2.01.2013

DOR NAS COSTAS




Lombalgia crônica, hérnia de disco, lombalgia aguda e artrose são as causas mais comuns relacionadas às dores nas costas
Foto: Getty Images
As causas das dores nas costas são inúmeras, mas existem quatro tipos mais comuns: lombalgia crônica, hérnia de disco, lombalgia aguda e artrose. Descubra agora qual está relacionada ao seu sofrimento:

Se você sente dor nas costas...

· Todos os dias, sobretudo na região lombar: lombalgia crônica
É possível que seu quadro seja uma lombalgia crônica, provocada por lesão, má postura ou excesso de peso. Consulte um médico para começar o tratamento adequado, normalmente com sessões de RPG e uso de anti-inflamatórios.
· Diariamente na lombar, junto com formigamento nos braços, coxas e pernas: hérnia de disco
Dor frequente com formigamento nos membros, é um sintoma típico de hérnia de disco, nome dado aos "amortecedores" das vértebras da coluna. Remédios e exercícios geram bons resultados, mas há pacientes que precisam de cirurgia.
· Ao pegar algum objeto pesado de mau jeito: lombalgia aguda
É uma dor esporádica gerada por mau jeito. Pode demorar algumas semanas para melhorar, mesmo depois de começar o tratamento com anti-inflamatórios. Fazer algumas sessões de RPG ajuda muito a evitar novas crises.
· Depois de passar muito tempo sentada ou deitada: artrose
O desconforto nas "cadeiras" que surge depois de ficar sentada ou deitada e logo desaparece pode ser artrose, um desgaste na cartilagem das juntas. Sem cura, o problema é amenizado com remédios, alongamento e hidroginástica.

EXERCÍCIOS ESPECIALIZADOS PARA O TRATAMENTO DA DOR NAS COSTAS


 CONHEÇA OS PRINCÍPIOS DO COLETE MUSCULAR ABDOMINAL
Nos últimos anos os especialistas no assunto reconheceram a importância de uma abordagem global para o problema da DOR NAS COSTAS, concentrando sua atenção nas FUNÇÕES NORMAIS E ALTERAÇÕES DOS MUSCULOS, DAS ARTICULAÇÕES E DAS ESTRUTURAS VIZINHAS, COMO OS LIGAMENTOS, DISCOS ETC.
Toda a nossa filosofia de tratamento da DOR NAS COSTAS por EXERCÍCIOS se baseia no princípio do COLETE MUSCULAR ABDOMINAL.

TEMPO DE DURAÇÃO DOS EXERCÍCIOS
Os exercícios devem ser realizados diariamente por pelo menos 10 minutos, 2 vezes ao dia, e SE POSSÍVEL, ATÉ MAIS VEZES. Alguns exercícios são tão fáceis que podem ser executados durante o trabalho, ao subir ou descer escadas, no elevador, na fila de espera, ou em qualquer local que você resolva fazê-los.
Alguns exercícios devem ser realizados ainda na cama antes de se levantar pela manhã, o que o ajudará a se levantar mais disposto.

Sempre que possível, antes de começar os seus exercícios, procure aquecer a região lombar tomando um chuveiro quente ou colocando uma bolsa quente no local por alguns minutos, ou até dando um mergulho em piscina aquecida, ou aquecendo a sua região lombar em uma pequena banheira tipo Jacuzzi.
A musculatura aquecida fica mais relaxada e os exercícios serão feitos com mais facilidade. Entretanto, se você não tiver essa possibilidade, faça-os na melhor situação que puder. Execute os exercícios várias vezes ao dia, nem que seja por alguns minutos.

QUANDO PARAR COM OS EXERCÍCIOS?
Os clientes me perguntam.: "doutor, quando devo parar de fazer os exercícios?"
Eu respondo: "NUNCA. Se você se sente bem e eles aliviam as suas DORES, faça-os durante toda a sua VIDA".

QUAL A IDADE APROPRIADA PARA REALIZAR OS EXERCÍCIOS?
A idade ideal para se realizar os exercícios vai desde o ADULTO JOVEM até os 60 anos para os HOMENS, e até os 55 anos para as MULHERES. Acima desta idade os exercícios também podem ser realizados, porém, com mais cuidado e com menos intensidade.
O ideal é que um médico verificasse o estado da coluna, principalmente em relação à presença ou não de OSTEOPOROSE.
Os exercícios N° 1 (BÁSCULA DE BACIA) realizado deitado ou de pé, o nº 8 e nº 10 não têm contra-indicação, mas se você tiver alguma DÚVIDA, CONSULTE O SEU MÉDICO.

INSTRUÇÕES PRELIMINARES
a) Nós vamos ensiná-lo exercícios nas POSIÇÕES DEITADA EM DECÚBITO DORSAL ( BARRIGA PARA CIMA) E DE PÉ.
EXERCÍCIOS NA POSIÇÃO DEITADA.
b) Devem ser feitos preferencialmente sobre uma superfície levemente acolchoada ou sobre um tapete;
c) Remova as roupas e use somente um "short";
d) Faça os exercícios vagarosamente, com ritmo, intercale períodos de descanso;
e) Respire fundo durante o início e expire o ar no momento que você estiver realizando o maior esforço. NUNCA prenda a respiração durante todo o exercício.
f) Se um exercício causar DOR é sinal que ele está sendo mal executado ou ainda não está na hora de você executá-lo. Interrompa o exercício e retorne a exercícios mais fáceis e nos dias subsequentes vá aumentando a complexidade dos mesmos.
 EXERCÍCIOS ALTERNATIVOS PARA CASOS ESPECIAIS
A nossa filosofia básica de tratamento segue a escola Sueca e Canadense, cujos exercícios são descritos no site e que são chamados de EXERCÍCIOS EM FLEXÃO. São os exercícios ( É so clicar nos números) 1, 1A, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12.

Entretanto existem pacientes com dores nas costas que no exame físico e nas radiografias apresentam uma diminuição da lordose lombar.

Estes mesmos pacientes relatam que se sentem melhor ou menos doloridos quando “esticam” a sua coluna para trás. A este movimento de “esticar” nós chamamos de EXTENSÃO ou HIPEREXTENSÃO. São nestes casos que indicamos os EXERCÍCIOS EM EXTENSÃO; tais exercícios são fáceis de fazer e devem ser executados lentamente.

Veja as instruções nos seguintes exercícios: Exercício 13 e Exercício 14.

Estes são os exercícios que chamamos de EXERCÍCIOS EM EXTENSÃO.


CIRURGIAS

O desenvolvimento tecnológico, juntamente com os progressos da biologia  e da medicina, são as grandes conquistas do ser humano moderno.
Na medicina a evolução dos conhecimentos sobre as doenças e o aprimoramento das técnicas cirúrgicas com a ajuda de novos materiais de implantes, como por exemplo, os “STENTS” arteriais e os implantes para síntese óssea de TITÂNIO revolucionaram o tratamento das doenças do sistema circulatório e da coluna vertebral, respectivamente.
Os estudos e a publicação de trabalhos científicos mostram diariamente novidades que encantam e até “seduzem” os médicos. A cirurgia ROBÓTICA é uma delas.
Entretanto, ainda por trás de todas essas maravilhas está o homem com todas as suas grandezas e fragilidades. É dele ainda que todo o planeta e seus habitantes dependem para sua sobrevivência.

O domínio do homem sobre a medicina – no caso, o médico – e sobre as doenças também lembra a sua debilidade; está aí o câncer nos desafiando diariamente.

Na área das doenças músculo-esqueléticas, as patologias da coluna vertebral com a sua principal manifestação, a Dor, é motivo de milhões de consultas diárias ao redor do mundo. Muitas dessas patologias exigem um estudo clínico exaustivo para um correto diagnóstico e a eventual indicação de CIRURGIA.
É a partir daí que o paciente deve esclarecer todas as suas dúvidas sobre o procedimento proposto pelo cirurgião. O diálogo honesto e claro entre o cliente e seu médico deve informá-lo sobre as possíveis complicações operatórias e pós-operatórias. A avaliação das condições clínicas pré-operatórias e o estudo criterioso do anestesiologista  são também da mais alta importância.
Nenhum paciente  deve aceitar ser submetido a uma cirurgia de coluna vertebral, sem ter a resposta para todas as suas perguntas; e também o cirurgião só deve proceder ao ato cirúrgico quando tiver a plena consciência dos benefícios que o seu procedimento proporcionará ao seu paciente, e que está capacitado a enfrentar com seriedade, serenidade e competência as possíveis complicações decorrentes da cirurgia.

CIRURGIA DA HÉRNIA DE DISCO

Observação importante: 90% ou mais das dores por hérnia de disco melhoram ou mesmo desaparecem espontaneamente ou  com o tratamento por analgésicos, antiinflamatórios, fisioterapia, repouso etc. Esses sintomas podem reaparecer em intervalos de semanas, meses ou até anos.
Somente de 3 a 5% das hérnias devem ser operadas, portanto procure uma boa orientação antes de aceitar uma operação para Hérnia de Disco.

A Cirurgia da Hérnia de Disco está indicada quando existe uma DOR CIÁTICA importante, com duração de pelo menos 2 a 3 meses, e resistente aos tratamentos clínicos já mencionados.

A opinião do especialista é de fundamental importância para se fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças (infecções, tumores) etc.
A confirmação diagnóstica feita pela ressonância magnética e outros exames especializados é essencial para a  indicação cirúrgica. A cirurgia é realizada sob anestesia geral e consta basicamente de se abordar a raiz nervosa comprimida pela hérnia. Com o uso de pinças especiais se retira o fragmento de disco que comprime a raiz.
Tal cirurgia é delicada e só deve ser realizada por especialistas. Em geral a recuperação é rápida e os pacientes retornam às suas atividades normais.
As complicações possíveis são: infecção local e retorno dos sintomas que surgem quando nem todos os fragmentos do disco que comprimem o nervo foram retirados. Além disso, podem surgir outras hérnias nos outros discos lombares.

CIRURGIA DA ESTENOSE DO CANAL MEDULAR – CANAL ESTREITO

Como vocês se recordam, já estudamos os principais aspectos anatômicos do CANAL MEDULAR, DA MEDULA NERVOSA e da CAUDA EQUINA.
Durante o envelhecimento do ser humano vai se desenvolvendo natural e progressivamente um processo de desgaste (degeneração) de todas as estruturas da coluna - corpo vertebral, facetas articulares, lâminas, disco vertebral, forame de conjugação e ligamentos: a este processo de degeneração chamamos de ARTROSE, conhecida pelos leigos como BICO DE PAPAGAIO. Todo este processo pode produzir um estreitamento do canal medular e das estruturas próximas. Este estreitamento recebe o nome de ESTENOSE DO CANAL MEDULAR. A estenose está presente principalmente na altura das vértebras L3, L4 e L5.
O diagnóstico geralmente é feito já entre os 50 e 60 anos de idade ou daí em diante.
Existem outros tipos de patologias da coluna que produzem estenose do canal, como a ESPONDILOLISTESE DEGENERATIVA, sequela de fraturas, alterações congênitas como, por exemplo, o estreitamento do canal na coluna dos anões (NANISMO).

O QUE ACONTECE COM OS NERVOS  NA ESTENOSE?

Devido ao estreitamento, os nervos que saem da cauda equina ficam comprimidos, dificultando a circulação sanguínea no próprio nervo, o que diminui a chegada do oxigênio no local (isquemia do nervo). Tal fato produz fraqueza muscular e dores agudas nos membros inferiores. O paciente se queixa que ao andar 50, 100 ou 200 metros sente uma dor nas pernas tão forte que ele é obrigado a parar e se sentar para que a dor melhore. Existem outros sintomas como câimbras noturnas, formigamento nas pernas,  pés etc.

À esquerda: vértebra e canais normais; à direita: vértebras com canal estreito.

A suspeita clínica deve ser confirmada por exames especializados, principalmente pela Ressonância Magnética da coluna lombar. Lembramos a importância do diagnóstico diferencial com as doenças arteriais e venosas que prejudicam a circulação nos membros inferiores e causam sintomas semelhantes.


CIRURGIA

A Cirurgia do alargamento do canal é feita através da Laminectomia Descompressiva que permite retirar os elementos ósseos e ligamentares que comprimem o canal. A cirurgia deve ser realizada por especialistas em hospital bem equipado com anestesiologistas competentes e cuidados de terapia intensiva. O resultado da cirurgia é bastante satisfatório e o paciente se recupera em algumas semanas, voltando a andar bem melhor do que no pré-operatório. Ver figuras abaixo:



 Da esquerda para a direita:1 - Medula liberada
2 - Radiografia mostrando canal aberto na altura de L4 e L5
3 -
Tomografia computadorizada mostrando o canal aberto em L4

ESPONDILOLISTESE DEGENERATIVA

A espondilolistese degenerativa se refere ao deslizamento (escorregamento) da quarta vértebra lombar (L4) sobre a quinta lombar (L5), e em menor escala o deslizamento pode ocorrer de L3 sobre L4 ou de L2 sobre L3. Há casos de deslizamento de varias vértebras concomitantemente. É mais comum nas mulheres acima dos 50 – 55 anos de idade.
O deslizamento pode ser diagnosticado através de um RX simples da coluna lombar, mas a Ressonância Magnética é um exame imprescindível. Existem várias causas para esta doença, mas a principal é a degeneração (Artrose) das articulações interapofisárias (facetas articulares) das vértebras L4 e L5.
Esta degeneração leva a uma hipermobilidade da vértebra L4 que desliza sobre L5, causando um estreitamento do canal vertebral localmente e também uma compressão das raízes nervosas da região.
Os sintomas principais são: dor lombar - que pode se irradiar para as pernas; e fraqueza muscular. Quando os sintomas são progressivos deve-se realizar uma cirurgia para alargamento do canal e liberação das raízes comprometidas. Antes dos 70 anos em geral esse alargamento deve ser acompanhado de uma cirurgia estabilizadora, a “Artrodese Vertebral”, associada um reforço da estabilização com o uso dos chamados parafusos pediculares e hastes metálicas (o metal mais usado é o TITÂNIO, que permite o uso da Ressonância Magnética sem interferências). Em geral, após os 70 anos já existe uma estabilidade local e procedemos somente a cirurgia de liberação do canal e das raízes.
Uma observação importante é que, quando os sintomas começam a progredir, a cirurgia deve ser realizada, pois a espera prolonga o tempo de compressão, o que pode comprometer a recuperação.
Nestes casos também o acompanhamento clínico e a opinião do especialista são fundamentais. Também são importantes um hospital bem equipado e anestesiologistas competentes. A recuperação em geral é bastante satisfatória com uma boa melhora do paciente.

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