A discussão sobre o manejo correto da educação sexual nas escolas e a primeira coisa unânime entre as pessoas que discutem o tema é a inclusão dos pais dos alunos na conversa, a maior parte dos problemas sobre o tema seriam sanados com uma conversa com os pais dos alunos. “O ideal é que a escola, no início do ano letivo, apresente tudo que vai ser discutido nas aulas a eles. Se os pais não forem surpreendidos, a tendência é que eles aceitem, mesmo os mais conservadores. Os argumentos que ajudam a convencer as famílias dos alunos. “Temos de trabalhar sexo nos anos iniciais do Ensino Fundamental porque, segundo a Organização Mundial da Saúde, isso ajuda a evitar a gravidez precoce e doenças sexualmente transmissíveis, e aprofunda a discussão da questão de gênero, da homossexualidade e situações presentes no dia a dia. O conhecimento ajuda em tudo isso”.
“Trazer os pais para a discussão no início do ano letivo é, além de tudo, muito produtivo”. “Há vários pais que alegam ficar constrangidos de conversar com os filhos sobre isso, e a escola tira esse peso deles”. Entender o próprio corpo é o passo inicial para lidar com a questão do ambiente. “A primeira coisa que uma pessoa lida em vida é o próprio corpo, a relação dela com o ambiente começa por ele. è necessário dar voz às crianças para saber como elas entendem o próprio corpo. A educação sexual começa aí.”
“A escola vem complementando lacunas, caso isso não tenha ocorrido em casa. Um não exclui o outro. O professor deve incentivar que os alunos problematizem questões, ouçam os colegas, enfim, valorizar o que cada um traz de casa. Se a tradicional maneira de educar em que o professor fala e o aluno escuta já está cada vez mais defasada em boa parte das matérias em sala de aula, o mesmo ocorre com a educação sexual. Como a sexualidade está na mídia com frequência, trazer temas de fácil entendimento pode ser bem interessante para discutir questões com os alunos.
Os alunos demonstram muito mais interesse nesse assunto. “Houve uma novela que tinha um casal gay. Alunos relatavam situações com eles, acabavam falando a respeito. Sempre vai haver piadinhas e preconceito, mas a forma como o professor conduz a conversa melhora a visão deles. Fizemos os alunos criarem uma esquete de teatro com um gay como personagem para ver como eles lidavam com isso e saber que final dariam para a história. Muitos transformaram o gay em heterossexual no fim da esquete. A partir daí, trabalha-se a questão do preconceito”, diz.
Está havendo uma evolução no ensino da educação sexual nas escolas, tanto na sentido macro, junto ao Ministério da Educação, quanto no micro, em sala de aula. “Anualmente, ocorre o Fórum Saúde e Prevenção nas Escolas, sobre Aids, patrocinado pelo governo. E lá você pode observar milhares de projetos sobre estudo de educação sexual em escolas de todo o País, até em algumas regiões rurais e pobres”.
Fernando Vives
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