A dispensação deve assegurar que o medicamento seja entregue ao paciente certo, na
dose prescrita, na quantidade adequada e que sejam fornecidas as informações suficientes
para o uso correto. (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1993).
O momento da dispensação é muitas vezes o único contato que o usuário tem com o
farmacêutico e também o último com algum profissional de saúde antes de iniciar o tratamento
da sua doença ou enfermidade. (MARIN, 2003).
A estrutura para realizar a dispensação deve ser muito bem avaliada, tanto pelo lado
físico como organizacional. Devem ser considerados alguns elementos como: a logística, o
ambiente, o fluxo de trabalho, a demanda, a capacidade de atendimento, além das características,
realidades e necessidades de cada local. (KIMBERLIN; TINDALL; BEARDSLEY,
2007).
Para tanto deve ser considerado o espaço físico, o ambiente de atendimento que se
pode criar, o mobiliário e equipamentos adequados às atividades realizadas, com a presença
de ferramenta apropriada para o registro destas.
O local para atendimento de usuários deve ser livre de qualquer barreira física para a
comunicação com o profissional e levar em conta a humanização das relações previstas na
filosofia do Sistema Único de Saúde. Esse espaço deve permitir também a troca de informações
de uma forma semiprivativa ou privativa.
Com relação aos recursos humanos desse serviço, devem ser capacitados, treinados
e avaliados periodicamente. O treinamento inclui técnicas de comunicação e seguimento
dos distintos protocolos de trabalho, além do registro dos atendimentos. A equipe de
trabalho deve compreender que a responsabilidade técnica dessas atividades e sua gestão
é do profissional farmacêutico. (SVARSTAD; BULTMAN, MOUNT, 2004; KIMBERLIN;
TINDALL; BEARDSLEY, 2007).
O processo da dispensação de uma forma geral segue as seguintes etapas:
1. Acolhimento do usuário.
2. Atendimento e recebimento da prescrição.
3. Validação da prescrição.
4. Separação do medicamento.
5. Checagem da receita com o medicamento a ser dispensado.
6. Anotações necessárias ao processo de informação.
7. Entrega do medicamento.
8. Comunicação com o usuário, fornecendo informações pertinentes ao uso adequado
dos medicamentos.
. Registro do atendimento.
Toda prescrição deve atender aos aspectos formais, legais e clínicos. Durante a verificação
e avaliação dessa prescrição, se ocorrer alguma disparidade ou irregularidade em
relação aos aspectos técnicos, legais ou administrativos, o prescritor deve ser contatado
para resolução do problema.
Com relação às informações fornecidas pelo farmacêutico durante o processo de dispensação
destacam-se aquelas relacionadas à indicação, posologia, tempo de tratamento
e resultados esperados, possíveis reações adversas, interações com medicamentos e alimentos,
guarda dos medicamentos e monitoramento quando necessário. É necessário
questionar o usuário sobre histórico de alergias ao produto dispensado para possíveis intervenções.
Todo o processo deve estar guiado pelo diálogo em que o profissional identifica as
necessidades de informação para aquela situação de dispensação e de cada usuário especificamente,
baseado no nível de conhecimento e experiência do usuário com aquele tratamento
e a experiência do profissional e da equipe quanto às deficiências de informações
que geram problemas na utilização dos medicamentos.
Nas prescrições de medicamentos já anteriormente usados pelo usuário e que não
foram fornecidas em sua totalidade, normalmente para tratamento de enfermidades crônicas,
o farmacêutico deve fazer perguntas ao usuário sobre o processo de uso do medicamento
e corrigir eventuais irregularidades, além de atentar para a validade desse tipo
de prescrição.
Por fim cabe ressaltar que existem formas farmacêuticas que exigem do usuário conhecimentos
específicos para seu manejo ou administração, como por exemplo, colírios,
dispositivos de inalação, dispositivos de autoinjeção, entre outros. Frente a uma prescrição
desse tipo, o farmacêutico deve ter especial cuidado no fornecimento das informações e
principalmente garantir que o usuário compreendeu todo o processo de uso, além das
informações habituais de uma dispensação.
Como os demais procedimentos realizados na farmácia, a dispensação precisa ser documentada,
preferencialmente em sistema informatizado, incluindo as informações sobre
o usuário e a farmacoterapia. Esses dados auxiliam no acompanhamento do serviço de
dispensação além de ser subsídio de intervenções.
Toda a etapa de registro, acompanhamento e intervenções serve para planejamento
de ações de programas de saúde e estes itens podem ser empregados como indicadores de
qualidade dos serviços e resultados em saúde
Orientação farmacêutica
É um serviço farmacêutico que tem por objetivo orientar o correto uso dos medicamentos
pelo paciente que conseguiu o acesso e não todas as informações necessárias ao
processo. O farmacêutico identifica o conhecimento prévio do paciente sobre sua farmacoterapia
e promove educação nos pontos avaliados com algum problema. (CASTRO,
2004; CHEMELLO; CASTRO, 2006).
Para a realização desse serviço, é importante que se atenda o paciente em local semiprivativo
e que permita um diálogo sem interferentes auditivos ou que distraiam a atenção
do usuário, que ofereça conforto e sensação de acolhimento, onde tanto o farmacêutico
quanto o paciente estejam sentados. Além disso, é necessário que haja uma mesa, uma
bancada ou qualquer instrumento que possibilite ao profissional a orientação por escrito
ao usuário, se necessário, o registro e arquivamento desse processo.
Nesse serviço, o farmacêutico busca o conhecimento da enfermidade, estilo de vida,
da terapia e crenças que o usuário possui para então educá-lo a gerir de forma correta a
farmacoterapia, tirando mais proveito dos medicamentos e obtendo melhores resultados
terapêuticos. Entretanto, a sistemática para obtenção e o processo de fornecimento de
informações são distintos da dispensação. (CASTRO, 2004).
Seguimento farmacoterapêutico
Compreende-se como seguimento farmacoterapêutico (SFT) de pacientes o processo
no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do usuário relacionadas ao
medicamento, por meio da detecção, prevenção e resolução de problemas relacionados
com medicamentos (PRM)1, de forma sistemática, contínua e documentada, com o objetivo
de alcançar resultados definidos, buscando a melhoria da qualidade de vida do usuário.
Esse procedimento é geralmente desenvolvido para paciente que utiliza concomitantemente
vários medicamentos em função de distúrbios metabólicos ou por incidências de
diferentes doenças. (IVAMA, 2002).
Um aspecto fundamental para entender o SFT é a sua continuidade durante o tempo,
ou seja, não se trata de um atendimento pontual, mas sim ao longo do tempo com encontros
entre o farmacêutico e o paciente sempre buscando resultados concretos na saúde e
melhoria da qualidade de vida
Problema de saúde, relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacoterapia, que interfere ou pode interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário. (IVAMA, 2002).
O SFT necessita de uma estrutura física particular para sua realização. Esse serviço
farmacêutico requer espaço privativo, onde o paciente e o farmacêutico estejam sentados
confortavelmente. Além disso, deve-se proporcionar ambiente para realizar atendimento
sem distrações ou intimidações e onde seja possível fazer o registro das informações.
(CASTRO, 2004).
As informações devem ser coletadas, organizadas e manuseadas em documentos padronizados
que auxiliam e direcionam o processo.
Por fim, o farmacêutico que realiza esse tipo de atividade precisa estar capacitado e
treinado com habilidades nos diversos domínios do SFT.
O método de SFT é um procedimento de cuidado à saúde, desenvolvido por farmacêuticos,
para auxiliar os usuários a utilizarem racionalmente seu tratamento visando
atingir os objetivos terapêuticos desejados.
O SFT é realizado em diversas etapas, começando com a oferta do serviço ao usuário e
uma entrevista. Na entrevista, o farmacêutico realiza uma série de perguntas semiestruturadas
que levam à possibilidade de uma avaliação do processo de medicação que o usuário
está realizando ou vai realizar, considerando as perguntas dentro de uma visão holística e
não centrado no ato de administração de medicamentos. A seguir, é realizada uma fase de
estudo do caso, seguida de uma análise situacional, onde se identificam problemas relacionados
com medicamentos potenciais ou em curso. Por fim, é traçada uma proposta de
plano de intervenção, para resolver os problemas encontrados, o qual deve ser acordado
quanto a sua execução com o paciente e prescritor, se necessário. Um dos princípios básicos
dessa abordagem é promover a autonomia do usuário, compartindo e acordando seu
próprio tratamento. (CASTRO, 2004). Educação em Saúde
A educação em saúde tem papel central como estratégia para as ações preventivas e a
instrumentalização e mobilização da sociedade para a efetiva participação e desenvolvimento
das políticas e ações de saúde. No tocante aos serviços farmacêuticos, a educação
em saúde também está diretamente relacionada com a promoção do uso racional dos
medicamentos para a efetiva resolubilidade da atenção à saúde.
De forma geral, podem ser identificados dois modelos de práticas educativas de educação
em saúde: modelo tradicional e modelo dialógico. (ALVES, 2005). Tradicionalmente,
as ações chamadas de educação em saúde e mesmo de promoção da saúde nas farmácias
são limitadas ao modelo tradicional, focadas na doença (cuidados específicos na
prevenção e tratamento de doenças e cuidados para o uso adequado dos medicamentos),
com perspectiva individual. Nesse modelo, valoriza-se essencialmente a transmissão de
conhecimentos com o propósito de normalizar atitudes e comportamentos dos indivíduos
conforme padrões preestabelecidos pelos serviços e profissionais de saúde como ideais.
Incluem-se nesta modalidade folderes, cartazes, vídeos, palestras e orientações individuais
que têm o foco em informação sobre ações preventivas e curativas comportamentais.
Tais ações são importantes formas de esclarecimento, essenciais para a atitude participativa
e devem ser contempladas nas farmácias de forma sistemática, utilizando o espaço e
a oportunidade do contato com os usuários para esse fim. A estrutura das farmácias ou
unidades de saúde deve contemplar painéis para afixação de cartazes substituíveis, aparadores
para disponibilização de materiais informativos, sistema de audiovisual para a reprodução
de programas informativos (a exemplo daqueles disponibilizados pela Anvisa),
sala de reuniões ou auditório e sala de orientação individual.
No entanto, a informação sobre formas de prevenir e cuidar de doenças, apesar de
essencial, não é suficiente para o desenvolvimento social democrático e verdadeiramente
participativo. Educar vai além de informar, significa otimizar conhecimentos e propiciar
processos de mudanças. Portanto, o trabalho de educação em saúde deve ser construído
de forma que promova o senso crítico, o conhecimento sobre os determinantes sociais
e biológicos das doenças e as formas de intervir não só na sua realidade individual, mas
sobre o ambiente e a sociedade. (CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE ON-LINE,
2009).
Para tanto, é necessário que sejam propostas práticas educativas sensíveis às necessidades
dos usuários, que valorizem as trocas interpessoais e as iniciativas da população e
usuários, considerando que toda ação em saúde é também uma ação educativa. (ALBUQUERQUE;
STOLZ, 2004).
É necessário que a educação em saúde enquanto serviço da farmácia amplie o tipo de
informação disponibilizada e promova estratégias educativas participativas. As informações
devem contemplar aquelas necessárias à participação e mobilização da sociedade
para o controle social do sistema de saúde e para o engajamento em ações coletivas de
melhoria de qualidade de vida. Exemplos: o estímulo à formação e participação em conselhos
locais e municipais de saúde, informação sobre formas de acesso aos serviços e
medicamentos na rede pública de saúde, divulgar atividades comunitárias, divulgar situações
de problemas ambientais e sociais entre outros. As estratégias participativas devem
ser estruturadas com base no respeito ao conhecimento, cultura e práticas populares da
comunidade buscando a interatividade e o aprendizado mútuo em relações horizontais –
em que todos sabem algo e tem algo a aprender. Incluem-se aqui as dinâmicas de grupos
terapêuticos e as orientações individuais dialógicas. Para isto, o espaço da farmácia ou
unidade de saúde deve contemplar sala adequada a atividades grupais e sala de orientação
individual. Além disso, esta modalidade de educação pressupõe que o serviço da farmácia
extrapole seu espaço físico e se estenda à comunidade, na interação do serviço com atividades
comunitárias nas escolas, igrejas, espaços públicos. Todas essas ações devem ser
desenvolvidas de forma contínua, integradas ao processo de trabalho em saúde.
Fonte: MS
dose prescrita, na quantidade adequada e que sejam fornecidas as informações suficientes
para o uso correto. (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1993).
O momento da dispensação é muitas vezes o único contato que o usuário tem com o
farmacêutico e também o último com algum profissional de saúde antes de iniciar o tratamento
da sua doença ou enfermidade. (MARIN, 2003).
A estrutura para realizar a dispensação deve ser muito bem avaliada, tanto pelo lado
físico como organizacional. Devem ser considerados alguns elementos como: a logística, o
ambiente, o fluxo de trabalho, a demanda, a capacidade de atendimento, além das características,
realidades e necessidades de cada local. (KIMBERLIN; TINDALL; BEARDSLEY,
2007).
Para tanto deve ser considerado o espaço físico, o ambiente de atendimento que se
pode criar, o mobiliário e equipamentos adequados às atividades realizadas, com a presença
de ferramenta apropriada para o registro destas.
O local para atendimento de usuários deve ser livre de qualquer barreira física para a
comunicação com o profissional e levar em conta a humanização das relações previstas na
filosofia do Sistema Único de Saúde. Esse espaço deve permitir também a troca de informações
de uma forma semiprivativa ou privativa.
Com relação aos recursos humanos desse serviço, devem ser capacitados, treinados
e avaliados periodicamente. O treinamento inclui técnicas de comunicação e seguimento
dos distintos protocolos de trabalho, além do registro dos atendimentos. A equipe de
trabalho deve compreender que a responsabilidade técnica dessas atividades e sua gestão
é do profissional farmacêutico. (SVARSTAD; BULTMAN, MOUNT, 2004; KIMBERLIN;
TINDALL; BEARDSLEY, 2007).
O processo da dispensação de uma forma geral segue as seguintes etapas:
1. Acolhimento do usuário.
2. Atendimento e recebimento da prescrição.
3. Validação da prescrição.
4. Separação do medicamento.
5. Checagem da receita com o medicamento a ser dispensado.
6. Anotações necessárias ao processo de informação.
7. Entrega do medicamento.
8. Comunicação com o usuário, fornecendo informações pertinentes ao uso adequado
dos medicamentos.
. Registro do atendimento.
Toda prescrição deve atender aos aspectos formais, legais e clínicos. Durante a verificação
e avaliação dessa prescrição, se ocorrer alguma disparidade ou irregularidade em
relação aos aspectos técnicos, legais ou administrativos, o prescritor deve ser contatado
para resolução do problema.
Com relação às informações fornecidas pelo farmacêutico durante o processo de dispensação
destacam-se aquelas relacionadas à indicação, posologia, tempo de tratamento
e resultados esperados, possíveis reações adversas, interações com medicamentos e alimentos,
guarda dos medicamentos e monitoramento quando necessário. É necessário
questionar o usuário sobre histórico de alergias ao produto dispensado para possíveis intervenções.
Todo o processo deve estar guiado pelo diálogo em que o profissional identifica as
necessidades de informação para aquela situação de dispensação e de cada usuário especificamente,
baseado no nível de conhecimento e experiência do usuário com aquele tratamento
e a experiência do profissional e da equipe quanto às deficiências de informações
que geram problemas na utilização dos medicamentos.
Nas prescrições de medicamentos já anteriormente usados pelo usuário e que não
foram fornecidas em sua totalidade, normalmente para tratamento de enfermidades crônicas,
o farmacêutico deve fazer perguntas ao usuário sobre o processo de uso do medicamento
e corrigir eventuais irregularidades, além de atentar para a validade desse tipo
de prescrição.
Por fim cabe ressaltar que existem formas farmacêuticas que exigem do usuário conhecimentos
específicos para seu manejo ou administração, como por exemplo, colírios,
dispositivos de inalação, dispositivos de autoinjeção, entre outros. Frente a uma prescrição
desse tipo, o farmacêutico deve ter especial cuidado no fornecimento das informações e
principalmente garantir que o usuário compreendeu todo o processo de uso, além das
informações habituais de uma dispensação.
Como os demais procedimentos realizados na farmácia, a dispensação precisa ser documentada,
preferencialmente em sistema informatizado, incluindo as informações sobre
o usuário e a farmacoterapia. Esses dados auxiliam no acompanhamento do serviço de
dispensação além de ser subsídio de intervenções.
Toda a etapa de registro, acompanhamento e intervenções serve para planejamento
de ações de programas de saúde e estes itens podem ser empregados como indicadores de
qualidade dos serviços e resultados em saúde
Orientação farmacêutica
É um serviço farmacêutico que tem por objetivo orientar o correto uso dos medicamentos
pelo paciente que conseguiu o acesso e não todas as informações necessárias ao
processo. O farmacêutico identifica o conhecimento prévio do paciente sobre sua farmacoterapia
e promove educação nos pontos avaliados com algum problema. (CASTRO,
2004; CHEMELLO; CASTRO, 2006).
Para a realização desse serviço, é importante que se atenda o paciente em local semiprivativo
e que permita um diálogo sem interferentes auditivos ou que distraiam a atenção
do usuário, que ofereça conforto e sensação de acolhimento, onde tanto o farmacêutico
quanto o paciente estejam sentados. Além disso, é necessário que haja uma mesa, uma
bancada ou qualquer instrumento que possibilite ao profissional a orientação por escrito
ao usuário, se necessário, o registro e arquivamento desse processo.
Nesse serviço, o farmacêutico busca o conhecimento da enfermidade, estilo de vida,
da terapia e crenças que o usuário possui para então educá-lo a gerir de forma correta a
farmacoterapia, tirando mais proveito dos medicamentos e obtendo melhores resultados
terapêuticos. Entretanto, a sistemática para obtenção e o processo de fornecimento de
informações são distintos da dispensação. (CASTRO, 2004).
Seguimento farmacoterapêutico
Compreende-se como seguimento farmacoterapêutico (SFT) de pacientes o processo
no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do usuário relacionadas ao
medicamento, por meio da detecção, prevenção e resolução de problemas relacionados
com medicamentos (PRM)1, de forma sistemática, contínua e documentada, com o objetivo
de alcançar resultados definidos, buscando a melhoria da qualidade de vida do usuário.
Esse procedimento é geralmente desenvolvido para paciente que utiliza concomitantemente
vários medicamentos em função de distúrbios metabólicos ou por incidências de
diferentes doenças. (IVAMA, 2002).
Um aspecto fundamental para entender o SFT é a sua continuidade durante o tempo,
ou seja, não se trata de um atendimento pontual, mas sim ao longo do tempo com encontros
entre o farmacêutico e o paciente sempre buscando resultados concretos na saúde e
melhoria da qualidade de vida
Problema de saúde, relacionado ou suspeito de estar relacionado à farmacoterapia, que interfere ou pode interferir nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do usuário. (IVAMA, 2002).
O SFT necessita de uma estrutura física particular para sua realização. Esse serviço
farmacêutico requer espaço privativo, onde o paciente e o farmacêutico estejam sentados
confortavelmente. Além disso, deve-se proporcionar ambiente para realizar atendimento
sem distrações ou intimidações e onde seja possível fazer o registro das informações.
(CASTRO, 2004).
As informações devem ser coletadas, organizadas e manuseadas em documentos padronizados
que auxiliam e direcionam o processo.
Por fim, o farmacêutico que realiza esse tipo de atividade precisa estar capacitado e
treinado com habilidades nos diversos domínios do SFT.
O método de SFT é um procedimento de cuidado à saúde, desenvolvido por farmacêuticos,
para auxiliar os usuários a utilizarem racionalmente seu tratamento visando
atingir os objetivos terapêuticos desejados.
O SFT é realizado em diversas etapas, começando com a oferta do serviço ao usuário e
uma entrevista. Na entrevista, o farmacêutico realiza uma série de perguntas semiestruturadas
que levam à possibilidade de uma avaliação do processo de medicação que o usuário
está realizando ou vai realizar, considerando as perguntas dentro de uma visão holística e
não centrado no ato de administração de medicamentos. A seguir, é realizada uma fase de
estudo do caso, seguida de uma análise situacional, onde se identificam problemas relacionados
com medicamentos potenciais ou em curso. Por fim, é traçada uma proposta de
plano de intervenção, para resolver os problemas encontrados, o qual deve ser acordado
quanto a sua execução com o paciente e prescritor, se necessário. Um dos princípios básicos
dessa abordagem é promover a autonomia do usuário, compartindo e acordando seu
próprio tratamento. (CASTRO, 2004). Educação em Saúde
A educação em saúde tem papel central como estratégia para as ações preventivas e a
instrumentalização e mobilização da sociedade para a efetiva participação e desenvolvimento
das políticas e ações de saúde. No tocante aos serviços farmacêuticos, a educação
em saúde também está diretamente relacionada com a promoção do uso racional dos
medicamentos para a efetiva resolubilidade da atenção à saúde.
De forma geral, podem ser identificados dois modelos de práticas educativas de educação
em saúde: modelo tradicional e modelo dialógico. (ALVES, 2005). Tradicionalmente,
as ações chamadas de educação em saúde e mesmo de promoção da saúde nas farmácias
são limitadas ao modelo tradicional, focadas na doença (cuidados específicos na
prevenção e tratamento de doenças e cuidados para o uso adequado dos medicamentos),
com perspectiva individual. Nesse modelo, valoriza-se essencialmente a transmissão de
conhecimentos com o propósito de normalizar atitudes e comportamentos dos indivíduos
conforme padrões preestabelecidos pelos serviços e profissionais de saúde como ideais.
Incluem-se nesta modalidade folderes, cartazes, vídeos, palestras e orientações individuais
que têm o foco em informação sobre ações preventivas e curativas comportamentais.
Tais ações são importantes formas de esclarecimento, essenciais para a atitude participativa
e devem ser contempladas nas farmácias de forma sistemática, utilizando o espaço e
a oportunidade do contato com os usuários para esse fim. A estrutura das farmácias ou
unidades de saúde deve contemplar painéis para afixação de cartazes substituíveis, aparadores
para disponibilização de materiais informativos, sistema de audiovisual para a reprodução
de programas informativos (a exemplo daqueles disponibilizados pela Anvisa),
sala de reuniões ou auditório e sala de orientação individual.
No entanto, a informação sobre formas de prevenir e cuidar de doenças, apesar de
essencial, não é suficiente para o desenvolvimento social democrático e verdadeiramente
participativo. Educar vai além de informar, significa otimizar conhecimentos e propiciar
processos de mudanças. Portanto, o trabalho de educação em saúde deve ser construído
de forma que promova o senso crítico, o conhecimento sobre os determinantes sociais
e biológicos das doenças e as formas de intervir não só na sua realidade individual, mas
sobre o ambiente e a sociedade. (CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE ON-LINE,
2009).
Para tanto, é necessário que sejam propostas práticas educativas sensíveis às necessidades
dos usuários, que valorizem as trocas interpessoais e as iniciativas da população e
usuários, considerando que toda ação em saúde é também uma ação educativa. (ALBUQUERQUE;
STOLZ, 2004).
É necessário que a educação em saúde enquanto serviço da farmácia amplie o tipo de
informação disponibilizada e promova estratégias educativas participativas. As informações
devem contemplar aquelas necessárias à participação e mobilização da sociedade
para o controle social do sistema de saúde e para o engajamento em ações coletivas de
melhoria de qualidade de vida. Exemplos: o estímulo à formação e participação em conselhos
locais e municipais de saúde, informação sobre formas de acesso aos serviços e
medicamentos na rede pública de saúde, divulgar atividades comunitárias, divulgar situações
de problemas ambientais e sociais entre outros. As estratégias participativas devem
ser estruturadas com base no respeito ao conhecimento, cultura e práticas populares da
comunidade buscando a interatividade e o aprendizado mútuo em relações horizontais –
em que todos sabem algo e tem algo a aprender. Incluem-se aqui as dinâmicas de grupos
terapêuticos e as orientações individuais dialógicas. Para isto, o espaço da farmácia ou
unidade de saúde deve contemplar sala adequada a atividades grupais e sala de orientação
individual. Além disso, esta modalidade de educação pressupõe que o serviço da farmácia
extrapole seu espaço físico e se estenda à comunidade, na interação do serviço com atividades
comunitárias nas escolas, igrejas, espaços públicos. Todas essas ações devem ser
desenvolvidas de forma contínua, integradas ao processo de trabalho em saúde.
Fonte: MS
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