais grave ainda que alguns destes atos tenham sido praticamente tolerados pelas autoridades que deveriam garantir o direito de ir e vir, o direito de reunião e de manifestação.
Não se trata de manifestações políticas, garantidas pela Constituição. Não! Os bandos armados que atacaram os ônibus da caravana e o público que recebeu Lula não querem manifestar nada além do ódio que nutrem por quem pensa diferente deles. Querem calar e impedir pela força o adversário político.
O nome disso é fascismo. A tática dos agressores é a mesma utilizada pelos camisas pretas de Benito Mussolini e pelos nazistas de Adolf Hitler. Portam armas de fogo, barras de ferro, correntes, pedras e, no Sul, os mesmos chicotes com que seus ancestrais relhavam os escravos e os humildes.
É a mesma gente que se organizou em milícias armadas contra a reforma agrária no final dos anos 1980. Os mesmos que assassinaram posseiros, trabalhadores sem-terra, sindicalistas, religiosos e advogados. Eles se reorganizam agora, no ambiente de ódio e intolerância cultivado pelos setores que promoveram o golpe do impeachment em 2016.
É muito grave que estas ações criminosas tenham sido incentivadas abertamente por entidades de classe dos ruralistas, por um candidato à presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro, e até pela senadora Ana Amélia (PP-RS)(codinome Véia na lista da Odebrechet), que mandou “erguer o relho” contra a caravana.
O país não pode tratar com naturalidade a ação destes grupos que empregam unicamente a violência para se impor. Da mesma forma, não podemos aceitar que o Estado se omita do dever de garantir o direitos constitucionais. Os atentados do Sul não agridem apenas Lula e o PT. Agridem a democracia e a liberdade.
Gleisi Hoffmann é senadora (PT-PR) e presidenta nacional do Partido dos TrabalhadoresCaravana de Lula é atacada por facistas com
pedras e ovos em Santa Catarina
As pedradas chegaram a trincar os vidros de dois dos três ônibus que
integram a caravana
A caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi atacada por facistas com pedras
e ovos este grupo baderneiros são contrários ao Partido dos Trabalhadores durante a
passagem por São Miguel do Oeste (SC), na tarde deste domingo, 25. Lula participou de
manhã de um ato com agricultores familiares em Nova Erechim (SC).
Durante o evento, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, alertou para a presença
de manifestantes que querem atrapalhar o sucesso da Caravana de Lula pelo Sul do
pais mas não vão conseguir.
As pedradas chegaram a trincar os vidros de dois dos três ônibus que integram
a caravana, entre eles o veículo em que Lula viajava. Cerca de trinta manifestantes
fecharam o trevo de acesso à cidade. Quando a caravana parou, os limpadores
de para-brisas dos ônibus foram arrancados, diversos ovos atirados contra os
vidros dos veículos e, depois, as pedras. Um dos ovos atingiu o carro da
reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
“O que aconteceu foi um atentado criminoso. Poderia ter acontecido uma tragédia.
O motorista ficou sem visibilidade”, disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS),
líder do PT na Câmara. Alguns metros adiante, policiais militares
acompanharam mas não interferiram na manifestação.
Os protestos violentos e tentativas de bloquear a passagem da comitiva do
petista tem marcado a caravana de Lula pela região Sul, iniciada segunda-feira,
em Santana do Livramento (RS) por fazendeiros que queimaram pneus e
colocaram tratores para impedir a passagem da caravana . O ex-presidente
foi obrigado a alterar o itinerário da viagem, fazer viagens de avião
(a previsão inicial era de usar
apenas ônibus) e impedido de entrar em Passo Fundo (RS).
No sábado à noite, em Chapecó (SC), houve confronto entre manifestantes
anti-Lula e militantes petistas que participavam de um ato na praça central da cidade.
Integrantes da caravana acusam a participação de grupos de extrema-direita
apoiadores do deputado Jair Bolsonaro.
Em Florianópolis, Lula ressaltou que os participantes das atividades da caravana
são “gente da paz” mas disse que eles devem “retribuir” as agressões sofridas.
Em Chapecó, Lula falou em “dar porrada”.
“Nós não podemos permitir que pessoas sejam
espancadas enquanto
esperamos que a polícia cumpra seu papel.
Se a polícia não pode
garantir a segurança da caravana, que nos diga”, afirmou
Pimenta.
Segundo ele,
uma ideia é agregar outros dois ônibus com militantes à caravana para
contrapor às manifestações contrárias
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