4.02.2012

TOSSE

Tosse por mais de duas semanas pede atenção redobrada

Tosse é um reflexo natural do aparelho respiratório que surge como consequência de um processo irritativo. Em muitos aspectos, esse reflexo é benéfico, pois ajuda a expulsar secreção ou corpos estranhos.
Há dois tipos de tosse: a tosse seca e a tosse produtiva. É a presença ou não de muco que estabelece a diferença. Na tosse produtiva a secreção se movimenta e é eliminada; na seca, esse catarro parece não existir. É importante avaliar se a tosse é, realmente, seca ou se a secreção não flui por desidratação ou tratamento incorreto.
A tosse pode ser sintoma de muitas doenças: do resfriado comum ao câncer de pulmão.
Sintomas
Os sintomas associados à tosse podem ajudar a esclarecer sua causa. São eles: secreção nasal (coriza), sensação de secreção que escorre do fundo da garganta, chiado no peito ou falta e ar, queimação no estômago e gosto amargo na boca, tosse com sangue (casos mais raros).
Causas
O fumo é a principal causa de tosse, porque aumenta o volume de muco produzido pelos brônquios; causa irritação física e química das mucosas; destrói os cílios que cobrem o revestimento interno dos brônquios; facilita o acúmulo de material estranho às vias aéreas.
Outras causas importantes são a sinusite, principalmente em crianças, a síndrome do gotejamento pós-nasal, a asma, o refluxo gastroesofágico, as infecções respiratórias, a bronquite crônica e os medicamentos para controle da hipertensão.

Diagnóstico
É de suma importância estabelecer o diagnóstico diferencial da causa da tosse. Para tanto, além do exame clínico e do levantamento do histórico do paciente, alguns exames de laboratório e de imagem podem ser absolutamente necessários.
Outro dado importante para o diagnóstico é o aspecto da secreção da tosse produtiva. Quando é aquosa e clara, está geralmente associada a alergias, infecções virais das vias respiratórias superiores, asma ou irritações provocadas pelo fumo. Secreção mais espessa, de coloração amarelada ou esverdeada, pode indicar bronquite, sinusite ou pneumonia. As cores marrom e vermelha indicam presença de sangue e sugerem irritações graves, como pneumonia, tuberculose ou câncer de pulmão.

Tratamento
O tratamento da tosse depende diretamente de que o diagnóstico seja bem estabelecido e a causa inteiramente determinada.
Recomendações
* Beba bastante água. A água é o melhor antitussígeno que se conhece, pois facilita a movimentação do muco sobre a camada de cílios;
* Dê preferência aos líquidos quentes, que costumam trazer alívio sintomático. Dê preferência aos chás de nossas avós: chá com limão e mel, de camomila, erva cidreira, erva doce, entre outros. Chá preto e chá mate devem ser evitados por causa do alto teor de cafeína;
* Mantenha a cabeça elevada, à noite, usando travesseiros extras ou levantando a cabeceira da cama com calços;
* Mantenha os ambientes bem ventilados;
* Aumente o teor de umidade do ar com umidificadores ou vaporizadores. Tome banhos quentes prolongados para respirar bastante vapor.
* Não tome remédios por conta própria. Procure assistência médica para diagnóstico e tratamento da tosse
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Mesmo que a orientação do Ministério da Saúde no combate à tuberculose seja a atenção para tosse prolongada por mais de três semanas, o mesmo sintoma, ao alcançar duas semanas, já dever ser acompanhado de perto. A orientação é do pneumologista e consultor da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Ricardo Martins.
Segundo o especialista, a tuberculose pode vir acompanhada de febre, calafrios e suor intenso - Monalisa Lins/AE
Monalisa Lins/AE
Segundo o especialista, a tuberculose pode vir acompanhada de febre, calafrios e suor intenso
,no caso da tuberculose, a tosse prolongada acompanhada ou não de catarro deve ser associada a fatores como febre, calafrios, suor intenso e perda de peso e de apetite. “Isso suscita a necessidade de procurar imediatamente o posto de saúde”.
Na última segunda-feira, 26, o governo lançou a campanha nacional de enfrentamento à tuberculose, com o tema Tosse por mais de três semanas é um sinal de alerta. Quanto antes você tratar, mais fácil de curar. Procure uma unidade de saúde.
Para o pneumologista, o foco no combate à doença deve ser a busca por novos casos, na tentativa de interromper a cadeia de transmissão, além de investir em novas estratégias capazes de garantir que o paciente não abandone o tratamento.
“É uma doença que precisa ser vigiada e o tratamento também é assim. A ideia é fazer consultas mensalmente, dependendo do estado da pessoa. Algumas vezes, é preciso fazer visitas mais encurtadas, mas o tratamento é feito em casa, não há dificuldade alguma”.
Segundo Martins, um dos fatores que levam à desistência do tratamento é a súbita melhora dos sintomas. “Esse é um bacilo de crescimento muito lento. Para garantir que o tratamento foi eficaz, é preciso persistir por seis meses”.
Ele lembrou que o índice de cura para a doença é superior a 90%, desde que o tratamento seja levado até o fim. Quando o paciente desiste antes que os seis meses sejam concluídos e precisa reiniciar o tratamento, a taxa de cura da tuberculose cai para 75%.
 Agência Brasil

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