247 – A Operação Skala, deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Federal, a pedido da procuradora-geral Raquel Dodge e do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, é mais uma prova de que o Brasil viveu, em 2016, o golpe dos corruptos contra a presidente honesta Dilma Rousseff. Isso porque um dos motivos da queda de Dilma foi a questão do Porto de Santos. Disposta a seguir a lei, Dilma não pretendia permitir que empresas do setor portuário em dívida com a União, como o grupo Libra, que devia mais de R$ 1 bilhão, renovassem suas concessões. Em razão disso, ela demitiu o ex-ministro Edinho Araújo, indicado por Michel Temer, que vinha pressionando pelos devedores.
No entanto, após o afastamento provisório de Dilma, pela Câmara dos Deputados, Temer reconduziu Edinho ao cargo e ele, em seus últimos dias no posto, renovou a concessão do grupo Libra. "Uma brecha na nova legislação permitiu que empresas em dívida com a União renovassem contratos de concessão de terminais portuários. A renovação nos novos termos foi garantida por um outro aliado de Temer, o então deputado federal licenciado Edinho Araújo (PMDB-SP), em seus últimos dias no comando da Secretaria Especial de Portos (SEP)", informa o jornalista Fausto Macedo.
Antes de trair a presidente Dilma, Temer também escreveu a famosa carta em que dizia ser um "vice decorativo", citando como um dos motivos para sua traição a demissão de seu preposto.
Nesta quinta-feira, a principal executiva do grupo Libra, Celina Torrealba, foi presa. Edinho, que é prefeito de São José do Rio Preto (SP) foi chamado a depor e Temer viu seus principais operadores de propinas serem presos. Entre eles, o amigo José Yunes, o coronel Lima e o ex-ministro Wagner Rossi, também demitido por Dilma por esquemas na Agricultura. Ou seja: Dilma caiu porque os corruptos que a cercavam conseguiram manipular a opinião pública e convencer a sociedade de que seria um bom negócio trocar uma presidente honesta por uma constelação de corruptos.
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