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Uma
força-tarefa organizada de forma emergencial pela Anvisa recebeu, nesta
segunda-feira (28/1), as doações em pele humana e de membrana amniótica
feitas pelos governos da Argentina e do Uruguai para socorrer as
vítimas do incêndio na boate Kiss em Santa Maria (RS), ocorrido no
último domingo (27/1). A pele e a membrana são empregadas para recuperar partes do corpo atingidas pelas chamas.
A
doação encaminhada de Buenos Aires entrou pelo aeroporto da capital
gaúcha às 14h e foi liberada pela Anvisa às 15h, para seguir aos
hospitais onde estão internados os sobreviventes da tragédia. A carga
vinda de Montevidéu desembarcou no mesmo aeroporto, o Salgado Filho, às
21h, e recebeu a liberação da Agência às 21h40.
O
Uruguai encaminhou 2.400 centímetros cúbicos de pele humana e 7.328
centímetros cúbicos de membrana amniótica. A Argentina enviou 10 mil
centímetros cúbicos de pele e 20 mil centímetros cúbicos de membrana.
Não é possível determinar quantos pacientes serão beneficiados, pois a
necessidade depende da extensão da queimadura.
Em
entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (29/1), o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que há 65 vítimas do incêndio
internadas em hospitais de Santa Maria, das quais 27 em estado grave, e
outros 53 pacientes atendidos na rede hospitalar de Porto Alegre. O
número oficial de mortes divulgado nesta tarde é de 234 pessoas.
O
país conta com três bancos de pele localizados, respectivamente, no
Instituto de Medicina Integral de Pernambuco Professor Fernando
Filgueiras (Imip), em Recife; no Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de São Paulo (HC-USP); e na Santa Casa da Misericórdia de Porto
Alegre. A quantidade de bancos de pele do país é determinada pelo
Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Os
estoques do banco de pele da Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre
foram insuficientes para atender os 118 pacientes encaminhados aos
hospitais da cidade e atendidos em Santa Maria. A instituição recebeu,
além das doações dos governos da Argentina e do Uruguai, o envio de
pele e membrana do Hospital das Clínicas da USP e do Imip.
A
Anvisa pode liberar as doações encaminhadas pelos países vizinhos em
tempo recorde porque existe uma resolução da Agência, a RDC 81,
publicada em 2008, que prevê a celeridade do processo de liberação de
materiais biológicos em situações emergenciais. A previsão está no item 5
da Seção I da RDC 81/2008.
Os
bancos de Montevidéu e de Buenos Aires são reconhecidos pela qualidade
técnica e cooperaram para reforçar os estoques brasileiros pela dimensão
da tragédia ocorrida na cidade gaúcha e o impressionante número de
atingidos por queimaduras.
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Imprensa/Anvisa
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