2.08.2013

cinetose


Vai viajar no feriado? Cuidado com a cinetose
Muitas vezes confundida com a labirintite, a cinetose pode ser resumida como o "enjôo de viagem".
A cinetose, também conhecida como “mal do movimento”, é um distúrbio que pode ser marcado por náuseas, tontura, sensação de desmaio, suores frios, mal-estar, perda de equilíbrio, dor de cabeça, visão turva, palidez, fadiga, perda da noção de profundidade e sensação de que as coisas estão rodando, frequentemente associados ao vômito.
O distúrbio ocorre quando o cérebro recebe informações desconexas que podem ser enviadas pelos sistemas visual (olhos), vestibular (labirinto, que cuida do equilíbrio do corpo) ou proprioceptivo (receptores sensitivos nos músculos, tendões e articulações), sendo que qualquer alteração em um desses sistemas ocasiona sintomas de desequilíbrio e enjôo. “Essa falta de comunicação entre os três sentidos causa o mal estar, pois o corpo está parado, mas o ambiente está em movimento, o que gera um conflito de informações e perturbação do equilíbrio corporal”, comenta a Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães, Otorrinolaringologista e otoneurologista , em Curitiba-PR.
A cinetose corresponde a uma dificuldade do cérebro em interpretar o real estado de estática ou movimentação do corpo. A sensibilidade à cinetose é individual, comum na infância e em parte transmitida geneticamente.É um distúrbio que pode ser relacionado com a enxaqueca - crianças e jovens com esse tipo de problema, muitas vezes na idade adulta ou na puberdade têm crises de enxaqueca, - mas normalmente é erroneamente confundida com a labirintite - que é normalmente causada por um processo inflamatório que afeta o labirinto, estrutura que está dentro do ouvido, enquanto a cinetose é apenas um erro de interpretação dos órgãos responsáveis pelo equilíbrio.
O mal-estar causado pela cinetose pode também surgir ao andar a pé, utilizar esteira ou mesmo assistir cenas de movimento, bem como pode ser desencadeado por filmes e programas de televisão que tenham muitas cores brilhantes e alterações de foco. Os efeitos em geral ocorrem ainda durante a atividade que os desencadeia, mas também podem surgir horas depois. Esta condição afeta tanto crianças quanto adultos, porém, com a evolução da idade, esse problema tende a se minimizar ou desaparecer por completo.
A Dra. Rita Guimarães lembra que o sistema nervoso central é capaz de se adaptar. “Um indivíduo que decide ler enquanto anda de metrô inicialmente pode sofrer com as informações em desacordo, que podem causar tontura, e cinetose. Porém, se esta mesma pessoa mantiver a decisão de ler no metrô durante vários dias seguidos, com o tempo, a tontura diminuirá e ele não terá mais cinetose. Ocorre habituação, ou seja, é possivel aprender novos padrões de informação” explica.
Para prevenir a cinetose durante as viagens, a otoneurologista lista algumas medidas que podem ajudar:
    Em automóveis, sentar-se no banco da frente ou próximo de janelas;
    Manter abertas as janelas do veículo;
    Procurar não viajar de costas em trens ou bondes;
    Durante a viagem, focalizar em paisagens distantes;
    Olhar sempre para frente;
    Evitar olhar para os lados;
    Evitar ler ou usar coisas como um laptop com o veículo em movimento;
    Não ingerir alimentos pesados antes de viajar, mas não viajar de estômago vazio. Dar preferência para alimentos sólidos;
    Não viajar de pé em ônibus;
    Sente-se próximo ao corredor quando a viagem for de avião;
    Evitar brinquedos que girem ou virem de ponta-cabeça;
    Evitar ingerir bebidas gasosas e alcoólicas antes de viagens;
    Usar roupas confortáveis

Serviço: Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães

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