5.27.2010

Câncer de Mama, como diagnosticar rapidamente.


Falta padrão no intervalo entre diagnóstico e início de tratamento do câncer de mama, diz relatório
Tempo entre a solicitação da mamografia e o resultado é de um mês em 33% dos exames realizados no País
O sucesso do tratamento de casos de câncer de mama está ligado à rapidez com que a mulher consegue iniciá-lo. No Brasil, entretanto, não há definição de um intervalo máximo de tempo entre a realização da mamografia e o início do tratamento, segundo informações apresentadas no primeiro relatório realizado pelo Sistema de Informação do Câncer de Mama (Sismama).

Estima que em 2010 surgirão 49.210 casos no País
De acordo com o documento, o tempo entre a solicitação da mamografia e o resultado é de um mês em 33% dos exames realizados, e de 31 a 60 dias em 17%. A União Europeia recomenda o intervalo de no máximo 35 dias.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que em 2010 haverá 49.210 novos casos no País. Segundo o diretor-geral do instituto, Luiz Antônio Santini, o ideal é que o exame seja feito o mais breve possível e que as mulheres com suspeita de câncer sejam priorizadas, mas que isso depende muito da complexidade do exame e da realidade de cada região.

O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Ricardo Chagas, disse que existe um grande problema no País para diagnosticar o câncer de mama no sistema público de saúde. "O tratamento deve ser iniciado o mais breve possível, mas quando a mulher consegue fazer a mamografia o problema maior é na comprovação do diagnóstico. A paciente só é encaminhada para o tratamento quando é feita a biópsia, mas as pessoas têm dificuldade em fazê-la nos hospitais públicos", destaca.

O Sismama é um banco de dados, criado em 2009, que faz um mapeamento nacional das mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de municiar os trabalhadores de saúde. Ele identifica a distribuição das mamografias, a indicação clínica, mensura o tempo de realização de exames e mostra a atuação dos profissionais e laboratórios responsáveis pelas mamografias e pelos exames citopatológico (de secreções) e histopatológico (biópsia).

"É um sistema inédito no mundo sobre o uso da mamografia e até os locais onde faltam leitos para a internação hospitalar. É uma ferramenta essencial para o planejamento das ações de controle de câncer de mama e permite aos gestores de saúde identificar problemas e intervir", afirma o presidente do Inca.

O Inca recomenda que a mamografia seja feita de dois em dois anos, após os 50 anos, e quando há suspeita ou caso de câncer na família o exame pode ser feito até uma vez ao ano. Segundo o Ministério da Saúde, por ano são realizadas 3 milhões de mamografias no País. A meta nacional é chegar a 4,4 milhões de exames até 2011.

O primeiro relatório do Sismama foi feito com base em 928 mil exames realizados entre junho de 2009 e março deste ano em 23 Estados e no Distrito Federal. Do total de mamografias registradas pelo Sismama nesse período, 93% foram identificados como de rastreamento e 7% como mamografias diagnósticas.

Para o Inca, a grande diferença entre o número dos dois tipos de mamografia pode ter sido fruto de erro de registro por parte das clínicas. O rastreamento é o uso periódico de exame da população feminina saudável para identificar anormalidades sugestivas de câncer, e as de diagnóstico são recomendadas em caso de suspeita de câncer.

Desde setembro do ano passado, o pagamento das clínicas e laboratórios prestadores de serviço do SUS está condicionado ao registro desses procedimentos no Sismama.

O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres.





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